Voluntariado Empresarial

Serviço de responsabilidade social é cada vez mais incentivado por empresas

Serviço de responsabilidade social é cada vez mais incentivado por empresas

O trabalho voluntário está se tornando uma rotina frequente para boa parte das empresas no país. De acordo com a pesquisa Perfil do Voluntariado Empresarial no Brasil, realizada em 2007 pela ONG RioVoluntário, esse tipo de atividade já é institucionalizada em pelo menos 45% das mais de 90 empresas que participaram da análise. O motivo dessa popularização é explicado em parte pelos resultados positivos que as empresas obtêm na parte organizacional.

É o que explica Alcione Andrade, assessora de imprensa do Centro de Ação Voluntária (CAV) de Curitiba. Segundo ela, o incentivo corporativo ao colaborador em ajudar a sociedade traz benefícios à própria organização, por estimular sua proatividade e criatividade em outros projetos. “Dessa maneira, o funcionário desenvolve habilidades que serão úteis no dia-a-dia da empresa”, explica.

Com uma estrutura totalmente planejada pelos próprios funcionários, o programa Força Voluntária, criado pela Itaipu Binacional, é um exemplo desse incentivo. Criado há mais de cinco anos, o programa é todo criado a partir de ideias propostas pelo colaborador, que planeja as atividades e tem autonomia para dar o direcionamento que desejar. À empresa cabe apenas coordenar o projeto e incentivar os funcionários. A coordenadora da Força Voluntária, Lilian Paparella, explica como o processo é iniciado. “Tudo começa com o incentivo da empresa, que promove palestras de sensibilização e campanhas internas e externas para que o colaborador se sinta apoiado a realizar um trabalho desse tipo.” Entretanto, a decisão de realizar ou não o serviço é inteiramente do funcionário. Segundo Lilian, é muito importante que ele não se sinta obrigado ou coagido ao voluntarismo e, por isso, a organização precisa deixar claro que não realizá-lo não é um problema.

Consultoria

Conjuntamente ao crescimento do voluntarismo corporativo, as consultorias do ramo também se expandiram nos últimos anos. Esse tipo de prestação de serviços se mostrou importante devido a alguns equívocos frequentes que algumas empresas cometem quando resolvem criar um projeto de voluntariado. A assessora Alcione lembra de alguns mais comuns: “Não é raro a empresa querer direcionar o serviço voluntário para uma instituição de sua escolha, e às vezes até mesmo procurar beneficiar a própria empresa ao invés da sociedade”. A consultoria de voluntarismo atende justamente no processo da gestão desse serviço. Além de criar soluções para dar autonomia ao funcionário que deseja se voluntariar, a consultoria também se certifica de que o incentivo da empresa forneça uma contra-partida que facilite o serviço, como promover reuniões e ceder espaço físico para as atividades propostas pelos colaboradores.

O Papel da Empresa

Uma das ações propostas pela Itaipu para incentivar a criatividade e o interesse de seus colaboradores pelo serviço voluntário é o Banco de Projetos, que faz repasses financeiros a instituições filantrópicas escolhidas pelos próprios funcionários e com base em projetos desenvolvidos por eles. Em 2010 serão selecionados oito novos projetos, e cada um deles receberá um auxílio financeiro de dez mil reais. A proposta é uma tentativa da empresa de realizar um projeto com a maior participação possível de seus funcionários.

Para voluntários vocacionais, a empresa tem o papel fundamental de conciliar sua responsabilidade social ao prazer do funcionário. É o caso de Cristiane Fraga Pimenta, colaboradora da Itaipu. Voluntária durante boa parte de sua vida, participa da Força Voluntária desde sua criação, em 2005. “Tenho muito mais facilidade em realizar o trabalho com o incentivo da empresa, que deixa tudo mais organizado”, explica Cristiane, que realiza projeto junto a instituições infantis, como o Laca (Lar de Apoio a Crianças e Adolescentes), além de um grupo de escoteiros — ambos já beneficiados pela Itaipu por meio do Banco de Projetos.

Embora a empresa não possa compensar o voluntarismo com prêmios ou dinheiro, Cristiane se sente gratificada por exercer sua cidadania: “Acredito que eu sou mais beneficiada pelo meu trabalho voluntário do que as pessoas ou instituições a quem eu auxilio”.

Entrevistados:
Alcione Andrade é formada em Publicidade e Propaganda pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), e também possui especialização em Gestão e Sustentabilidade pela Fundação Dom Cabral. Ela é assessora de comunicação do Centro de Ação Voluntária de Curitiba há um ano, onde trabalha também com consultoria e análise de projetos.
Lilian Paparella é coordenadora do programa Força Voluntária da Itaipu Binacional desde 2003. Ela está na empresa há 21 anos, e é formada em Secretariado Executivo Trilingue pela Faculdade União das Américas (Uniamérica).
Cristiane Fraga Pimenta trabalha na Itaipu desde 1987 como mão-de-obra contratada. Em 1996 passou a fazer parte do quadro efetivo da administração da empresa. É formada em Administração de Empresas pela antiga Facisa (hoje Unioeste), de Foz do Iguaçu.

Vogg Branded Content – Jornalista responsável Altair Santos MTB 2330



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