Venda de caminhões-betoneira acompanha consumo de cimento
Em 2021, foram produzidas 64,7 milhões de toneladas do insumo, o que representa crescimento de 6,6%
No segmento de máquinas para a produção de concreto, os caminhões-betoneira registraram o maior crescimento em 2021. Na comparação com 2020, as vendas do equipamento cresceram 79%. Os analistas atribuem esse bom desempenho a 4 fatores: maior demanda do mercado pelo concreto dosado em central, renovação da frota, busca por maior produtividade e baixa taxa de juros para obter financiamento.
“A área de equipamentos para concreto acompanhou a elevação das vendas do setor de cimento, o que repercutiu em um aumento da comercialização de máquinas como os caminhões-betoneira”, confirma o economista Mario Miranda, coordenador da Sobratema para o mercado brasileiro de equipamentos para construção.
Em 2021, segundo dados do SNIC (Sindicato Nacional da Indústria do Cimento) foram vendidas 64,7 milhões de toneladas de cimento, o que representa aumento de 6,6% na comparação com 2020. Ainda segundo o SNIC, a região sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) registrou o maior crescimento no consumo de cimento. Coincidentemente, de acordo com a Sobratema, a região também liderou a renovação de frota dos caminhões-betoneira no país.
O modelo de caminhão-betoneira mais comercializado em 2021 é o que consegue transportar até 8 m3 de concreto sem infringir a “lei da balança”. A legislação estipula que o peso do caminhão-betoneira, somado à carga de concreto, não pode exceder o peso bruto total combinado (PBTC) para o transporte deste tipo de material.
Com a tecnologia do balão-betoneira leve, que utiliza aços especiais, alguns equipamentos disponíveis no mercado conseguem pesar pouco mais de 3.000 quilos, o que vem despertando o interesse das concreteiras. A ABESC, que acompanhou o desenvolvimento dessa tecnologia no Brasil, assegura que os caminhões-betoneiras conseguiram ficar 2,4 toneladas mais leves, o que corresponde aproximadamente a 1 m3 a mais de concreto na capacidade de carga.
Demanda por máquinas para a construção civil foi alta em todos os segmentos
A venda de caminhões-betoneira apresenta viés de alta desde 2019. Naquele ano, foram comercializadas 670 unidades no Brasil; em 2020, 890; em 2021, 1.593. Para 2022, a projeção é que sejam vendidos 1.740 caminhões-betoneira.
O mercado de máquinas para a construção civil teve um 2021 positivo em quase todos os segmentos. A linha amarela, por exemplo, cresceu 39%. Já as vendas de rolos compactadores e minicarregadeiras tiveram alta de 244% e 134%, respectivamente. Surpreende também o volume de negócios envolvendo guindastes, que cresceu 3.650% na comparação com 2020, enquanto a venda de plataformas aéreas avançou 428%.
No entender de Mario Miranda, a alta demanda por equipamentos como guindastes e plataformas aéreas está relacionada com a industrialização dos canteiros de obras. O analista econômico também destaca a venda global de equipamentos em 2021. “No geral, envolvendo todos os tipos de equipamentos, as vendas totais de máquinas para construção cresceram 44% em 2021. Foram comercializadas 49,3 mil unidades contra 34,2 mil unidades no ano anterior”, revela.
Entrevistado
Reportagem com base no Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção e dados divulgados pelo SNIC (Sindicato Nacional da Indústria do Cimento)
Contatos
sobratema@sobratema.org.br
snic@snic.org.br
Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330
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