Varejo 4.0: a nova era já está a caminho, e vem rápido
Internet das coisas, realidade virtual e inteligência artificial tornam inevitável o comércio online
O Varejo 4.0 cresce exponencialmente, como mostram números trazidos pela pesquisa da ebit/Nielsen e apresentados no 15º simpósio SINCOMAVI (Sindicato das empresas varejistas de material de construção, maquinismos, ferragens, tintas, louças e vidros) durante a FEICON 2019. O estudo revela que, em 2018, 35% dos pedidos (40,3 milhões) e 31,3% do faturamento do comércio eletrônico (16,7 bilhões de reais) vieram do m-commerce, como é chamada a venda online via smartphones – a porta de entrada do Varejo 4.0.
De acordo com os palestrantes que participaram do simpósio, vem mais por aí. IOT (internet das coisas), realidade virtual, realidade aumentada e IA (inteligência artificial) são tendências que deverão ser absorvidas pelo comércio eletrônico dentro de pouco tempo e causar também um impacto profundo nas modalidades de venda física do varejo. “Em breve, o varejista não poderá deixar de incluir esses canais em suas estratégias de negócio”, diz a consultora Flavia Pini, diretora de marketing da HiPartners Capital & Work.
A palestrante citou que a China atualmente é o país que melhor utiliza o Varejo 4.0, por duas razões: é um país de dimensões continentais e o governo controla e incentiva esse tipo de comércio. “A China já conseguiu a integração entre comércio eletrônico e físico, assim como sistemas de pagamento e processos logísticos”, cita. Complementando Flavia Pini, Patrícia Cotti, diretora-executiva do IBEVAR (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo), lembra que a China já obteve avanços no m-commerce que Europa e Estados Unidos ainda encontram dificuldades para implantar.
Para o varejo da construção civil, solução está nos conceitos de omnicanalidade
O comércio eletrônico na China já abrange até o varejo de materiais de construção, setor que em outros países ainda encontra dificuldades. No Brasil, por exemplo, as categorias com mais pedidos de m-commerce são perfumaria, cosméticos & saúde (com 51% de crescimento), informática (27%), alimentos & bebidas (23%), além de casa & decoração (16%), esporte & lazer (10%) e moda & acessórios (6%). Para 2019, a expectativa é de expansão de 15% para esses setores, com vendas totais de 61,2 bilhões de reais.
Para o varejo da construção civil, a solução se concentra nos conceitos de omnicanalidade, com a venda online culminando com a retirada do produto na loja física. A rede Obramax é a primeira no Brasil a adotar esse sistema, como explica Hubert Desmarest, diretor do atacarejo, e que também palestrou no simpósio SINCOMAVI. “A presença na internet influencia positivamente as vendas pelo televendas e nas lojas físicas. Toda a operação acaba por se beneficiar com a integração”, afirma.
Com a aposta na ferramenta omnichannel, o varejo da construção civil consegue minimizar o impacto do frete na venda online, que é sua principal barreira para crescer no comércio eletrônico. “Muitos dos produtos da área da construção civil têm a questão do frete que, dependendo do tamanho e do volume, inviabiliza a questão de atendimento para todo o território nacional. O frete é um grande desafio para toda a construção civil no segmento do e-commerce”, finaliza Márcio Eugênio, especialista nesta modalidade de venda.
Entrevistados
Reportagem com base nas palestras do 15º simpósio SINCOMAVI, durante a FEICON 2019
Contato
sincomavi@sincomavi.com.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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