Usinas hidrelétricas devem investir R$ 12 bilhões em atualizações até 2030
Modernização tecnológica é prioridade para garantir segurança, eficiência e sustentabilidade na geração de energia elétrica no Brasil

Crédito: Envato
O setor elétrico brasileiro atravessa um momento decisivo de transformação. Até 2030, pelo menos 40 usinas hidrelétricas no país passarão por um amplo processo de modernização e atualização tecnológica, com investimentos que devem somar R$ 12 bilhões. A iniciativa busca enfrentar os desafios de um parque gerador envelhecido, aumentar a eficiência dos equipamentos e garantir maior confiabilidade no fornecimento de energia.
As informações foram confirmadas por Sérgio Fagundes, CEO da Insight Energy, empresa responsável pela modernização da usina de Salto Grande, em Minas Gerais. “A maioria dos geradores já ultrapassou os 40 anos de uso, que é a vida útil estimada para esse tipo de equipamento. A modernização é fundamental para garantir segurança e confiabilidade para o setor elétrico brasileiro”, explica.
Equipamentos novos, estrutura renovada
O trabalho de modernização inclui a troca de peças danificadas, a implementação de novas tecnologias e a atualização de sistemas de controle. “Além de aumentar a eficiência e a durabilidade dos equipamentos, as atualizações também reduzem os impactos ambientais ao promover um uso mais racional dos recursos naturais”, explica.
O engenheiro civil e professor Ariston da Silva Melo Junior, do Centro Universitário FMU, destaca que o investimento em manutenção e infraestrutura é imprescindível. “É preciso garantir maior confiabilidade e eficiência na geração de energia com a minimização dos custos e riscos. Isso só é possível com uma manutenção preventiva eficaz, que deve utilizar sensores e sistemas de monitoramento para prever falhas antes que se tornem problemas graves”, defende.
O papel do concreto e da engenharia de manutenção
Ele aponta que o concreto é protagonista nas estruturas das hidrelétricas, presente na barragem, no vertedouro, na casa de força e nas edificações auxiliares. “A estrutura deve passar por reparos em fissuras, substituição de componentes desgastados e impermeabilizações atualizadas. Hoje, temos materiais mais resistentes que garantem maior vida útil e segurança às obras”, explica.
Além disso, a diversidade do concreto é aplicada conforme a demanda de cada estrutura. “Usa-se concreto-massa em grandes volumes, como nas barragens, concreto compacto com rolo para maior permeabilidade e concreto armado em elementos que exigem resistência, como vigas e pilares”, complementa Ariston.
Segurança de barragens: foco prioritário
A segurança das barragens também é um dos focos do processo de modernização. Melo ressalta a importância da implantação de planos emergenciais: “As usinas devem adotar um Plano de Ação Emergencial (PAE), que envolve o monitoramento contínuo, inspeções de segurança especiais e a instalação de sistemas redundantes, como drenos e vertedouros emergenciais, para lidar com situações de risco”, afirma.
De acordo com o professor, esses procedimentos vêm sendo atualizados constantemente. “O Operador Nacional do Sistema (ONS) informa que os planos de segurança de barragens estão em dia e os níveis dos reservatórios estão acima de 50%, garantindo estabilidade energética. Ainda assim, o monitoramento não pode ser interrompido”, completa.
Para debater essas questões, a Semana de Barragens 2025, também conhecida como Damsweek 2025, vai ocorrer em Porto Alegre de 24 a 29 de agosto de 2025, com o objetivo de contribuir com soluções técnicas para a segurança e sustentabilidade de barragens.
Parcerias internacionais e tecnologia de ponta
Para viabilizar as atualizações, Fagundes tem buscado parceiros internacionais. Durante uma missão empresarial à China, o executivo firmou um acordo com uma empresa de equipamentos pesados. “Fiquei impressionado com a infraestrutura chinesa e, em termos de tecnologia, o Brasil não fica para trás. Visitamos fábricas em que os equipamentos são idênticos aos nossos”, informa o empresário.
Ele reforça que a modernização é, antes de tudo, uma medida estratégica. “É um movimento necessário para manter a competitividade do setor energético e garantir segurança à população e às empresas que dependem da estabilidade do fornecimento de energia elétrica”, conclui.
Entrevistados
Sérgio Fagundes é engenheiro eletricista formado pela Universidade Norte do Paraná (Unopar) e pós-graduado em Gestão de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas/Senai.
É fundador da Insight Energy, empresa especializada na fabricação, conserto e manutenção de equipamentos para o setor de energia.
Ariston da Silva Melo Junior é engenheiro civil, agrícola e de segurança do trabalho pela Unicamp, Mestre em Engenharia de Águas e Solos, Doutor em Engenharia de Recursos Hídricos pela Unicamp e pós-doutor em Engenharia de Materiais, Poluição Atmosférica, Saneamento e Infraestrutura Hídrica pelas Unicamp e IPEN/USP. Professor visitante na Unicamp, professor dos cursos de Engenharia Civil; Engenharia Ambiental; Engenharia de Petróleo e Arquitetura e Urbanismo pela FMU- FIAM FAAM. Membro do comitê de bacias hidrográficas de São Paulo, professor da FATEC/SP no curso de hidráulica e saneamento. Associado à AESABESP, órgão de engenheiros da Sabesp.
Contatos
cristorelli.lumiere@gmail.com (Assessoria de Imprensa)
angela.ninomia@fmu.br
A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
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