26/07/2021

UIA2021RIO alerta para déficit mundial de moradias

Encontro internacional de arquitetos redige “Carta do Rio” e espera influenciar políticas públicas de habitação

Paraisópolis, em São Paulo-SP: exemplo de que 85% das construções habitacionais brasileiras não possuem assistência técnica de arquitetos e engenheiros civis Crédito: Rovena Rosa/Agência Brasil
Paraisópolis, em São Paulo-SP: exemplo de que 85% das construções habitacionais brasileiras não possuem assistência técnica de arquitetos e engenheiros civis
Crédito: Rovena Rosa/Agência Brasil

O 27º Congresso da União Internacional de Arquitetura – o UIA2021RIO – encerrou com a divulgação da “Carta do Rio”. O documento resume os debates ocorridos no evento, e que tiveram como pano de fundo o déficit habitacional mundial e o desenvolvimento urbano sustentável. Também aponta de que forma a arquitetura pode contribuir para combater a falta de moradias e minimizar a precariedade das habitações da população de baixa renda. Os números do Brasil ilustraram o tema. Foi lembrado que existem 25 milhões de residências inadequadas no país, e que 85% das construções habitacionais brasileiras não possuem assistência técnica de arquitetos e engenheiros civis. 

Resumidamente, a “Carta do Rio” destaca que as práticas de arquitetura e urbanismo precisam responder às demandas dos grupos mais vulneráveis e que as decisões devem levar em conta estratégias de enfrentamento das desigualdades e de redução da pobreza. “Moradia digna e saudável, e com localização adequada para todos, por meio do financiamento sujeito às possibilidades das famílias mais carentes, é uma questão de justiça social e de saúde pública”, diz trecho do documento, que aborda ainda a universalização do saneamento básico e a valorização do conhecimento técnico da arquitetura e da engenharia civil 

Ressaltando a importância do projeto e da construção adequada, a “Carta do Rio” completa: “A assistência e a assessoria técnica para habitação de interesse social devem ser consideradas como um serviço público, permanente e acessível a toda sociedade, valorizando as possibilidades de articulação intersetorial e de atuação integral sobre os diversos aspectos da realidade”. No Brasil, o comitê-executivo do UIA2021RIO anunciou que a “Carta do Rio” será entregue aos prefeitos de todas as capitais, a fim de consolidar as propostas debatidas ao longo do evento. “A Carta do Rio não é só uma declaração de princípios. Ela avança para ser, de fato, propositiva”, explica o presidente do comitê, Sérgio Magalhães. 

No Brasil, lei garante assistência técnica gratuita para construir e reformar habitação social 

Para a presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-BR), Nadia Somekh, o manifesto divulgado no UIA2021RIO serve para lembrar o poder público que, no Brasil, existe uma lei que ampara famílias de baixa renda a terem acesso a serviços de arquitetura e engenharia. Sancionada em 2008, é conhecida como Lei ATHIS (Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social). “Ela assegura a assistência técnica pública e gratuita para projetos, reformas e mesmo construções de habitações para famílias com até três salários-mínimos de renda mensal”, reforça Somekh. 

Por causa da pandemia de COVID-19, o UIA2021RIO foi adiado em um ano e ocorreu virtualmente. Porém, manteve a cidade do Rio de Janeiro-RJ como sede. Realizado de 18 a 22 de julho, o evento reuniu em suas plenárias virtuais cerca de 90 mil profissionais de 190 países. Para o presidente da União Internacional de Arquitetos (UIA), Thomas Vonier, a vantagem de um congresso online é que “as ideias que surgiram no Rio de Janeiro poderão ser compartilhadas e disseminadas mais amplamente do que em qualquer outro congresso anterior da UIA”. “São 200 horas de conteúdo digital disponíveis”, afirma. O próximo congresso mundial de arquitetos acontece em 2023, em Copenhague, na Dinamarca. Atualmente, a UIA reúne 3 milhões de arquitetos e urbanistas. 

Acesse a íntegra da “Carta do Rio”

Saiba mais do que aconteceu no UIA2021RIO
www.uia2021rio.archi 

Entrevistado
União Internacional de Arquitetos (UIA), comitê-executivo do UIA2021RIO e Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-BR) (via assessorias de imprensa) 

Contatos
uia@uia.org
adm@uia2021rio.archi
atendimento@caubr.gov.br 

Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330


26/07/2021

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Paraisópolis, em São Paulo-SP: exemplo de que 85% das construções habitacionais brasileiras não possuem assistência técnica de arquitetos e engenheiros civis Crédito: Rovena Rosa/Agência Brasil
Paraisópolis, em São Paulo-SP: exemplo de que 85% das construções habitacionais brasileiras não possuem assistência técnica de arquitetos e engenheiros civis
Crédito: Rovena Rosa/Agência Brasil

O 27º Congresso da União Internacional de Arquitetura – o UIA2021RIO – encerrou com a divulgação da “Carta do Rio”. O documento resume os debates ocorridos no evento, e que tiveram como pano de fundo o déficit habitacional mundial e o desenvolvimento urbano sustentável. Também aponta de que forma a arquitetura pode contribuir para combater a falta de moradias e minimizar a precariedade das habitações da população de baixa renda. Os números do Brasil ilustraram o tema. Foi lembrado que existem 25 milhões de residências inadequadas no país, e que 85% das construções habitacionais brasileiras não possuem assistência técnica de arquitetos e engenheiros civis. 

Resumidamente, a “Carta do Rio” destaca que as práticas de arquitetura e urbanismo precisam responder às demandas dos grupos mais vulneráveis e que as decisões devem levar em conta estratégias de enfrentamento das desigualdades e de redução da pobreza. “Moradia digna e saudável, e com localização adequada para todos, por meio do financiamento sujeito às possibilidades das famílias mais carentes, é uma questão de justiça social e de saúde pública”, diz trecho do documento, que aborda ainda a universalização do saneamento básico e a valorização do conhecimento técnico da arquitetura e da engenharia civil 

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