Trinta anos depois, Exército volta a construir ferrovias

Desde 1990, quando participou das obras da Ferroeste, engenharia militar não atuava em linhas de trem

FIOL conta com fábrica de dormentes de concreto protendido e consome 1.600 peças a cada quilômetro. Crédito: Agência Brasil
FIOL conta com fábrica de dormentes de concreto protendido e consome 1.600 peças a cada quilômetro.
Crédito: Agência Brasil

A entrada do Exército brasileiro em um trecho da FIOL (Ferrovia de Integração Oeste-Leste) marca o reencontro da engenharia militar com obras para o tráfego de trens, após 30 anos. Desde 1990, quando participou da construção da Ferroeste, no Paraná, o Exército não atuava em projetos ferroviários. “A mesma competência que tivemos com a participação do Exército nas obras da BR-163 estamos trazendo para a Ferrovia Oeste-Leste”, comemora o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.

A participação da engenharia militar será no trecho entre Bom Jesus da Lapa e São Desidério, ambos municípios baianos. O comando das obras estará a cargo do 4º Batalhão de Engenharia de Construção (4º BEC), de Barreiras-BA, e do 2º Batalhão Ferroviário, de Araguari-MG. Segundo o ministro, a entrada do Exército busca dar agilidade à obra, a fim de que seu cronograma seja cumprido. “Planejamos trazer o Exército para dar impulso à FIOL e poder finalizá-la até 2022”, afirma.

A FIOL está dividida em 3 trechos. O 1º será concedido à iniciativa privada, através de concessão a ser definida até o final de 2020; o 2º está em construção e percorrerá 485,4 quilômetros, com execução liderada pela Valec e investimento de 3 bilhões de reais, e o 3º ligará a FIOL à ferrovia Norte-Sul, no Tocantins. O corredor ferroviário, que está com 39% de suas obras concluídas, é estratégico para escoar a produção agrícola, alcooleira e mineral das regiões nordeste e norte do país para os portos de Ilhéus, na Bahia, e Itaqui, no Maranhão. 

O projeto da FIOL prevê 1.527 quilômetros de extensão. Seu traçado passará por 64 municípios, dos quais 46 somente na Bahia. A construção da ferrovia exigiu que fosse montada em São Desidério-BA uma fábrica para a produção de dormentes de concreto protendido. Por se tratar de uma ferrovia exclusivamente para o transporte de carga, exige-se que o espaçamento entre os dormentes seja de 62,5 centímetros, ou seja, a cada quilômetro a ferrovia consome 1.600 dormentes.

Plano do governo federal é investir 30 bilhões de reais em ferrovias

De acordo com o ministério da Infraestrutura, o plano é investir 30 bilhões de reais em ferrovias, atraindo principalmente o setor privado. O primeiro contrato de concessão foi assinado em 2019, e envolve a Ferrovia Norte-Sul, no trecho entre Porto Nacional-TO e Estrela D’Oeste-SP. Em 2020, além da FIOL, está prevista também a concessão da Ferrogrão, projeto com origem em Cuiabá-MT e término em Santarém-PA. O objetivo é aumentar a malha ferroviária, que segundo estudo da Fundação Dom Cabral, responde por apenas 5,4% do escoamento da produção do país.

Independentemente dos trechos a serem colocados para concessão, a engenharia militar tende a ser parceira em várias das obras futuras. Recentemente, o governo do Paraná e o Exército abriram negociações para atuar na construção do ramal ferroviário entre Cascavel-PR e Foz do Iguaçu-PR, que vai unir a Ferroeste à futura Nova Ferrovia – obra com 1.370 quilômetros, entre o porto de Paranaguá e Maracaju, no Mato Grosso do Sul. Esse projeto também tem o interesse do grupo RZD International, que opera no sistema ferroviário da Rússia.

Confira o mapa ferroviário do Brasil (amplie imagem para ver detalhadamente)
mapa_ferroviario

Assista ao vídeo das obras da FIOL

Entrevistado
Ministério da Infraestrutura (via assessoria de imprensa)

Contato
aescom@infraestrutura.gov.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330



Massa Cinzenta

Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.

Veja todos os Conteúdos

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS

Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32

Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40

Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.

Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI

O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.

descubra o cimento certo

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

descubra o cimento certo