Tóquio investe em madeira e concreto para Olimpíadas
Por economia, comitê organizador dos Jogos de 2020 prioriza tradição da arquitetura oriental e retrofit de instalações esportivas
Por economia, comitê organizador dos Jogos de 2020 prioriza tradição da arquitetura oriental e retrofit de instalações esportivas
Por: Altair Santos
A prefeitura de Tóquio, que tem a responsabilidade de organizar os Jogos Olímpicos de 2020, decidiu fazer um evento cujas obras homenageiem a tradição da arquitetura japonesa. Por isso, a madeira e o concreto serão os materiais mais trabalhados. O estádio olímpico, por exemplo, terá uma cobertura em madeira. O objetivo é celebrar as estruturas dos templos xintoístas.
Embutida nesta homenagem há também a preocupação do comitê organizador em não extrapolar o orçamento previsto para as Olimpíadas. Anteriormente, o projeto previa uma superobra para o estádio olímpico. A arquiteta iraquiana Zaha Hadid, que morreu recentemente – em março de 2016 -, havia concebido um empreendimento cujas obras custariam US$ 2,08 bilhões (cerca de R$ 7 bilhões).
A renúncia ao projeto que venceu um concurso internacional ocorreu em outubro de 2015 e gerou economia de US$ 1 bilhão. O substituto é de autoria do arquiteto japonês Kengo Kuma, que foi quem propôs um desenho que remete aos templos japoneses, valorizando a área em que o estádio será construído – próximo ao santuário Meiji. A construtora japonesa Taisei Corp será a responsável por erguer a obra.
Por causa da cobertura, que vai utilizar madeira e estruturas de aço, o estádio da Tóquio 2020 não terá a pira olímpica em suas instalações. Como na Rio 2016, onde o Maracanã também dispensou o símbolo máximo das Olimpíadas, a fim de igualmente não comprometer sua estrutura, a pira japonesa será montada fora do estádio. O local ainda não foi definido. No Rio de Janeiro, ela ficou na região da Candelária.
Reurbanização da baía de Tóquio
O objetivo de cumprir o orçamento de US$ 5 bilhões (cerca de R$ 17 bilhões) na construção dos equipamentos esportivos dos Jogos de 2020 leva o comitê organizador a priorizar o retrofit de instalações utilizadas nas Olimpíadas de 1964. Há 52 anos, quando Tóquio sediou pela primeira vez o evento, a cidade investiu maciçamente em infraestrutura, como estradas, linhas de trem e metrô, que, na época, chegaram a 4% do PIB do país.
Em 1964, também foram construídos equipamentos que se mantêm conservados até hoje, como o Nippon Budokan (sede do judô), o ginásio metropolitano de Tóquio (sede do voleibol), o Kokugikan (sede do boxe), o Tatsumi (pólo aquático) e o Yoyogi, que foi sede da natação e será transformado em sede do handebol. Outro retrofit ocorrerá nos jardins do Palácio Imperial, para que possa receber as provas de ciclismo.
Ao reformar boa parte das edificações usadas em 1964, o comitê organizador poderá concentrar recursos para investir na vila olímpica. Os prédios de alto padrão serão construídos ao longo da baía de Tóquio. Trata-se de um projeto que estava hibernando desde 1960. Idealizado pelo arquiteto Kenzo Tange, ele vai revitalizar uma área que sempre recebeu pouca atenção da prefeitura local.
Após as Olimpíadas, os apartamentos serão vendidos. O objetivo é que a iniciativa privada absorva a construção dos edifícios e que o poder público assuma a reurbanização do local. Em acordo com o Comitê Olímpico Internacional (COI), Tóquio comprometeu-se a entregar todas as instalações das Olimpíadas até janeiro de 2020.
Veja vídeo sobre Tóquio 2020:
Entrevistados
Comitê organizador Tokyo 2020 (via comitê de mídia)
Prefeitura de Tóquio (via departamento de comunicação)
Contatos
pressoffice@tokyo2020.jp
contact@metro.tokyo.jp
Crédito Fotos: Divulgação/Tokyo 2020
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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