Sustentabilidade é compromisso da indústria de cimento

Referência mundial, setor no Brasil baseia-se em três pilares para reduzir impacto ambiental: tecnologia industrial, coprocessamento de resíduos e pesquisa de novos aditivos.

Referência mundial, setor no Brasil baseia-se em três pilares para reduzir impacto ambiental: tecnologia industrial, coprocessamento de resíduos e pesquisa de novos aditivos

Por: Altair Santos

O Brasil é atualmente o 4º maior consumidor de cimento e o 6° que mais fabrica o insumo no mundo. Com produção atual de 78 milhões de toneladas por ano, o país projeta atingir 111 milhões de toneladas até 2016. O consumo per capita de 311 quilos ainda está abaixo da média mundial, que é de 428 quilos por habitante, mas o setor nacional destaca-se pelo compromisso com a sustentabilidade. É o que destacou o geólogo Yushiro Kihara, gerente de tecnologia da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) em palestra no Concrete Congress – evento paralelo ao 6º Concrete Show, ocorrido de 29 a 31 de agosto em São Paulo. “O setor tem consciência de sua importância e faz um balanço ambiental que é referência mundial”, cita.

Geólogo Yushiro Kihara, da ABCP: produção de cimento aumentou, emissão de CO₂ caiu.

Yushiro Kihara avalia que a característica singular da indústria cimenteira do Brasil contribui para destacar a responsabilidade ambiental do setor. “O país tem 15 grupos industriais, diferentemente do que ocorre em outras nações, onde duas ou três companhias, em média, dominam o setor. Essa competitividade converge para uma indústria moderna, que investe em filtros de alta eficiência, queimadores ecológicos com baixo consumo de energia, coprocessamento de resíduos perigosos, combustíveis alternativos, adições ao cimento e recuperação de áreas degradadas. Isso faz da indústria cimenteira brasileira a mais adequada às regulamentações ambientais internacionais impostas ao setor, que de 1990 a 2010 saltaram de 19 para 635, ressalta o geólogo.

Em sua palestra, o gerente de tecnologia da ABCP relatou que a indústria de cimento no Brasil se sustenta sobre três pilares: tecnologia dos equipamentos, coprocessamento de resíduos e adições para a fabricação do cimento, como cinzas volantes, escórias de alto forno, pozolanas naturais e pozolanas artificiais. “Por causa desses pilares, em 2010 o setor deixou de emitir 18 milhões de toneladas de CO₂. De 1995 a 2005, a emissão de gases foi inversamente proporcional ao aumento de produção. No mesmo período, a indústria de cimento cresceu 52% e a emissão de CO₂diminuiu 38%. É o que fez a Agência Internacional de Energia declarar as cimenteiras do Brasil com referência mundial em emissão de CO₂por tonelada de cimento“, disse Yushiro Kihara.

Ambientalmente comprometida, a indústria cimenteira tem também prestado um serviço de saúde pública ao país com o coprocessamento de resíduos. “Em 2011 foi coprocessado um milhão de toneladas de resíduos. Entre os componentes usados, houve o consumo de 45 milhões de pneus. Muito provavelmente seriam materiais que estariam servindo de criadouros de dengue”, cita Yushiro Kihara, para quem o Brasil tem pela frente os seguintes desafios para conseguir manter o setor de cimento comprometido com a sustentabilidade:
1°) Suprir a demanda nacional por cimento;
2°) Aumentar a queima de combustíveis alternativos;
3°) Buscar novas fontes de adição ao cimento;
4°) Estimular o aumento do clínquer coprocessado;
5°) Estar aberta às inovações tecnológicas.

Entrevistado
Yushiro Kihara, gerente de tecnologia da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland)
Currículo
– Yushiro Kihara é graduado em geologia pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da USP (1969). Tem mestrado em mineralogia pelo Instituto de Geociências da USP (1973) e doutorado em mineralogia e petrologia pelo Instituto de Geociências da USP (1982)
– Atualmente é professor doutor do Instituto de Geociências. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em ciência dos materiais, atuando principalmente nos seguintes temas: mineralogia aplicada, material de construção, fabricação de cimento portland, durabilidade do concreto à reação álcali-agregado, meio ambiente e coprocessamento de resíduos.
Contato: yushiro.kihara@abcp.org.br
Créditos foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330


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