Sob a ótica financeira, todas as rodovias seriam em concreto

Experiente empreiteiro expõe razões que deveriam fazer as concessionárias se “apaixonarem” pelo pavimento rígido

Sergio Palazzo, na Paving Expo: não adianta um bom projeto se a execução não for bem feita Crédito: Mecânica Comunicação Estratégica
Sergio Palazzo, na Paving Expo: não adianta um bom projeto se a execução não for bem feita
Crédito: Mecânica Comunicação Estratégica

Experiente empreiteiro de rodovias, o engenheiro mecânico Sergio Palazzo palestrou na Paving Expo 2019 sobre as razões que o fizeram mudar de convicção, ao longo de 40 anos, tornando-se admirador do pavimento rígido. “Eu era asfalteiro, mas me apaixonei pelo pavimento de concreto, e isso deveria acontecer com as concessionárias. Por quê? Sob o ponto de vista financeiro, toda a rodovia deveria ser em concreto. Ao longo de 30 anos de concessão, a manutenção do asfalto é incalculável e imprecisa. Então, se for pensar que o pavimento flexível requer muitas manutenções ao longo da vida útil da estrada, qualquer cálculo financeiro mostra que o concreto é muito mais vantajoso”, destaca.

Palazzo orienta os departamentos técnicos das concessionárias a conversarem com seus financeiros para que possam entender a lógica de se optar pelo pavimento rígido. “O mercado reage a preço. Senhores concessionários, conversem com seus diretores financeiros, pois a concessão vive da remuneração do capital, ou seja, se o financeiro jogar no papel o custo da manutenção ao longo do período do contrato ele proibirá o uso de qualquer pavimento que não seja o de concreto”, frisa o engenheiro, que destaca que o pavimento rígido só não se impõe sobre o asfalto quando é mal-executado. “Bons pavimentos dependem de uma boa execução. Normalmente, projetos são bem feitos. Mas se problemas acontecem é por erros de execução”, completa.

História de que pavimento de asfalto é mais barato não passa de lobby

Rodovia com pavimento de concreto depende da execução para confirmar sua competitividade sobre o asfalto Crédito: Governo de SP
Rodovia com pavimento de concreto depende da execução para confirmar sua competitividade sobre o asfalto
Crédito: Governo de SP

Em sua palestra na Paving Expo, Sergio Palazzo usou como exemplo o trecho em pavimento de concreto da rodovia dos Imigrantes, que liga São Paulo à Baixada Santista. “No fim da década de 1990, o DERSA (Desenvolvimento Rodoviário S/A) abriu os arquivos da construção dessa rodovia para a USP (Universidade de São Paulo). O que ficou comprovado? O trecho em concreto foi mais barato que o pavimento flexível. O custo por quilômetro do pavimento rígido saiu por 523 mil reais contra 525 mil do asfalto. Outro dado interessante é que, após 22 anos, o pavimento rígido segue intacto e o flexível já passou por quatro intervenções para recapeamento. Então, essa história de que pavimento de asfalto é mais barato não passa de lobby”, afirma.

Sergio Palazzo finalizou a palestra relatando que sua primeira obra com pavimento em concreto foi para construir a pista de testes da General Motors, em Indaiatuba-SP. O campo de provas, que recentemente completou 45 anos, possui duas retas com 2.400 metros cada uma, além de curvas com inclinações de 10 graus e 30 graus, respectivamente. “A perfeição do pavimento permite que o veículo ande a 160 km/h. Como prova, o piloto tira as mãos do volante na curva mais acentuada e trabalha só com a energia centrífuga que a elevação permite. Isso mostra que fazer pavimento de qualidade, com boa superfície, não é só projeto. A execução é o segredo da competitividade do pavimento de concreto”, conclui. 

Entrevistado
Reportagem com base na palestra “O pavimento de Concreto em Concessões Rodoviárias”, concedida pelo engenheiro mecânico Sergio Palazzo, na Paving Expo

Contato: spalazzo@pella.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330



Massa Cinzenta

Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.

Veja todos os Conteúdos

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS

Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32

Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40

Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.

Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI

O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.

descubra o cimento certo

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

descubra o cimento certo