Empresa vai gerenciar pesquisa e inovação industrial no Brasil

Embrapii terá gestão compartilhada pelos setores público e privado, para permitir a conexão da comunidade científico-tecnológica com as companhias nacionais.

Embrapii terá gestão compartilhada pelos setores público e privado, para permitir a conexão da comunidade científico-tecnológica com as companhias nacionais

Por: Altair Santos

Tomando como exemplo o que a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) representa para a agricultura e a pecuária brasileiras, produzindo conhecimento científico e desenvolvendo inovações para os dois setores, a Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) surge para atender as demandas da indústria nacional. O projeto se inspira na experiência alemã do Instituto Fraunhofer – fundação composta por 58 centros tecnológicos – e a expectativa é de que em 2012 esteja em funcionamento.

Domingos Manfredi Naveiro, diretor do INT: Embrapii também vai ajudar a construção civil e resolver seus gargalos.

A Embrapii já tem um grupo de trabalho planejando sua instalação. Seus integrantes são membros da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e da Inovação (Setec/MCTI), da Confederação Nacional da Indústria (CNI),  do Serviço Nacional de Indústria (Senai), do Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCTI), do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) e da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos). A nova empresa não será uma estatal, mas sim uma companhia com gestão compartilhada entre os setores público e privado.

O primeiro passo do grupo de trabalho foi instituir, em agosto de 2011, um processo-piloto para definir com mais propriedade a figura jurídica da Embrapii. A meta é que a empresa seja uma espécie de organismo certificador para que as instituições mantenham a competência e possam aproximar-se da iniciativa privada. O processo-piloto deverá durar aproximadamente seis meses e nesse período será definida a área de atuação de cada instituto envolvido no projeto. Após a conclusão dessa etapa, será criada oficialmente a Embrapii, que já tem orçamento reservado. Durante a fase piloto serão R$ 30 milhões. A partir de 2012, R$ 60 milhões.

O modelo de captação de recursos para a Embrapii também se inspira no Instituto Fraunhofer. Os governos federal e estaduais entrarão com um terço do financiamento e os outros dois terços são adquiridos por meio de contratos de trabalho. É o que fez do Instituto Fraunhofer, na Alemanha, uma organização que atualmente conta com 58 centros de pesquisa e que emprega mais de 12.500 pessoas, principalmente cientistas e engenheiros. O orçamento anual do organismo é de cerca de € 1,8 bilhão (R$ 4,5 bilhões).

Construção civil

O projeto da Embrapii prevê que até 2014 pelo menos 30 centros tecnológicos ligados à empresa estejam em funcionamento no Brasil. Destes, estima-se que pelo menos cinco terão dedicação exclusiva à pesquisa na construção civil. Uma das metas pretendidas pelos idealizadores da empresa é que eles estimulem os processos de industrialização do setor. “Algumas empresas estão com necessidade de construção de plantas piloto neste setor e a Embrapii vai permitir aportar investimentos nestas plantas”, prevê Domingos Manfredi Naveiro, diretor do Instituto Nacional de Tecnologia. “Há vários gargalos tecnológicos em áreas que têm se expandido, como a construção civil”, completa.

A Embrapii também pretende concentrar o maior número de professores-doutores nos laboratórios dos centros tecnológicos. O objetivo da empresa é permitir que a indústria nacional dê um salto em inovação e competitividade no mercado global. “A indústria nacional já avançou no quesito qualidade e agora enxerga que a grande fronteira é a inovação”, avalia Domingos Manfredi Naveiro.

O grupo de trabalho para a instalação da Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) já está em funcionamento e a previsão é que entre em operação em 2012

Entrevistado
Domingos Manfredi Naveiro, diretor do Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCTI)
Currículo

– Engenheiro Mecânico formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
– Tem mestrado e doutorado em engenharia de produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
– Desde 2007 é diretor do Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCTI), onde chefiou por 17 anos a área de desenho industrial
– Também é professor do curso de desenho industrial da PUC-RJ desde 2004
– Atua ainda como conselheiro na Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica (Abipti), Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Associação Estratégica dos Institutos Tecnológicos do Mercosul (ASITM), Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro (Redetec), Instituto Brasileiro da Qualidade Nuclear (IBQN) e Centro de Tecnologia em Dutos (CTDut)
Contato: direcao@int.gov.br / tais.salazar@int.gov.br (assessoria de imprensa)

Créditos Fotos: Divulgação/Justo D’Ávila/INT

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330


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