Shopping Cidade desafia logística na Avenida Paulista
Complexo exigiu algumas soluções inéditas de engenharia, principalmente na fase de escavações e de concretagem da obra
Complexo exigiu algumas soluções inéditas de engenharia, principalmente na fase de escavações e de concretagem da obra
Por: Altair Santos
Como erguer um edifício com 60 metros de altura, acoplado a um shopping center, em uma área de restrição máxima para a construção civil? Foi essa resposta desafiadora que os engenheiros civis envolvidos na construção do complexo Torre Matarazzo e Shopping Cidade São Paulo, em plena Avenida Paulista, tiveram que dar, apostando em soluções de logística, soluções de engenharia, soluções de produtividade e soluções de execução. “Tivemos que realizar planejamentos independentes para cada etapa da obra. Também usufruímos de toda a tecnologia disponível. Desde o uso de gruas até um concreto mais fluído e argamassado, com traços especiais, para que pudesse dar agilidade no descarregamento”, revela Luiz Antonio Nascimento Maria, diretor da Método Engenharia e responsável técnico pela obra.
O concreto especial usado no empreendimento teve a consultoria do professor Paulo Helene. Para descarregar o material, os responsáveis pela construção alugaram um terreno que funcionou como pátio de manobra. Assim, o processo de acoplagem das betoneiras nas duas bombas de descarregamento caiu de 32 minutos para 6 minutos. Isso permitiu que, em média, 100 m³ de concreto fossem agregados diariamente na obra. Ao todo, a edificação, que já teve toda a fase de concretagem concluída, movimentou 5.900 viagens de caminhões betoneiras. O complexo Torre Matarazzo e Shopping Cidade São Paulo consumiu 44.900 m³ de concreto e 4.700 toneladas de aço. “A Avenida Paulista é zona de restrição máxima e não poderia haver erro na data e no horário da concretagem”, lembra o professor da Poli-USP, Ricardo Leopoldo e Silva França, que também atuou como consultor da obra.
Túnel de vento
O engenheiro civil afirma que, no projeto original, o edifício teria 185,3 metros de altura. Readequações impostas pela prefeitura de São Paulo, no entanto, diminuíram o tamanho para 60 metros. Mesmo assim, as fundações originais foram preservadas e as escavações do terreno chegaram a 25 metros de profundidade, o que movimentou cerca de 250 mil m³ de terra. “Decidimos manter as fundações porque submetemos o projeto do complexo a um túnel de vento no Canadá e foi sugerido que a resistência do prédio ao vento deveria ter o limite máximo para os padrões brasileiros. Assim, também preservamos as estacas de até 45 metros de profundidade”, revela Ricardo Leopoldo e Silva França. “No subsolo, são 114 blocos de fundação, em 10 setores independentes (7 no terreno e 3 na torre). Executamos todas as sequências possíveis, dentro da obra, simultaneamente”, completa Luiz Antonio Nascimento Maria.
Com 125 mil m² de área construída, o complexo tem seis pavimentos para o Shopping Cidade São Paulo e 16 para a Torre Matarazzo (13 de lajes corporativas e 3 de pavimentos técnicos). O lobby do prédio tem 24 metros de altura, enquanto o pé direito do andar destinado aos cinemas e teatro conta com 12 metros. “A altura do lobby, principalmente, permitiu que cumpríssemos a exigência ambiental de preservar todas as árvores que existiam no terreno”, completa Luiz Antonio Nascimento Maria. Construída em parceria entre a Cyrela Commercial Properties (CCP) e a Camargo Corrêa Desenvolvimentos Imobiliários (CCDI) a obra está na reta final do cronograma e tende a ser inaugurada no final de 2014. O projeto arquitetônico é assinado por Aflalo & Gasperini Arquitetos.
Entrevistados
Engenheiro civil Ricardo Leopoldo e Silva França, professor da Poli-USP e consultor do complexo Torre Matarazzo e Shopping Cidade São Paulo
Engenheiro civil Luiz Antonio Nascimento Maria, diretor da Método Engenharia e responsável técnico pela obra
Contatos
www.metodo.com.br/atendimento
ricardo@francaeassociados.com.br
Créditos Fotos: Alexandre Ondir/SindusCon-SP/Divulgação/CCP
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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