Seminário internacional mostra que projetos de retrofit causam impacto direto na valorização imobiliária

Após implantação do projeto Cidade Matarazzo, preços dos imóveis na região da Bela Vista aumentaram em até 40%

Vista aérea do projeto Cidade Matarazzo, que passou por um processo completo de retrofit
Crédito: Divulgação

O retrofit tem se consolidado como uma solução essencial para a requalificação urbana e valorização imobiliária, tornando-se um dos principais fatores de recuperação e modernização de edificações históricas e espaços urbanos degradados. O SindusCon-SP organizou um seminário internacional presencial dedicado ao retrofit urbano, reunindo profissionais do setor para discutir tendências, desafios e oportunidades.

O evento contou com palestras de especialistas nacionais e internacionais, que compartilharam cases de sucesso e abordaram aspectos técnicos e econômicos do retrofit. Entre os temas discutidos, destacaram-se as estratégias para viabilizar financeiramente projetos de retrofit e as políticas públicas necessárias para incentivar essa prática no Brasil.

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Segundo Marcos Gavião, diretor adjunto do SindusCon-SP, a renovação de edifícios, mesmo que individualizada, impacta positivamente o entorno e pode estimular um processo coletivo de revitalização urbana. “Além da questão estética e histórica, o retrofit também desempenha um papel estratégico na sustentabilidade, ao promover a reutilização de materiais e a melhoria da eficiência energética dos imóveis”, ressalta.

Cidade Matarazzo: um dos maiores desafios de retrofit do Brasil

Em São Paulo, um dos mais emblemáticos projetos desse segmento chama-se Cidade Matarazzo, uma iniciativa que revitalizou um complexo histórico e o transformou em um centro multiuso de referência internacional.

O Cidade Matarazzo, localizado no bairro da Bela Vista, é um projeto que transformou o antigo Hospital Matarazzo em um complexo de uso misto, incluindo hotelaria, gastronomia, comércio e espaços culturais. O Cidade Matarazzo inclui dez edifícios tombados em um terreno de 30.000 m2.

Maurício Linn Bianchi, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP, participou ativamente da revitalização e destaca os desafios do projeto: “O edifício estava desativado desde 1993 e nenhum investidor nacional enxergou sua vocação. Foi um estrangeiro, Alexandre Allard, quem teve a coragem de enfrentar essa jornada e transformar a área”, relembra.

O empreendimento enfrentou diversas barreiras burocráticas e de financiamento. “Os bancos nem sempre entendem projetos inovadores como o retrofit e preferem esperar a maturidade da ideia, o que pode dificultar investimentos”, explica Bianchi.

Com um investimento de mais de R$ 2 bilhões, o Cidade Matarazzo inclui o luxuoso Rosewood Hotel, inaugurado em janeiro de 2022 e que se tornou um marco na cidade, um hub de investimentos sustentáveis e um centro de convenções altamente requisitado. O projeto é um modelo de como a preservação histórica pode ser economicamente viável e socialmente benéfica. 

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Valorizando o patrimônio e o mercado imobiliário

A revitalização do Cidade Matarazzo trouxe impacto direto na valorização imobiliária da região. Estudos apontam que os preços dos imóveis na Bela Vista aumentaram entre 30% e 40% após a implantação do projeto. “O retrofit é muito mais do que restaurar um prédio. Ele gera riqueza para o entorno, melhora a qualidade urbana e cria novas oportunidades de negócio”, destaca Bianchi.

Preços dos imóveis na Bela Vista aumentaram entre 30% e 40% após a implantação do projeto
Crédito: Divulgação

A iniciativa também teve um impacto social significativo, com geração de aproximadamente 40 milhões de horas trabalhadas, criando oportunidades para mão de obra qualificada. “Conseguimos incluir no projeto profissionais mais experientes que estavam próximos da aposentadoria, valorizando o conhecimento técnico acumulado ao longo dos anos”, afirma Bianchi.

O Retrofit como futuro da construção

Com o sucesso de projetos como o Cidade Matarazzo, especialistas acreditam que o retrofit se tornará uma estratégia cada vez mais adotada no Brasil. Segundo Gavião, a tendência é de que escritórios desatualizados sejam convertidos em moradias e espaços de uso misto, seguindo o exemplo de grandes cidades europeias.

Para que essa prática se torne mais comum, é fundamental que haja incentivos governamentais e maior compreensão por parte das instituições financeiras. “Precisamos de uma legislação mais flexível e de produtos financeiros que estimulem investidores a apostarem em retrofit”, finaliza Bianchi.

O caso do Cidade Matarazzo prova que é possível preservar a história, valorizar o mercado imobiliário e promover a sustentabilidade ao mesmo tempo. O retrofit não é apenas uma solução para prédios antigos, mas um caminho para um futuro mais eficiente e conectado às necessidades urbanas modernas.

Entrevistados

Marcos Ferreira Gavião é graduado em Arquitetura pela FAUUSP, sócio-diretor da Marcos Gavião Arquitetos, diretor adjunto de imobiliário do SindusCon-SP e membro da VPALUM do Secovi-SP.

Maurício Linn Bianchi é graduado em Engenharia Civil pela Universidade Mackenzie, membro do Comitê de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade da entidade e fundador da MLB Engenharia.

Contatos
diretoria@marcosgaviao.com.br
mauriciolbianchi@gmail.com

A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.



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