Secovi-SP divulga desempenho do mercado imobiliário em cidades do interior
Pesquisa realizada em parceria com a Brain levou em conta o primeiro trimestre de 2023
A Secovi-SP e a Brain Inteligência Estratégica divulgaram, em junho, uma análise do mercado imobiliário do interior de São Paulo, com dados detalhados de 31 cidades, referentes ao primeiro trimestre de 2023. A pesquisa incluiu municípios situados nos principais polos econômicos do Estado, com informações referentes a lançamentos, vendas, oferta, valor do metro quadrado, tipologia e outras categorias.
O resultado mostrou que, de janeiro a março de 2023, foram lançadas 8.536 unidades nas 31 cidades participantes, uma queda de 38% na comparação ao mesmo período do ano passado, quando o número chegou a 13.768. Já em relação às vendas, o total chegou a 12.174 unidades, recuo de 23% frente a 2022, que obteve 15.761 comercializações.
“Trata-se de ferramenta fundamental para empresários do setor que atuam nessas regiões”, ressaltou o vice-presidente do Interior do Secovi-SP, Frederico Marcondes Cesar, sobre a abrangência e a importância da pesquisa.
O levantamento mostra que 66% das unidades lançadas (5.628) se encaixam no padrão econômico, referentes às construções do atual Minha Casa, Minha Vida, antigo Casa Verde e Amarela. Os demais padrões completam os 34% restantes. Já em relação ao preço médio do metro quadrado, a análise aponta que o maior valor fica com a Baixada Santista (R$ 8.296,00), seguida pela Região Campinas (R$ 7.808,00), Grande ABC (R$ 7.632,00) e Região Metropolitana de São Paulo (R$ 7.630,00).
“Eu tenho a expectativa de que esse ano não vai ser muito diferente do ano de 2022″, avalia Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP. “Esse mercado [apresentado na pesquisa], mesmo com a queda de vendas, é de 50, 60 mil unidades por ano. Isso é praticamente mais de 100 unidades vendidas todos os dias do ano, pelo interior de São Paulo.”
Durante o webinar promovido para a divulgação dos dados, o especialista aproveitou para fazer uma reflexão sobre o cenário geral do setor. “Nós temos demanda para o primeiro imóvel até 2030. Com todo o crescimento que teve nos últimos anos, o mercado não teve condições de atender a necessidade do país de formação de domicílios permanentes. Por isso que a gente olha o déficit habitacional e ele não abaixa, porque continuamos fazendo puxadinho, continuamos construindo em áreas que não deveríamos construir, continua acontecendo esse tipo de coisa.”
Petrucci também destaca que o SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) financiou 2 bilhões em 2002 e chegou a 200 bilhões em 2021. “Chega uma hora que as coisas precisam de uma certa acomodação. Eu acho que nós chegamos em um pico de crescimento em 2021 e estamos em uma certa decrescente.”
“E, finalmente, eu acho que quem está mais atento hoje à economia, quem está mais olhando a macroeconomia e a microeconomia, é o incorporador. As empresas estão projetando lançamentos, hoje, de uma forma muito mais conservadora, muito mais cuidadosa e com muito mais governança do que faziam há alguns anos, e mesmo em relação ao ano passado”, explicou o economista-chefe.
Fontes
Secovi-SP
Brain Inteligência Estratégica
Jornalista responsável
Fabiana Seragusa
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