Saiba como prosperar no mercado de artefatos de cimento

Diversidade é a palavra-chave atualmente. Crescem os fabricantes que têm variedade de produtos em seus portfólios

Filipe Honorato: é necessário ter em mente as necessidades do mercado, e dizer: eu faço o produto que você precisa Crédito: Cia. de Cimento Itambé
Filipe Honorato: é necessário ter em mente as necessidades do mercado, e dizer: eu faço o produto que você precisa
Crédito: Cia. de Cimento Itambé

Até 2012, os fabricantes de artefatos de cimento não precisavam se preocupar com estratégias de mercado. Quem fabricava só bloco de concreto vendia, quem fabricava só bloco intertravado vendia. No entanto, explica o consultor Filipe Honorato, da Ethos Solutions, o mundo mudou. “Até 2012 havia um mercado artificial, impulsionado pelo Minha Casa Minha Vida, pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e pela entrada das grandes construtoras no mercado de capitais. Tudo o que era produzido vendia, não importando preço nem qualidade. Então, o fabricante que fazia bloco vendia, o que fazia paver vendia. Hoje isso não é mais assim. Fabricantes que sobreviveram e prosperaram são os que diversificaram seus portfólios. Não dá mais para falar: eu produzo bloco, eu produzo paver. É necessário ter em mente as necessidades do mercado, e dizer: eu faço esse produto de que você está precisando”, diz Honorato, em palestra no Concrete Show 2019.

Economista de formação, o consultor estuda o mercado de artefatos de cimento há 20 anos. Segundo ele, o que está impulsionando o setor é a estética. “Hoje, o mercado de produtos com estética cresce 5% ao ano. Ou seja, avança o mercado de artefatos que compete com porcelanatos e hidrossanitários, e que tem designer. Muitos não vêm mais expor aqui na Concrete Show. Estão indo para a Expo Revestir”, relata Filipe Honorato. Ele lembra ainda que estão bem posicionados no mercado os que estabeleceram parcerias com as construtoras locais, com os varejistas de bairro e com as lojas especializadas. “As construtoras locais, que atendem o mercado de uma só cidade, são responsáveis por 75% das obras residenciais no Brasil. Da mesma forma, levar os produtos para o lojista de bairro muitas vezes é mais relevante do que querer expor o produto em uma grande rede de home center. Assim como atingir as lojas especializadas. O brasileiro está cada vez mais atraído por nichos”, destaca.

Adequação dos fabricantes aos processos de industrialização é vital

Outra observação de Filipe Honorato é sobre a adequação dos fabricantes de artefatos de cimento aos processos de industrialização. Tanto na forma de produzir seus produtos quanto no atendimento às necessidades da construtora. “A industrialização do canteiro de obras no Brasil é um caminho sem volta. Hoje, ela representa 28% do que é construído no país, mas vai crescer. Na Itália, já atinge 89% e nos Estados Unidos 98%. É um processo global. Então, o fabricante precisa fazer parte do processo industrial. Isso inclui produzir artefatos pensando em projetos de BIM. É preciso conceber sob o ponto de vista arquitetônico, e não mais pensando apenas na engenharia bruta”, exemplifica o consultor, ressaltando que, obviamente, uma fábrica de artefatos atualmente requer mais investimentos. “Em 2007, quando muitos começaram, investia-se quase o valor de uma bicicleta para iniciar. Hoje, uma fábrica de artefatos não começa se não tiver capital equivalente ao de uma cobertura de prédio de luxo”, finaliza.

Entrevistado
Reportagem com base na palestra “Como a indústria de artefatos tem inovado para conquistar o consumidor”, do economista e consultor sobre artefatos de cimento, Filipe Honorato, dentro da Concrete Show 2019

Contato: concrete@concreteshow.ubm-info.com

 

 

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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