Rota de ciclovias da Europa recebe infraestrutura
Mapeamento da EuroVelo estará totalmente concluído até 2020. A partir de 2017, trechos começam a receber 1,9 bilhão de euros em obras
Mapeamento da EuroVelo estará totalmente concluído até 2020. A partir de 2017, trechos começam a receber 1,9 bilhão de euros em obras
Por: Altair Santos
A Federação Europeia de Ciclistas está concluindo o mapeamento de mais de 70 mil quilômetros de ciclovias em todo o continente. O objetivo é levar infraestrutura a esses trechos, para atender os viajantes que usam a bicicleta como principal veículo de transporte. Dados dos organismos de turismo europeus avaliam que 22 milhões de pessoas pedalam anualmente pelo Velho Continente, percorrendo desde pequenos trajetos, com duração de até 6 horas de viagem, a longos percursos, que levam de semanas a meses para serem concluídos.
As rotas mais populares na Europa são as que cruzam Áustria, França, Alemanha, Sérvia, Eslováquia, Suíça e Reino Unido. Algumas têm mais de cinco mil quilômetros de extensão, como a Rota da Costa do Atlântico (8.186 km), a Trilha da Cortina de Ferro (10.400 km) e a Rota do Mediterrâneo (5.888 km), que vai de Cádiz, na Espanha, até Atenas, na Grécia. A Federação Europeia de Ciclistas batizou essas megaciclovias de EuroVelo, que foram divididas em 15 rotas e devem estar completamente mapeadas até 2020.
Com apoio governamental da União Europeia, o EuroVelo espera atingir seis metas: promover o turismo sustentável, criar um padrão de ciclovia na Europa, normalizar a construção de ciclovias no continente, fornecer infraestrutura aos turistas, desburocratizar o turismo de bicicleta pela Europa e criar uma rede de apoio, incluindo hotéis, lojas e restaurantes, que atenda a esse tipo de público. “O EuroVelo é uma ferramenta para aumentar o número de turistas em toda a Europa e também melhorar as condições de vida da população local, através de oportunidades de negócios, empregos e mobilidade”, define Adam Bodor, diretor da Federação Europeia de Ciclistas, cuja sede fica em Bruxelas, na Bélgica.
Contraste Europa-Brasil
A partir de 2017, o EuroVelo deverá receber um aporte de 1,9 bilhão de euros (quase R$ 8 bilhões) para viabilizar a infraestrutura das ciclovias. O dinheiro virá de programas já existentes nos países da União Europeia, e que têm por finalidade financiar obras de mobilidade – entre elas, construção e manutenção de ciclovias. “Ter ciclovias bem conservadas, e que facilitem o tráfego de bicicletas, é uma preocupação, pois 53% dos turistas que usam esse meio de transporte na Europa têm entre 45 anos e mais de 65 anos”, diz Horst Kraemer, um dos gerentes do EuroVelo.
Diferentemente da Europa, no Brasil ainda é impossível ter uma rota nacional de ciclovias. No país, a luta é para se construir trechos urbanos que possam servir aos ciclistas. Para contribuir com o avanço das vias para bicicletas, a ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) elaborou um documento sobre como construir ciclovias. O guia, assinado pela arquiteta Cristiane Bastos, orienta sobre infraestrutura cicloviária, indo desde a solução para conflitos entre carros, pedestres e bicicletas até a escolha do pavimento ideal para cada tipo de ciclovia.
Entrevistado
Federação Europeia de Ciclistas (via assessoria de comunicação)
Contatos
office@ecf.com
www.eurovelo.com
Crédito Foto: Eurovelo
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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