Robô seleciona agregado reciclado para construir casa

Projeto RE4 tem Espanha e Itália como protagonistas. Prazo para finalizar pesquisa acaba em fevereiro de 2020

Casa-laboratório foi construída em 2016, nos arredores de Madri, e monitorada por 4 anos. Crédito: RE4
Casa-laboratório foi construída em 2016, nos arredores de Madri, e monitorada por 4 anos.
Crédito: RE4

Parceria entre pesquisadores espanhóis e italianos tem foco na construção de habitações com materiais reciclados. Pesquisadores da Espanha projetaram uma casa-laboratório de 2 pavimentos para testar produtos alternativos. A edificação usa agregados de demolição em blocos de concreto e painéis estruturais, além de madeira reciclada e fibras de resíduos plásticos misturadas no concreto do radier. Já os italianos desenvolveram um robô que faz a seleção dos agregados e consegue detectar, através de uma câmera multiespectral e inteligência artificial, quais podem ser usados ou não na obra. 

O projeto é chamado de RE4 pelos pesquisadores. A base é o interior da Espanha, perto de Madri, onde a casa-laboratório está montada e será monitorada até fevereiro de 2020, após 4 anos de sua construção. O pavimento térreo foi viabilizado com blocos pré-fabricados de concreto, a partir de agregados reciclados. Já o pavimento superior teve 65% de sua estrutura construída com madeira de demolição. Ao lado, outra casa foi construída com materiais convencionais. Isso permite que, durante o período de avaliação, os dois sistemas construtivos sejam monitorados simultaneamente e comparados. “O que faremos é uma avaliação do nível térmico e do nível da construção”, diz Felipe Mata Gutiérrez, que gerencia o lado espanhol da pesquisa.

Se ao fim dos 4 anos de acompanhamento da casa-laboratório os resultados forem promissores, os pesquisadores solicitarão mudanças no regulamento europeu de construção sustentável. O objetivo é obter permissão para aumentar o uso de materiais reciclados em novas obras. No entanto, a gerente de projetos María Casado diz que a maior dificuldade está em selecionar a qualidade dos agregados. “Os agregados reciclados de demolição têm uma variedade de materiais, como cascalho, gesso, pedra e asfalto. Isso acaba se misturando e precisa ser classificado adequadamente antes que possa ser reutilizado”, afirma.

Custo do m2 da construção que usa agregado de demolição é 4 vezes maior 

Protótipo do robô projetado na Itália separa e qualifica os agregados, mas ainda atua apenas em laboratório. Crédito: RE4
Protótipo do robô projetado na Itália separa e qualifica os agregados, mas ainda atua apenas em laboratório.
Crédito: RE4

Por isso, engenheiros italianos especializados em robótica foram chamados para participar do projeto. Eles criaram um robô que consegue identificar materiais diferentes, e separá-los por meio de um braço mecânico. O protótipo, por enquanto, atua apenas em laboratório. O gerente de robótica do projeto, Umberto Battista, explica o que precisa evoluir na máquina para que ela possa ser replicada e atuar diretamente em canteiros de demolição. “Obviamente, o robô precisa estar preparado para eventos como poeira, chuva e vento, e terá que ganhar réplicas para separar grandes volumes de materiais”, cita.

Outro empecilho é o custo do m2 da construção que usa agregado de demolição comparado ao da construção convencional. Neste projeto, por causa do robô, chegou a ser 4 vezes maior. Para minimizar custos, o RE4 está ampliando a experiência para outros países. Irlanda do Norte e Taiwan também terão casas-laboratório semelhantes à construída na Espanha. A pesquisa envolve 13 instituições parceiras da ciência e da indústria, financiadas por um programa de pesquisa e inovação da União Europeia – o Horizonte 2020. A meta do programa é promover estratégias tecnológicas para o desenvolvimento de elementos pré-fabricados com materiais reciclados de edifícios demolidos. O projeto é coordenado pelo CETMA (Centro de Pesquisa Europeu de Tecnologia, Design e Materiais [Centro di Ricerche Europeo di Tecnologie, Design e Materiali]) e envolve 8 países – além de Espanha, Itália, Irlanda do Norte e Taiwan, tem também Suécia, Bélgica, Alemanha e República Checa. 

Entenda o projeto da casa-laboratório

Saiba mais sobre o RE4

Entrevistado
CETMA (Centro de Pesquisa Europeu de Tecnologia, Design e Materiais) (via assessoria de imprensa)

Contato
info@cetma.it
www.re4.eu

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330



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