Retrofit do Hotel Nacional do Rio resgata Niemeyer

Edifício com 33 pavimentos cumpriu requisitos da Norma de Desempenho durante a reforma, assim como preceitos de sustentabilidade

Construção do hotel levou dez anos, entre projeto de Niemeyer e inauguração,

Edifício com 33 pavimentos cumpriu requisitos da Norma de Desempenho durante a reforma, assim como preceitos de sustentabilidade

Por: Altair Santos

O Hotel Nacional do Rio é o único do portfólio de Oscar Niemeyer que atende o setor hoteleiro. Projetado e construído no início dos anos 1970 – a inauguração foi em 1972 -, o edifício agrega todo o repertório do arquiteto. Cilíndrico, permite visão 360° de toda a orla da Cidade Maravilhosa. A recepção do hotel é considerada um marco arquitetônico, com um dos maiores vãos livres projetados por Niemeyer, além de permitir visão panorâmica do mar.

Retrofit do Hotel Nacional preservou a fachada e peças originais desde a sua inauguração
Retrofit do Hotel Nacional preservou a fachada e peças originais desde a sua inauguração

Mesmo com todos esses requisitos, o hotel ficou fechado por mais de 20 anos. Sua reinauguração ocorreu dia 15 de dezembro de 2016, data que coincidiu com o aniversário de 109 anos de Oscar Niemeyer e o Dia do Arquiteto. O arquiteto morreu em 2012, mas as características arquitetônicas do Hotel Nacional se mantiveram intocáveis na reforma, graças ao fato de que, desde 1998, o edifício começou a fazer parte do patrimônio tombado da cidade do Rio de Janeiro.

O retrofit ficou sob a responsabilidade do arquiteto Marcos Leite Bastos. “Os cálculos arquitetônicos foram feitos pensando que, de qualquer parte da recepção, seja possível ver o mar à meia distância entre o piso e o teto. Tudo o que o Niemeyer pensou foi mantido, mas demos uma roupagem interna nova ao prédio, principalmente empregando materiais novos e modernos”, disse Bastos.

A fachada envidraçada foi mantida, mas os novos vidros atendem a Norma de Desempenho (ABNT NBR 15575) e são à prova de ruído. Os 33 pavimentos também ganharam novas paredes de vedação para separar os 413 quartos – igualmente atendendo as normas técnicas vigentes. Apesar do retrofit não ter priorizado certificação para prédio verde, a reforma foi ao encontro de soluções sustentáveis ao implantar o novo sistema de ar condicionado e modernizar os projetos hidráulicos e elétricos do edifício.

Antecessor das Torres Gêmeas

Além da manutenção da fachada do Hotel Nacional, o tombamento exigiu também a preservação do paisagismo idealizado há mais de 40 anos por Burle Marx. Também foram resgatadas peças que decoravam o saguão do hotel e tinham sido desmontadas e levadas para depósitos da prefeitura do Rio. Entre elas, um mural com 45 metros de comprimento, do artista plástico Carybé, formado por 270 placas de concreto.

Duas construtoras atuaram no retrofit: Orca Construtora e Lafem Engenharia. As obras foram postergadas e o cronograma inicial, que pretendia reativar o Hotel Nacional para os Jogos Olímpicos de 2016, não foi cumprido. A Lafem Engenharia, que ficou responsável pela reforma no lobby e entre o 5º e o 15º andares, afirma que o prazo de entrega foi respeitado. A reforma total do prédio custou R$ 430 milhões. O hotel foi rebatizado com o nome de Gran Meliá Nacional Rio de Janeiro, pois o grupo espanhol Meliá assumiu a gestão por 20 anos.

Assim como a reforma, a construção do edifício também foi demorada. Levou 10 anos entre a concepção do projeto por Oscar Niemeyer e sua inauguração. Quando foi entregue, o prédio estreou ganhando prêmios internacionais de arquitetura. Foi considerado o edifício mais moderno das Américas até 1973, quando foram concluídas as Torres Gêmeas, nos Estados Unidos, conhecidas como World Trade Center e derrubadas no atentado de 11 de setembro de 2001.

Entrevistados
Arquiteto Marcos Leite Bastos, da Voa Architecture
Lafem Engenharia (via assessoria de imprensa)

Contatos
mbastos@voa.com
lafem@lafem.com.br

Crédito Fotos: Divulgação/Meliá

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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