Reação Álcali-Agregado: 60% das obras não previnem patologia

Cresce também o volume de estruturas jovens, com idade entre 5 anos e 10 anos, que já manifestam o problema

Engenheiro-laboratorista Rafael Holanda: doença que afeta as estruturas de concreto não tem cura. Uma vez instalada, ela só pode ser mitigada Crédito: Cia. de Cimento Itambé
Engenheiro-laboratorista Raphael Holanda: doença que afeta as estruturas de concreto não tem cura. Uma vez instalada, ela só pode ser mitigada
Crédito: Cia. de Cimento Itambé

Um dado preocupante foi apresentado na Concrete Show 2019: 60% das obras viabilizadas no Brasil não realizam testes de laboratório para se prevenir contra uma das patologias mais agressivas para as estruturas de concreto: a Reação Álcali-Agregado (RAA). Pior: cresce o volume de estruturas jovens, com idade entre 5 anos e 10 anos, que já manifestam a patologia. O alerta foi dado pelo engenheiro-laboratorista Raphael Holanda em palestra no evento.

Durante a palestra “A Reatividade Álcali-Agregado (RAA): o câncer do concreto”, o engenheiro destacou que cada 1 real investido em ensaios para prevenir RAA gera uma economia de 125 reais, caso a patologia se desencadeie em uma obra. “Uma bateria de ensaios para RAA está na faixa de 6 mil reais. Se fizermos a conta, dá para ver o quanto a ausência de um teste desse tipo vai custar para a construtora, se a patologia se manifestar”, avalia Raphael Holanda.

O engenheiro-laboratorista também chamou a atenção para o grande número de construtores que desconhecem a patologia. “O mesmo percentual dos que não realizam testes de laboratório é semelhante aos que não têm conhecimento aprofundado da RAA, que são 60%”, diz. Para esses, Raphael Holanda recomenda ver a norma ABNT NBR 15577 – Reatividade álcali-agregado. “A norma foi subdividida em 7 partes e contempla todas as informações necessárias para o correto estudo da RAA”, alerta. 

Outra recomendação dada pelo palestrante é o livro “Guia de prevenção da RAA”, que foi coordenado pelo diretor do IBRACON (Instituto Brasileiro do Concreto), Cláudio Sbrighi Neto, e reúne vários estudos sobre Reação Álcali-Agregado. A publicação suscitou a realização de um workshop, em julho de 2019, promovido pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), pelo IBRACON e pela ABCP (Associação Brasileira de Concreto Portland), e que reuniu 120 profissionais com atuação na área de construção civil. O objetivo do evento foi disseminar conhecimento sobre a patologia. 

Cimento CP IV-32 RS é o mais recomendado para mitigar RAA 

Reação Álcali-Agregado em barragem: obra é uma das mais atingidas pela patologia Crédito: Selmo Chapira Kuperman
Reação Álcali-Agregado em barragem: obra é uma das mais atingidas pela patologia
Crédito: Selmo Chapira Kuperman

A Reação Álcali-Agregado (RAA) é uma reação físico-química que pode provocar a deterioração das estruturas de concreto sob determinadas condições de exposição. A patologia ocorre a partir da combinação de 3 fatores: álcalis (hidróxidos alcalinos), agregado reativo e presença constante de umidade. A RAA causa a expansão de uma substância gelatinosa pelos poros do concreto, levando à ruptura gradual da estrutura. 

No Brasil, os primeiros casos foram detectados nos anos 1970. A prevenção, ensina o Guia, tem 5 passos: classificar a estrutura, determinar o grau de reatividade do agregado, cruzar a informação com as dimensões da estrutura e seu grau de exposição, estabelecer a intensidade da medida preventiva e escolher as opções de mitigação em função dessa intensidade. 

Entre os tipos de cimento, o mais recomendado para mitigar RAA é o CP IV-32 RS. O Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos tem baixo calor de hidratação, o que o torna bastante recomendável na concretagem de grandes volumes e sob temperaturas elevadas. O teor de pozolana reduz os riscos gerados por agregados reativos e ambientes de ataque ácido. É altamente eficiente em argamassas de assentamento e revestimento (com adequada redução do efeito de eflorescência), e em concreto magro, concreto armado, concreto para pavimentos e solo-cimento.

Entrevistado
Reportagem com base na palestra “A Reatividade Álcali-Agregado (RAA): o câncer do concreto”, do engenheiro-laboratorista Raphael Holanda, na Concrete Show 2019.

Contato: concrete@concreteshow.ubm-info.com

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330



Massa Cinzenta

Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.

Veja todos os Conteúdos

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS

Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32

Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40

Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.

Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI

O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.

descubra o cimento certo

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

descubra o cimento certo