Racionalização construtiva

O professor Luiz Sérgio Franco da Escola Politécnica da USP comenta o método de gestão racional das obras previamente planejadas.

Método prevê a racionalização dos processos que envolvem toda a cadeia produtiva da construção

Por: Michel Mello

A racionalização construtiva é um método de gestão que envolve mais do que técnicas e sistemas construtivos. Esse processo diz respeito, principalmente, aos aspectos de organização da cadeia da produção e que vai desde a concepção do projeto, execução até os sistemas de qualidade e gestão da obra.

Luiz Sérgio Franco

O engenheiro civil, Luiz Sérgio Franco, professor titular da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Epusp) que desenvolve essa técnica dentro e fora de sala de aula e também é um dos sócios diretores da Arco Assessoria em Racionalização Construtiva, aconselha: “para um gestor de obras obter sucesso em termos de custos e execução, precisa ter um planejamento claro e definido já na fase de projeto, ou seja, nas primeiras decisões acerca daquilo que se pretende como resultado. E pensar nas tarefas que virão pela frente”.

Procedimentos

“A partir de um estudo preliminar é possível organizar toda a cadeia produtiva e dessa maneira conseguir informações e bons resultados com decisões mais acertadas desde o anteprojeto, estrutura, subsistema e instalações até o desenvolvimento arquitetônico da obra. Com o uso das ferramentas de gestão da tecnologia e da gestão da informação os projetos arquitetônicos têm melhores resultados”, afirma o engenheiro.

Para Franco, muitos problemas relativos a sistemas construtivos no país não são falhas dos sistemas, mas sim da forma como as empresas do setor da construção, construtoras, incorporadoras e fornecedores de material encaram a administração de recursos e de pessoal.

O professor Luiz Sérgio afirma que “quando falamos em processos de organização, logo pensamos também em processos de industrialização e isso representa uma ruptura na forma de produzir. Muitas empresas ainda estão presas a modelos ineficientes e desorganizados e isso precisa mudar, até mesmo para trazer mais lucro e resultados para essas empresas”.

Vantagens

A cultura da racionalização construtiva pode ser incorporada em qualquer momento dentro de uma empresa. E trata-se de uma visão estratégica de longo prazo que pode ser aplicada a diversos setores.

PMCMV

“Especialmente em se tratando das obras do Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV) e as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC I e PAC II), do governo federal, em que as margens de lucro são bastante pequenas principalmente aqueles empreendimentos de zero a três salários mínimos, se as construtoras não fizerem uma gestão precisa e eficiente e empregarem os fundamentos da racionalização construtiva, o volume grande de erro pode representar um alto custo”, ressalta Luiz Sérgio.

Dicas

• Observar os processos e identificar as falhas que são sistêmicas;
• Procurar as causas das falhas que estejam associadas a modelos de gestão;
• Combater a desorganização em projetos e canteiros de obras; e
• Introduzir processos tecnológicos em métodos de execução mais eficientes.

Entrevistado
Luiz Sérgio Franco
Currículo
– Engenheiro civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (PoliUSP).
– Mestre em engenheiro civil pela PoliUSP.
– Doutor em engenharia civil pela PoliUSP.
– Professor e pesquisador da PoliUSP, atuando na área de Tecnologia da Construção de Edifícios, Racionalização e Alvenaria Estrutural e de Vedação.
– Sócio diretor da Arco Assessoria em Racionalização Construtiva, especializada em projetos de vedação vertical, alvenaria estrutural e revestimentos.
Contato: contato@arco.eng.br

Jornalista responsável: Silvia Elmor – MTB 4417/18/57 – Vogg Branded Content


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