Queda de prédio em Fortaleza-CE é alerta para condomínios

Manutenção periódica das edificações é a melhor forma de evitar acidentes e problemas com a estrutura em imóveis

Marcelo Solera, da COSEDI: responsabilidade legal pela manutenção do prédio é do síndico Crédito: Cia. de Cimento Itambé
Marcelo Solera, da COSEDI: responsabilidade legal pela manutenção do prédio é do síndico
Crédito: Cia. de Cimento Itambé

Para o coordenador-técnico da COSEDI (Comissão de Segurança de Edificações e Imóveis), o engenheiro civil Marcelo Solera, a lição que o desabamento do edifício Andrea, em Fortaleza-CE, deixa é de que os condomínios precisam se preocupar com a manutenção das edificações pelas quais são responsáveis. “Houve uma clara negligência do condomínio daquele prédio para com a manutenção. A ponto de comprometer totalmente a estrutura do prédio”, diz o engenheiro, que palestrou recentemente na Habitacon, em Curitiba-PR. 

Solera alerta que a melhor forma de evitar acidentes e problemas com a estrutura em imóveis, que podem causar desabamentos e provocar vítimas, é fazer a manutenção periódica da edificação. A orientação é que, uma vez por ano, o dono do imóvel contrate um engenheiro civil para fazer uma avaliação e verificar se há necessidade de manutenção da edificação. “A responsabilidade legal pela manutenção é do proprietário do imóvel e, no caso de um prédio, do síndico”, alerta o coordenador da COSEDI, organismo ligado à prefeitura de Curitiba.

O engenheiro civil explica que situações preocupantes ocorrem quando o aço de pilares e vigas começa a ficar visível em meio ao concreto – a chamada armadura exposta. “Se isso acontecer, é preciso acionar os organismos competentes. Esse tipo de situação acontece quando a umidade infiltra no concreto, enferruja e oxida o aço, fazendo com que ele se expanda e estoure o concreto. Esse processo deteriora a resistência do concreto e cresce a possibilidade de toda a estrutura desabar”, diz Marcelo Solera. 

Síndicos devem sempre observar pilares, vigas e lajes de concreto dos prédios que administram

O coordenador da COSEDI recomenda sempre que os síndicos observem pilares, vigas e lajes de concreto. “Uma fissura capilar nesses pontos é mais preocupante que uma rachadura em uma parede de alvenaria não-estrutural”, orienta. “Afundamento no imóvel é outra situação preocupante, por indicar problemas na fundação ou desestabilização do solo. Telhado também requer cuidados, pois uma infiltração de água de chuva pode apodrecer o madeiramento e causar a queda da cobertura”, completa.

O coordenador da COSEDI recomenda que o revestimento das fachadas e a pintura estejam sempre bem conservadas, pois contribuem para minimizar a entrada de umidade nas estruturas da edificação. Esse tipo de manutenção foi negligenciada no prédio que desabou em Fortaleza-CE, no dia 15 de outubro de 2019. Havia 14 anos que a edificação começou a revelar problemas estruturais, o que foi confirmado pelo CREA-CE. A tragédia deixou um saldo de 9 mortes.

O presidente do CREA-CE, Emanuel Maia Mota, acrescenta que contribuiu para o desabamento o fato da lei de inspeção predial da capital cearense não ser respeitada. “Temos registrado repetidos acidentes causados pela falta de manutenção das construções. E mesmo quando essas edificações tinham alvará, o poder público não tinha detalhes sobre o plano de manutenção da estrutura predial”, afirma. O edifício Andrea foi construído há 40 anos, mas a prefeitura de Fortaleza só tinha registro da obra a partir de 15 de setembro de 1995. 

Ouça áudio da palestra

Entrevistado
Reportagem com base na palestra “Riscos estruturais iminentes e obrigatoriedade de manutenção em condomínios”, do engenheiro civil Marcelo Solera, coordenador-técnico da COSEDI (Comissão de Segurança de Edificações e Imóveis), na Habitacon
Contato: cosed@smds.curitiba.pr.gov.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330



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