Quais serão as profissões do futuro na construção civil?
Até 2030, canteiros de obras terão especialistas em robótica, impressão 3D de grande porte e inteligência artificial
Nos próximos 11 anos, a construção civil deverá agregar pelo menos cinco novas profissões na área de planejamento e no canteiro de obras. É o que aponta o 8º Mapa do Ensino Superior, divulgado pelo Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior). A projeção vai de encontro ao que prevêem consultores de recursos humanos. Entre as profissões que devem ganhar espaço nas construtoras, empreiteiras e incorporadoras estão o de gestor de novos negócios em inteligência artificial, gestor de resíduos, especialista em impressão 3D de grande porte, engenheiro climático e técnico de manutenção de robôs.
São especializações às quais os engenheiros civis podem se encaixar. No caso do gestor de novos negócios em inteligência artificial, a função será desenvolver projetos que melhorem a área de suprimentos, de planejamento e de segurança no canteiro, a fim de mitigar o risco de atrasos no cronograma. Para a função, é preciso ter conhecimento de programação e de gestão de obras. Já o gestor de resíduos deve pensar em estratégias que dêem o direcionamento correto aos descartes do canteiro de obras, além de viabilizar o encaminhamento dos resíduos para a reciclagem, transformando-os em fonte de renda.
No caso do especialista em impressão 3D para obras de grande porte, a aposta é de que futuramente esse se torne um ramo da engenharia civil e da construção industrializada do concreto. A tecnologia tende a abraçar a construção de pontes, viadutos, túneis e ferrovias, além de estruturas para usinas eólicas, hidrelétricas e rodovias que usem pavimento rígido. É uma especialidade que, assim como a do gestor de inteligência artificial, tende a andar casada com a de técnico de manutenção de robôs. A previsão é de que as máquinas substituam a mão de obra em várias funções dentro do canteiro de obras, e será necessário alguém que as conserte quando precisarem de reparo ou manutenção.
Mais de dez áreas serão impactadas pela transformação em curso do mercado de trabalho
Outra nova profissão que deve se agregar à construção civil é a de engenheiro climático. Com conhecimento em meteorologia e microclimas, ele poderá influenciar em projetos arquitetônicos, orientando sobre os materiais que melhor cumpram desempenho térmico em determinada região. Além disso, poderá desenvolver relatórios que apontem a vulnerabilidade de certas áreas a desastres climáticos e suas consequências, como desmoronamentos, deslizamentos e enchentes. Isso fornecerá subsídios de prevenção ao projeto-executivo.
O estudo que consta do 8º Mapa do Ensino Superior abrange mais de uma dezena de áreas que devem ser impactadas por novas profissões: educação, humanidades e artes, ciências sociais, negócios e direito, ciências, matemática e computação, engenharia, produção e construção, agricultura e veterinária, saúde e bem-estar social, e serviços. O levantamento teve como base os dados fornecidos por relatórios de Big Data Analytics e analistas de recursos humanos.
Entrevistado
Reportagem com base em projeções do 8º Mapa do Ensino Superior, divulgado pelo Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior)
Contato: universidadecorporativa@semesp.org.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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