Protegida de patologias, Itaipu faz 40 anos e recebe CBPAT

Marco da engenharia mundial, usina hidrelétrica é modelo para monitoramento e prevenção contra as manifestações que atingem o concreto

Marco da engenharia mundial, usina hidrelétrica é modelo para monitoramento e prevenção contra as manifestações que atingem o concreto

Por: Altair Santos

Tudo na hidrelétrica de Itaipu é superlativo. A usina, que dia 17 de maio de 2014 comemorou 40 anos – a data marca a fundação da empresa Itaipu Binacional, que proporcionou a construção da barragem -, consumiu 12,7 milhões de m³ de concreto. A obra se deu ao longo de sete anos (1975 a 1982) e neste período consumiu aproximadamente 500 mil toneladas por ano de construção. Depois de pronto, o empreendimento propôs outro desafio à engenharia civil brasileira: como operar a manutenção e preveni-lo de patologias que atingem o concreto, o que desencadeou os primeiros estudos sobre esse tema no país. Não foi à toa, então, que o Parque Tecnológico de Itaipu sediou de 21 a 23 de maio o 1º Congresso Brasileiro de Patologia das Construções (CBPAT).

Hidrelétrica de Itaipu, cenário do 1º CBPAT: obra coincidiu com primeiros estudos sobre patologia das construções no Brasil

O evento reuniu nomes consagrados e pioneiros no estudo de patologias do concreto dentro das escolas de engenharia das universidades brasileiras. Entre eles, o professor Paulo Helene, da Universidade de São Paulo (USP). Ph.D no assunto, ele destacou que Itaipu serviu como um divisor de águas na engenharia civil brasileira. “A partir desta obra monumental, fruto da união de esforços de duas nações, a engenharia em nosso país passou a ser vista com outros olhos, sob o ponto de vista internacional. Lembro que essa obra começou quando finalizava minha graduação e, desde então, muitos avanços ocorreram. Mas Itaipu continua sendo um marco. Temos nesta barragem quarenta anos de engenharia”, destaca.

Itaipu é monitorada diariamente por uma equipe interdisciplinar de engenheiros e por dois mil equipamentos distribuídos ao longo da barragem, que medem a resistência da megaobra. Além disso, conta com um laboratório de tecnologia do concreto que é referência na América Latina. É a partir dele que são desenvolvidas atividades relacionadas ao controle e à qualidade das estruturas da usina. A área de ação do laboratório também inclui estudos geológicos do terreno onde está instalada a hidrelétrica. Eles permitem confirmar os parâmetros geomecânicos, a fim de que sejam executados trabalhos que aliviem as subpressões atuantes na fundação. “Por tudo isso, a abertura deste congresso só poderia ser realizada aqui, na jusante da Itaipu”, exalta o também Ph.D em patologias, Luiz Carlos Pinto da Silva Filho.

Para o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) José Marques Filho – especialista em construção e manutenção de barragens -, a importância de Itaipu para o estudo de manifestações patológicas começa em seu projeto. “Houve um estudo de análise de risco muito qualificado. Nele foram previstas as manifestações e, com base nisso, programado o controle de vida útil da usina. Itaipu é uma obra que precisa que sua vida útil seja prorrogada sempre. Por isso, exige conceitos diferentes de estudos de patologia do concreto”, ressalta, resumindo em uma frase a importância da hidrelétrica para o Brasil. “Itaipu é tão relevante para o país, que basta dizer que se ela ficar dois minutos desligada o sistema de energia brasileiro entra em colapso.”

Entrevistados
– Engenheiro civil Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, professor e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil (PPGEC) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Conselheiro e dirigente de organismos como IBRACON, IBAPE-RS, ACI, ALCONPAT e ABNT
Engenheiro civil Paulo Roberto do Lago Helene, professor da USP, consultor e diretor da PhD Engenharia
Contatos
lcarlos@cpgec.ufrgs.br
paulo.helene@poli.usp.br

Crédito Foto: banco de imagens

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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