Premiado, “Rodoanel australiano” é executado em 3 anos
Complexidade do projeto e execução em tempo recorde fazem com que obra tenha reconhecimento internacional
O Toowoomba Second Range Crossing é um anel rodoviário com 41 quilômetros de extensão, cujas obras começaram em abril de 2016 e foram inauguradas em setembro de 2019. Ele tira o tráfego pesado da área urbana de Toowoomba, cidade do estado de Queensland, na Austrália. O trecho rodoviário conta com 30 estruturas de pontes e viadutos, entre outras obras de arte. A complexidade do projeto e sua execução em tempo considerado recorde renderam o prêmio ENR Global Best Project Awards – o Oscar da engenharia de infraestrutura -, no segmento “rodovia e mobilidade urbana”.
Além de desviar o tráfego de quase 25 mil veículos por dia do perímetro urbano de Toowoomba, o novo trecho rodoviário australiano encurtou o percurso em 40 minutos em direção ao porto de Brisbane. A um custo de 1,6 bilhão de dólares, a obra conta com duas pistas, cada uma com duas faixas e acostamento, 2 rampas de emergência para caminhões, conexões com outras rodovias e 6 trincheiras para passagens de trens. Todo veículo pesado que for na direção de Toowoomba é obrigado a desviar pelo anel viário, que conta com apenas uma praça de pedágio ao longo de todos os 41 quilômetros.
Comparativamente, o Toowoomba Second Range Crossing equivale ao Rodoanel da cidade de São Paulo, cujas obras iniciaram em 1998 e ainda não foram 100% concluídas. Falta a alça norte, que começou a ser executada em 2013 e cuja previsão de término é 2023, a um custo de 9,7 bilhões de reais. Quando foi lançado, há 22 anos, o anel viário que tira o tráfego pesado da capital paulista estava orçado em 9,9 bilhões de reais. Atualmente, a obra não será finalizada por menos de 26 bilhões, contando os trechos oeste, sul e leste, já concluídos.
Obras do trecho norte do Rodoanel de São Paulo-SP serão retomadas em 2021
Obviamente, o Rodoanel paulistano é uma obra mais complexa que o “Rodoanel australiano”. Sua extensão é de 176,5 quilômetros, desviando um fluxo diário de 193 mil veículos pesados do perímetro urbano de São Paulo-SP. Quando estiver totalmente executado, o anel viário vai interligar 14 rodovias ao longo de seus quatro trechos. Também é superlativa a quantidade de obras de arte especiais e volume de concreto. Só o trecho sul – o maior de todos, com 57 quilômetros – tem 134 pontes, viadutos, passagens inferiores e superiores, que consumiram 348 mil m3 de concreto pré-moldado. Outros 458 mil m3 estão no pavimento de concreto que reveste o complexo rodoviário.
O trecho leste, com 43,5 quilômetros, consumiu 550 mil m3 de concreto, dos quais quase 45 mil m3 foram empregados no túnel Santa Luzia, a obra de arte mais complexa do percurso. O traçado também conta com 16 quilômetros de pista elevada. Já o trecho oeste – o primeiro a ficar pronto, em 2002 – tem 32 quilômetros, dos quais 75% são em pavimento rígido. O percurso consumiu 120 mil m3 de CCR (concreto compactado a rolo) e 230 mil m3 de revestimento em concreto para o tráfego de veículos.
O trecho norte, com 44 quilômetros, é o que terá o maior número de obras de arte, por cruzar setores urbanizados e áreas de proteção ambiental, entre elas a Serra da Cantareira. Serão 14 túneis, 44 pontes e 63 viadutos. As obras estavam paralisadas desde 2018 e serão retomadas em fevereiro de 2021, segundo o governo de São Paulo. Nesse percurso, o pavimento de concreto estará limitado aos trechos dos túneis.
Entrevistado
Departamento de Transporte de Queensland, na Austrália (via assessoria de imprensa)
DERSA – Desenvolvimento Rodoviário S/A (via assessoria de imprensa)
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