Pré-fabricado foi decisivo para viabilizar estádios
Sete dos doze palcos da Copa do Mundo utilizaram o sistema construtivo. Para a ABCIC, setor mostrou todo seu potencial e está consolidado no país
Sete dos doze palcos da Copa do Mundo utilizaram o sistema construtivo. Para a ABCIC, setor mostrou todo seu potencial e está consolidado no país
Por: Altair Santos
Os estádios brasileiros para a Copa do Mundo de 2014 começaram a entrar em obras no começo de 2010. Seis ficaram prontos no primeiro semestre de 2012. Outros seis devem ser concluídos até dezembro de 2013. Com o cronograma apertado, a utilização de estruturas pré-fabricadas de concreto foram decisivas para que ficassem prontos dentro dos prazos estabelecidos pela Fifa, como explica a presidente-executiva da ABCIC (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto) Iria Doniak. “As estruturas pré-fabricadas de concreto, sejam elas pré-fabricadas em indústrias ou pré-moldadas em canteiro, tiveram um papel determinante na viabilização do prazo sem que houvesse detrimento da qualidade destas obras”, diz.
A rigor, todos os 12 estádios se utilizaram, em maior ou menor volume, de peças pré-fabricadas. O sistema construtivo envolveu aproximadamente um milhão de metros cúbicos de concreto. Os que mais utilizaram esse modelo de estrutura foram a Arena Corinthians, em São Paulo, e a Arena Fonte Nova, em Salvador. Em cada um deles houve a utilização de inovações que se tornarão referência para a indústria de pré-fabricados daqui para frente. “No caso da Arena Corinthians, destacam as soluções encontradas para que as peças fossem emendadas. Já a Arena Fonte Nova, que é um estádio em formato circular, a modulação dos elementos pré-fabricados exigiu bastante do fabricante e foi muito bem desenvolvida e aplicada. Lembrando que, no caso da Fonte Nova, 100% das peças foram produzidas dentro da indústria”, afirma Iria Doniak.
No caso da Arena Corinthians, a maior parte das peças foi desenvolvida no canteiro de obras. O estádio é o que mais utilizou elementos pré-fabricados, entre os que irão sediar jogos da Copa. Quando totalmente concluída, a obra terá consumido 3.100 estacas e estacas-raiz, 594 pilares, 3.274 vigas e 11.682 lajes. As peças pesadas, como pilares, vigas e vigas-jacaré, foram fabricadas no próprio canteiro. Já as arquibancadas e lajes alveolares, por serem mais leves, tiveram produção em uma indústria localizada em Santana de Parnaíba, na região metropolitana de São Paulo. Para os fabricantes do setor envolvidos na construção dos estádios, a ABCIC disponibilizou um vasto volume de informações. “Promovemos um evento em 2009, intitulado Pré-Fabricação e a Copa de 2014, e trouxemos um profissional de fora que já tinha projetado estádios com estrutura de pré-fabricados para fazer uma palestra”, revela Iria Doniak.
Para a ABCIC, a Copa do Mundo trouxe visibilidade para a indústria de pré-fabricados de concreto, mas a expectativa é que o volume de obras que utiliza esse sistema construtivo não sofra impacto com o fim do evento. Pelo contrário, a presidente-executiva do organismo avalia que os projetos de infraestrutura que começam a se viabilizar continuarão a exigir demanda do setor. “Estamos presentes nos aeroportos de Brasília, de Guarulhos e de Viracopos, e há também novas viabilidades em outras obras, como estradas e portos. Além disso, têm os segmentos tradicionais que utilizam pré-moldado, como a indústria, shopping centers, centros de distribuição e de logística”, avalia Iria Doniak, na expectativa de que nos próximos anos o setor também mostre o seu potencial no segmento habitacional. “Para isso, os jogos olímpicos de 2016 são uma janela importante. Na vila olímpica em construção no Rio de Janeiro, os edifícios em obras utilizam estruturas pré-moldadas de concreto”, completa.
Entrevistada
Engenheira civil Iria Doniak, presidente-executiva da ABCIC (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto)
Contato: abcic@abcic.org.br
Crédito foto: Divulgação/Odebrecht/ABCIC
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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