Pontes e viadutos pré-fabricados viram tendência no Brasil

Congresso realizado pela ABECE e pela ABPE mostra vantagens da construção industrializada em obras rodoviárias

Contorno de Florianópolis
Contorno de Florianópolis: complexo viário no entorno da capital catarinense investe maciçamente em elementos pré-fabricados. Crédito: Arteris

No XI Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas, realizado dias 16 e 17 de maio em São Paulo-SP, e promovido pela ABECE (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural) e pela ABPE (Associação Brasileira de Pontes e Estruturas), ficou evidente o quanto a construção industrializada do concreto tem se tornado uma tendência em projetos de pontes e viadutos. Em palestra, os engenheiros civis Luiz Livi e Charles Hipólito mostraram as vantagens do sistema e como ele vem se propagando em obras de infraestrutura.

Livi destaca que o cerne do pré-fabricado é fazer bem feito, e rápido. “É um sistema que dá agilidade às obras, por causa da repetição de peças, o que resulta em custo menor e mais segurança no canteiro de obras, assim como reduz substancialmente o contingente de mão de obra. Também define obras com maior sustentabilidade. Tanto é que boa parte dos projetos de infraestrutura que buscam certificação investe na construção industrializada”, afirma.

O engenheiro civil, que é associado da ABECE e da ABCIC (Associação Brasileira da Construção Industrializada do Concreto), além de atuar na consultoria de projetos focados na construção industrializada do concreto, citou o complexo viário do Porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro, como um exemplo bem-sucedido. A obra foi inaugurada em 2014 e o projeto original previa uma construção convencional, com a concretagem in loco, mas só foi viabilizado com a aplicação de pré-fabricados. O mesmo ocorre com o contorno rodoviário de Florianópolis-SC, que está em construção para desviar o tráfego pesado do trecho urbano da BR-101 na capital catarinense.

Contorno rodoviário de Florianópolis já consumiu 4.200 m3 de concreto industrializado

A alteração do projeto, para priorizar a construção industrializada, se deu por duas razões: a presença de uma fábrica na região de Governador Celso Ramos-SC, perto do canteiro de obras, e a possibilidade de racionalizar a construção de pontes e viadutos, usando vigas de 20 m, 25 m e 30 m, lajes protendidas e longarinas de até 30 m. “Padronizar obras de arte é o trunfo da pré-fabricação”, destaca Luiz Livi, que lança o desafio: “Vamos pré-fabricar mais? Que tal trazer a obra para dentro de uma fábrica, com controle do projeto, controle de insumos, controle de toda a interface da obra?”

O contorno rodoviário de Florianópolis já consumiu 4.200 m3 de concreto industrializado nos trechos em construção. No entanto, a obra encontra-se atrasada. Havia a previsão de que fosse inaugurada em 2019, mas a conclusão já foi adiada para 2021. Desapropriações, licença ambiental de 3,6 quilômetros e aprovação de novo projeto orçamentário são as principais causas do atraso. O empreendimento envolve um desvio de 50 quilômetros, dos quais 35 quilômetros já têm canteiro de obras instalado.

Entre os desafios do contorno rodoviário no entorno da capital catarinense, para a construção industrializada, estão os solos móveis da região. Isso exige uma compactação maior para a instalação das peças. “Independentemente do tempo da obra, as estruturas de concreto pré-fabricado estão guardadas na fábrica”, frisa Charles Hipólito, ao destacar mais uma das vantagens da aplicação do sistema na construção de pontes e viadutos.

Entrevistado
Reportagem com base na palestra “Pontes Pré-Fabricadas: viaduto de acesso ao Porto de Itaguaí-RJ e contorno rodoviário de Florianópolis”, concedida pelos engenheiros civis Luiz Livi e Charles Hipólito

Contato: abece@abece.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Massa Cinzenta

Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.

Veja todos os Conteúdos

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS

Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32

Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40

Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.

Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI

O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.

descubra o cimento certo

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

descubra o cimento certo