Ponte sobre o rio Madeira une a última fronteira do Brasil
Estrutura de 1.507 metros consumiu 29 mil m³ de concreto e agora é a principal ligação entre Acre e Rondônia
O Acre era o único estado do Brasil que ainda não estava ligado à malha rodoviária do país. Para se conectar às estradas que levam para outras regiões, os acreanos precisavam fazer a travessia do rio Madeira através de balsa. Desde 7 de maio de 2021, isso acabou. Foi inaugurada a Ponte do Abunã, que cruza o Madeira, ligando o Acre com Rondônia pela BR-364, e unindo a última fronteira rodoviária do Brasil.
A obra foi desafiadora sob o aspecto da engenharia. O projeto sofreu 3 alterações, duas delas já com a construção em andamento. Uma por causa das cheias do Madeira – a maior delas ocorreu em 2014 – e outra devido à correnteza do rio, que cruza a ponte a uma velocidade média de 25 km/h. Também houve escassez de recursos entre 2014 e 2018, e a obra só ganhou ritmo a partir de 2019. “A enchente de 2014 acendeu o alerta e a ponte voltou para a prancheta, a fim de que o projeto fosse revisado”, diz o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.
Inicialmente, a ponte teria pouco mais de 1.047 metros de extensão, mas precisou de um prolongamento de 460 metros para ganhar altura e ficar protegida de futuras enchentes causadas pelo rio Madeira. O solo mole também exigiu que fossem cravadas 145 estacas para reforçar as fundações do elevado, além da necessidade de aterros com quase 3 quilômetros de extensão para ligar as cabeceiras da ponte à rodovia.
A obra consumiu o equivalente a 29 mil m³ de concreto, entre elementos pré-moldados e estruturas de concreto armado. Depois de todas as alterações no projeto e dos períodos de interrupções da obra, a execução final ficou a cargo da empreiteira Arteleste Construções.
Estima-se que 2 mil veículos vão circular diariamente pela Ponte do Abunã
No portfólio de apresentação da ponte, a empresa relata os desafios da construção: “O maior é a força do rio, que sobe 10 metros na época chuvosa. Isso tornou muito difícil a execução das estacas, principalmente na parte mais profunda do rio. Além disso, as águas trazem muitos detritos, principalmente madeira, que se acumulam nas estacas e blocos de fundação, o que fez com que o projeto sofresse alterações.”
Oficialmente, a Ponte do Abunã tem 1.507 metros de extensão e 14,9 metros de largura. Ela ganhou esse nome por estar no distrito de Abunã, em Rondônia. O custo chegou a 154 milhões e 124 mil reais. Além de ponte, foi construído um complexo viário de 2,7 quilômetros na BR-364, o qual permite o acesso aos dois lados da obra de arte especial. Estima-se que circularão 2 mil veículos diariamente pela estrutura recentemente inaugurada, dos quais 60% serão caminhões.
Por isso, o DNIT já reservou mais de 1 milhão de reais para promover a iluminação da Ponte do Abunã. Essa etapa deve começar no 2º semestre. De qualquer forma, o tráfego sobre a ponte que cruza o rio Madeira já está liberado e o tempo de viagem entre as capitais de Rondônia (Porto Velho) e Acre (Rio Branco) será encurtado em duas horas. A obra também deve impactar positivamente no custo de vida dos acreanos. A Federação das Indústrias do Estado do Acre (FIEAC) calcula que alimentos e materiais de construção fiquem cerca de 6% mais baratos para o consumidor, por conta da redução no preço do frete.
Entrevistado
Ministério da Infraestrutura, governo de Rondônia e Arteleste Construções (via assessorias de imprensa)
Contatos
aescom@infraestrutura.gov.br
secomrondonia@gmail.com
arteleste@arteleste.com.br
Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330
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