Ponte de Laguna é marco da engenharia nacional

Obra de infraestrutura construída no trecho catarinense da BR-101 começa a funcionar em julho, tornando-se referência a futuros projetos

Obra de infraestrutura construída no trecho catarinense da BR-101 começa a funcionar em julho, tornando-se referência a futuros projetos

Por: Altair Santos

Relevante obra para o tráfego de transporte rodoviário no Sul do país, a Ponte de Laguna entra em operação até a segunda quinzena de julho de 2015. A construção começou em 2012 e, junto com o trecho leste do Rodoanel de São Paulo, é a única no Brasil a usar a tecnologia de cimbramento móvel. O sistema permite construir grandes vãos com estruturas mais leves e de forma mais rápida. Através dele, a concretagem in loco das aduelas ocorre dentro do equipamento, evitando contato com o solo. É ideal para obras erguidas em áreas alagadas ou sobre braços de mar, como é o ambiente em que se localiza a Ponte de Laguna.

Ponte de Laguna: obra consumiu 86.772 m³ de concreto usinado
Ponte de Laguna: obra consumiu 86.772 m³ de concreto usinado

No caso da superestrutura construída no trecho catarinense da BR-101, no município de Laguna-SC, a tecnologia de cimbramento móvel foi usada pela primeira vez no Brasil para viabilizar uma ponte em curva. Por isso, a construção é considerada um marco da engenharia nacional, como explicou o engenheiro civil Bruno Galvani Oliveira. Ele citou a obra como case no VIII Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas, realizado pela ABECE (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural) e pela ABPE (Associação Brasileira de Pontes e Estruturas) entre 21 e 22 de maio.

Bruno Galvani Oliveira disse que a Ponte de Laguna estabeleceu um recorde de concretagem no país, através do sistema de cimbramento móvel. “Conseguimos concretar 50 metros de ponte em três dias e meio”, revelou. O engenheiro explicou também que o equipamento permitiu usar menos aço no concreto protendido. “Com isso, construímos tabuleiros com menor número de juntas, reduzindo o risco de corrosões. Consequentemente, a durabilidade da obra será muito maior”, explicou.

Fluxo de até 30 mil veículos por dia
O engenheiro citou que a Ponte de Laguna tem 52 vãos. O central (estaiado) mede 500 metros, com dois adjacentes de 100 metros cada um. Além disso, conta com outros 49 vãos de 50 metros. Segundo dados do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), a extensão da ponte é de 2.830 metros. Ela foi construída com 588 aduelas, das quais 94 estão no trecho estaiado. Cada aduela pesa em torno de 60 toneladas.

O vão principal é sustentado por 60 estais (cabos), sendo 52 longitudinais e 8 transversais (nos mastros). A altura dos mastros centrais chega a 66 metros. Ao todo, a obra consumiu 86.772 m³ de concreto dosado em central. O volume seria capaz de encher 3.471 piscinas olímpicas, com capacidade para 25 mil litros. A Ponte de Laguna também usou 12.520 toneladas de aço. As pistas medem 25,3 metros cada e a expectativa de fluxo de veículos é de 27 mil a 30 mil por dia. O consórcio da obra foi liderado pela Camargo Corrêa e o custo final chegou a R$ 695 milhões, envolvendo 1.700 trabalhadores em seu canteiro de obras.

Entrevistados
– Engenheiro civil Bruno Galvani Oliveira, business development manager da BERD (Bridge Engineering Research & Design), com sede em Portugal
– Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) (via assessoria de imprensa)

Contatos
info@berd.eu
imprensa@dnit.gov.br

Créditos Fotos: Jurandir Figueiredo, Divulgação/Dnit, Guarnição Especial PM Laguna e Divulgação/ABECE

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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