Planta flexível sem custo é nova tendência

Em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, modalidade abrange cada vez mais os prédios residenciais. No sul, predomina em edifícios comerciais

Em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, modalidade abrange cada vez mais os prédios residenciais. No sul, predomina em edifícios comerciais

Por: Altair Santos

Construtoras que oferecerem plantas flexíveis não é mais novidade no mercado imobiliário brasileiro. No entanto, as empresas decidiram dar um passo à frente: passaram a não cobrar mais pelo serviço. O comprador de um apartamento pode dispor, em alguns casos, de até 14 opções de plantas para personalizar sua moradia. Além da flexibilidade gratuita, algumas construtoras também já permitem mexer nas chamadas peças úmidas das unidades (banheiros, cozinhas e áreas de serviço) ampliando, diminuindo ou transformando-os em cômodos alternativos, como home office.

Em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, modalidade abrange cada vez mais os prédios residenciais. No sul, predomina em edifícios comerciais

Outra mudança no mercado é que as plantas flexíveis, antes limitadas a apartamentos padrão A, agora estão disponíveis também para lançamentos de imóveis com área inferior a 70 m². Essa já é uma tendência em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte. Nos estados do Sul, porém, prevalece a flexibilidade para apartamentos com padrões mais altos. “Em geral, a oferta de mudanças na planta é maior para as classes mais altas e menor para a classe média. Mas observa-se uma grande oferta de plantas flexíveis em imóveis comerciais”, diz Marcos Kahtalian, consultor de marketing do SindusCon-PR.

Para o especialista, a oferta de plantas flexíveis tornou-se uma forte estratégia de mercado. Tanto é que, depois da popularização desta modalidade de venda, construtoras e incorporadoras já começam a adotar novas medidas para se diferenciar perante o consumidor. Uma delas é personalizar o apartamento do cliente. Neste caso, a empresa disponibiliza para o comprador uma seleção de kits de material de acabamento, a fim de tornar o imóvel diferente dos demais. Quem adere ao pacote paga uma diferença no valor, mas isso não tem impedido que essa inovação nas vendas traga bons resultados.

O perfil do consumidor também determina o sucesso das plantas flexíveis e da personalização dos imóveis. Em mercados como os de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, quem opta por apartamentos com essas características são jovens profissionais que estão iniciando um novo ciclo de vida – ou seja, saindo da casa dos pais – ou adultos divorciados. Outro fator que tem impulsionado esse segmento é a entrada em vigor da norma de desempenho – ABNT NBR 15575. As exigências termoacústicas para projetos de edifícios têm sido incorporadas pelo mercado imobiliário como diferenciais.

Plantas flexíveis: no sul do país, elas ainda atendem apenas apartamentos de alto padrão

Sistema construtivo

Sob o ponto de vista construtivo, boa parte dos projetos de edifícios que oferecem plantas flexíveis tem seus pavimentos construídos com lajes treliçadas bidirecionais com EPS. Entre as vantagens, elas permitem executar panos de lajes de grandes dimensões, proporcionando a flexibilidade nos pavimentos.

O sistema possibilita alterar as posições das paredes sem a tradicional interferência de vigas. Além disso, facilita embutir tubulações, eliminando rebaixos e forros falsos. “O planejamento de engenharia evoluiu para permitir a flexibilização das plantas”, atesta Marcos Kahtalian.


Entrevistado

Marcos Kahtalian, consultor de marketing do SindusCon-PR (Sindicato da Indústria da Construção do Paraná)
Contato: marcosk@swi.com.br

Crédito Foto: Divulgação/SindusCon-PR

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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