Pisos industriais de concreto ganham novo status

Projetos, procedimentos de execução e tecnologia de materiais fazem revestimento cumprir mais do que uma função estrutural.

Projetos, procedimentos de execução e tecnologia de novos materiais fazem revestimentos cumprir mais do que uma função estrutural
Por: Altair Santos

Equipamentos e técnicas inovadoras elevam os pisos de concreto a um outro patamar. Antes confinados ao chão da fábrica, eles ganharam sofisticação e começam a chegar aos shopping centers, aos ambientes de escritório, aos hospitais, às universidades e até ao ambiente doméstico. “O que fez o setor de pisos de concreto se desenvolver nos últimos anos foi, em primeiro lugar, a percepção, por parte do usuário, que um bom piso é essencial para o desempenho da sua atividade. Além disso, houve avanços no detalhamento de projetos, procedimentos de execução e tecnologia de materiais”, afirma Júlio Portella Montardo, presidente da Anapre (Associação Nacional de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho).

Júlio Portella Montardo, presidente da Anapre: conceito de piso industrial não se limita só ao chão da fábrica.

Montardo explica que o que ocorreu foi a expansão do conceito de “piso industrial“. “Antigamente, convencionava-se chamar de piso industrial os revestimentos de concreto dos galpões. Hoje em dia, esse conceito abraçou os pisos de obras comerciais, como supermercados e shopping centers, assim como áreas de grande circulação, como a garagem de um condomínio ou o pátio de uma escola”, observa. “Portanto, o piso deixou de ser somente uma parte da estrutura do galpão. Atualmente, é muito mais que isso. O piso afeta o dia a dia do empreendimento, agindo diretamente em sua operação”, completa.

Entre as evoluções tecnológicas que transformaram o piso industrial estão os selantes a base de epóxi e de poliuretano, desenvolvidos para juntas de dilatação, além de endurecedores de superfície, que reagem com os materiais químicos existentes no concreto e aumentam a resistência à abrasão. Esses novos materiais servem também para recuperar fissuras no substrato de pisos já construídos, através da injeção de resina epóxi. Há ainda argamassas uretânicas, capazes de oferecer proteção contra produtos cáusticos e que possuem alta resistência mecânica ao tráfego intenso. Outros componentes que ajudam a dar novo status aos pisos industriais são as tintas de alta espessura, que proporcionam blindagem mecânica e química ao concreto.

O presidente da Anapre destaca que todo esse aparato tecnológico deu aos pisos de concreto não apenas uma função estrutural, mas funcional. “É sobre o piso que se dá toda a operação da empresa, independentemente do nicho em que ela atua. Por isso, ele precisa oferecer conforto e segurança, além de resistir aos ataques químicos e biológicos em alguns casos”, complementa Júlio Portella Montardo.

Tratados com selantes e tintas especiais, os pisos industriais saíram do chão da fábrica e passaram a se destacar em outros ambientes, como os hospitalares.

Entrevistado
Júlio Portella Montardo, presidente da Anapre (Associação Nacional de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho)
Currículo

– Graduado em engenharia civil pela UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) e mestre na mesma área pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
– Tem experiência em gestão de negócio de produtos para construção civil, com ênfase em desenvolvimento do mercado de fibras sintéticas e estruturais para concreto
– Atualmente é Diretor da Neomatex Comércio de Fibras e Têxteis Técnicos Ltda. e presidente da Anapre (Associação Nacional de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho)
Contato: anapre@anapre.org.br

Créditos foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330


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