Pesquisa revela escassez de mão de obra na construção civil no Brasil

As áreas de maior carência profissional foram de pedreiros e carpinteiros

Liberação de atividades após restrições da pandemia geraram maior otimismo em vários setores, incluindo o da construção civil
Crédito: Envato

Uma pesquisa realizada pela Comissão de Política de Relações Trabalhistas (CPRT), da Câmara Brasileira da Indústria e da Construção (CBIC), verificou as dificuldades na contratação de mão de obra qualificada para o setor da construção civil no país. De acordo com o estudo, que foi realizado em fevereiro de 2022 e divulgado em abril, cerca de 90% das empresas brasileiras encontram dificuldade para contratação de pessoal, contra 77% em outubro/2021.

Segundo o levantamento, as áreas de maior escassez profissional foram de pedreiros (82%) e carpinteiros (78,7%), bem como de gestão de obra – mestre de obras (74,7%) e encarregado (70%). Outro dado levantado foi a falta de qualificação da mão de obra terceirizada (94,67%).

Aprimoramento da mão de obra

Ainda segundo a pesquisa, 72,67% das empresas do setor estão dispostas a custear a qualificação dos seus empregados. 43,33% delas prefere que a qualificação dos profissionais seja com aulas práticas e teóricas no próprio canteiro de obras, ministradas por escolas contratadas pelas empresas.

Para o professor Abílio Weber, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), é interessante entender que há aqueles profissionais que buscam por si mesmos o aprimoramento ao mesmo tempo em que há empresas que solicitam cursos para seus funcionários que podem ser realizados na escola ou diretamente no canteiro de obras.

“Quando nosso atendimento é para interessados que vêm diretamente na escola, na maioria das vezes, depois de realizar o curso, o mesmo prefere trabalhar por conta própria, muitas vezes formalizando sua micro empresa, pois entende que é o melhor caminho a seguir, devido às possibilidades de remuneração. Já no atendimento às empresas, dentro do universo de prestadoras de serviços na área de construção civil, são poucas as que buscam capacitar seus funcionários. Para essas capacitações, há inclusive alguns programas gratuitos dependendo da modalidade de curso, porém muitas empresas alegam a falta de tempo para os treinamentos sem pensar nos benefícios que poderia ter depois de capacitar. As que já enxergaram esses benefícios até contratam mão de obra não qualificada, mas no programa de integração já inclui a qualificação profissional deles, para garantir um trabalho correto e com segurança”, pontua Weber.

Infelizmente, segundo Weber, há um certo receio em capacitar e depois ter que abrir mão dos profissionais por conta da rotatividade de mão de obra no setor. “Mas, se todas investissem em capacitações, quando houvesse a rotatividade, teríamos mais profissionais qualificados chegando nos novos postos de trabalho”, pontua.

Uma outra questão é a falta de valorização desses profissionais. “Eles acabam não se fidelizando no setor por falta de reconhecimento”, opina Weber.

Como funciona no exterior?

Em alguns países, é possível ver profissionais do setor de construção civil com salários maiores e até mesmo sendo mais valorizados. Por que isso acontece? De acordo com Weber, nessas nações, um profissional da área deve ter formação para a realização dos serviços e assim a mão de obra é valorizada (bons salários). 

“Para que seja replicado em nosso país é necessário que os profissionais sejam capacitados para serem valorizados”, explica Weber.

Para Weber, a conta deve ser pensada em longo prazo pelas empresas para investir nos benefícios que podem ser conseguidos, como por exemplo: 

Retrabalho zero;

Redução de perdas / desperdício;

Redução de acidentes de trabalho;

Redução de atendimentos pós obra.

Entrevistado
Abílio Weber é professor do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) 

Contato
Assessoria de imprensa – alexdesouza@sesisenaisp.org.br

Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP



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