Pesquisa mostra que 55% das rodovias apresentam condições insatisfatórias de pavimentação, sinalização e geometria
Uma das saídas para mitigar os problemas é a adoção de novas tecnologias de reforma, como o whitetopping, já adotada em diversas rodovias
A Pesquisa CNT de Rodovias 2024, realizada pela Confederação Nacional do Transporte, avaliou mais de 110 mil quilômetros de estradas e 55% das vias apresentam condições insatisfatórias de pavimentação, sinalização e geometria. Este cenário reflete diretamente no número de acidentes, no custo operacional do transporte e na segurança dos usuários. A Polícia Rodoviária Federal (PRF), parceira estratégica no monitoramento das rodovias, corrobora com o diagnóstico e aponta os desafios para reverter esse quadro.
Conforme o coordenador-geral de segurança viária da PRF, Jeferson Almeida, a infraestrutura rodoviária enfrenta limitações graves em trechos estratégicos, onde há grande concentração de veículos de carga.
“Esses pontos críticos comprometem a segurança viária e a eficiência logística, ressaltando a importância de intervenções urgentes”, afirma Almeida. O mapeamento realizado pela PRF é essencial para guiar investimentos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e das concessionárias.
A pesquisa da CNT destaca também a desigualdade na qualidade das rodovias: enquanto trechos concedidos mostram avanços significativos, as estradas sob gestão pública continuam a sofrer com a precariedade. “Trechos reformados, especialmente os concedidos, apresentam pavimento em melhores condições, sinalização clara e dispositivos de proteção modernos”, pontua Almeida. Ainda assim, a disparidade entre regiões desafia a integração nacional.
Whitetopping: a solução que ganha força no Brasil
Uma das saídas para mitigar os problemas é a adoção de novas tecnologias de reforma, já implementadas em algumas vias. Segundo Almeida, o foco deve estar na aplicação de materiais que priorizem a segurança passiva. “Pavimentos de maior aderência, barreiras de contenção modernas e sinalizações retrorrefletivas são medidas eficazes que reduzem o impacto de falhas humanas no trânsito“, explica.
Nesse aspecto, o whitetopping tem se destacado como uma tecnologia sustentável e econômica para a restauração de rodovias. A técnica consiste em sobrepor uma camada de concreto ao pavimento asfáltico deteriorado, aproveitando a base existente e reduzindo custos de reconstrução.
Em projetos como o da PR-280 no Paraná, o uso desse material proporciona maior durabilidade, com vida útil superior a 30 anos, e redução de emissões, já que elimina a necessidade de remoção de resíduos e transporte de novos materiais
O sucesso do whitetopping em rodovias como a SC-114, primeira no Brasil a adotar a técnica, motivou sua aplicação em outros Estados, incluindo Paraná e Ceará. Além disso, a tecnologia apresenta benefícios extras, como maior segurança de rolamento, economia de energia com melhor visibilidade noturna e menor necessidade de manutenção frequente.
A PRF participa ativamente na identificação de áreas críticas e no acompanhamento do impacto das reformas. Sob o conceito de Sistemas Seguros e alinhada à Visão Zero, a corporação reforça que as melhorias de infraestrutura devem caminhar em conjunto com ações educativas e fiscalização eficaz.
Desafios persistentes no modal rodoviário
Apesar dos avanços pontuais, o Brasil ainda enfrenta entraves estruturais no modal rodoviário. A Pesquisa CNT 2024 revelou que problemas de geometria, como curvas acentuadas e falta de acostamento, estão presentes em 61,8% das rodovias analisadas. Esses fatores ampliam o risco de acidentes e prejudicam o transporte de cargas e passageiros.
Almeida enfatiza a importância de rodovias bem projetadas e com manutenções periódicas. “Elas são determinantes para salvar vidas e reduzir custos operacionais”, reforça. Contudo, a PRF aponta que o ritmo das melhorias é desigual, especialmente em regiões com menor densidade de tráfego, mas alta relevância econômica.
Caminhos para a transformação
Para a PRF, a solução dos problemas rodoviários brasileiros passa pela integração entre infraestrutura, fiscalização, veículos seguros e conscientização dos usuários. “O conceito de Sistemas Seguros propõe uma abordagem abrangente, onde todos os elementos do trânsito colaboram para minimizar o risco de sinistros graves”, explica Almeida.
Além disso, a entidade defende um alinhamento mais estreito entre DNIT, concessionárias e órgãos de fiscalização. “Com ações baseadas na Visão Zero, podemos transformar nossas rodovias em ambientes mais humanos e resilientes, onde a vida é a prioridade máxima”, conclui.
A Pesquisa CNT de Rodovias 2024 e as análises da Polícia Rodoviária Federal apontam a urgência de um reforço contínuo na infraestrutura viária brasileira. Combinando investimentos em tecnologia, planejamento estratégico e integração entre os atores do setor, o Brasil pode avançar rumo a um sistema rodoviário mais seguro e eficiente, essencial para o desenvolvimento econômico e social do país.
Fonte
Confederação Nacional do Transporte (CNT)
Entrevistado
Jeferson Almeida é coordenador-geral de segurança viária da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Contato:
imprensa@prf.gov.br
Jornalista responsável
Ana Carvalho
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