Paver transforma calçadas de Curitiba
Bloco de concreto intertravado avança pelas ruas da capital paranaense e melhora mobilidade dos pedestres.
Bloco de concreto intertravado avança pelas ruas da capital paranaense e melhora mobilidade dos pedestres
Por: Altair Santos
A calçada que utiliza bloco de concreto intertravado, também conhecido como paver, já é predominante na cidade de Curitiba. Em seis anos, esse modelo de calçamento já se estendeu por 363 quilômetros da capital paranaense, e a tendência é que avance mais. Numa nova etapa para revitalizar os equipamentos de mobilidade para os pedestres, outros 88 quilômetros estão em obras no município.
Além do trecho da avenida Marechal Floriano, que vai da Linha Verde até a divisão com São José dos Pinhais, e que soma 14 quilômetros de extensão, mais oito bairros de Curitiba estão ganhando calçamento em paver. São Rebouças, Alto da XV, Alto da Glória, Centro Cívico, Bom Retiro, Mercês, Batel e Água Verde. Todos estão interligados pelo Anel Viário que a prefeitura está viabilizando para desafogar o trânsito no entorno do centro da capital.
Trata-se de obras que, junto com a revitalização de avenidas como a Fredolin Wolf e a construção do binário Chile-Guabirotuba, já integram o programa de mobilidade de Curitiba para a Copa do Mundo de 2014. Por isso as novas calçadas em paver priorizam ruas que dão acesso ao transporte coletivo e a equipamentos urbanos como escolas, colégios, unidades de saúde, hospitais, parques e praças.
Além do paver, a Prefeitura de Curitiba tem utilizado também o piso vibro prensado para calçadas customizadas, como a da Rua Riachuelo, e iniciou recentemente o uso de blocos fabricados com resíduos da construção civil. “Nossas calçadas são modelos de inovação. Tudo é pensado. Desde a acessibilidade, passando pela iluminação, até o paisagismo. Hoje, as árvores que ornamentam essas calçadas são escolhidas para não danificá-las com a raiz”, explica o secretário municipal de obras públicas, Mário Yoshio Tookuni.
Curitiba, desde 2007, tem uma lei que padroniza as calçadas da cidade. Para serem construídas, elas devem estar de acordo com os critérios estabelecidos pelo decreto 1066/07. São permitidos três padrões: paver, asfalto ou placas pré-moldadas de concreto. Diz a lei que o calçamento com paver é prioridade para as chamadas vias estruturantes. São proibidos obstáculos como degraus, rampas e desníveis que dificultem o livre trânsito de pedestres. É proibida a construção de estacionamento de veículos na calçada ou na faixa de recuo predial obrigatório.
Veja o que diz o decreto 1066/07:
Determina padrões de construção e de materiais para serem usados na pavimentação dos diferentes tipos de calçadas. Os padrões são definidos de acordo com os lugares da cidade, como área central, setor histórico, unidades de conservação e demais vias. Ao todo são quatro padrões de materiais com as seguintes características:
– Padrão A: executados com blocos de concreto intertravados, o paver, que apresenta vantagens como boas resistências, durabilidade, drenagem superficial, boa estética integrando-se aos ambientes, além da facilidade de aplicação e, principalmente, manutenção, reaproveitamento das peças e flexibilidade em cores.
– Padrão B: executadas em CBUQ (asfalto) com fiada de paralelepípedo.
– Padrão B1: CBUQ (asfalto) sem acabamento.
– Padrão C: placas de concreto de 40cm x 40cm ou 45cm x 45cm, com rejunte nivelado na superfície do piso.
O decreto diz ainda que o IPPUC (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba) pode utilizar outras tecnologias ou materiais desde que resultem em superfície regular, firme contínua e antiderrapante. As calçadas de Curitiba também devem atender à norma técnica NBR 9050 (acessibilidade a edificações, mobiliário, espaço e equipamentos urbanos).
Das ruas da capital paranaense só as tombadas pelo patrimônio histórico da cidade não podem sofrer mudança de material. É o caso da Rua XV, originalmente construída em petit pavet, em 1972. Mesmo assim, a secretaria municipal de obras públicas, em conjunto com o IPPUC, estuda a revitalização do calçamento da Rua das Flores. Entre as propostas está a de construir um contrapiso de concreto e reassentar o petit pavet em cima. “Isso acabaria com as ondulações das pedras e daria mais estabilidade para os pedestres”, explica o secretário Mário Yoshio Tookuni.
Entrevistado
Mário Yoshio Tookuni, secretário de obras públicas da Prefeitura de Curitiba
Currículo
– Engenheiro civil formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) – 1973
– Possui curso de aperfeiçoamento em Engenharia de Construção, na Faculdade de Engenharia da Universidade de Kyoto (Japão) – 1981
– Coordenou o Departamento da Cidade Industrial de Curitiba – de 1979 a 1982
– Diretor do Departamento de Edificações da Secretaria Municipal de Obras Públicas – De 1986 a 1988 e em 1999
– Diretor técnico e também geral do Departamento Estadual de Construção de Obras e Manutenção (DECOM) – 1991 a 1994
– Superintendente da Secretaria Municipal de Obras Públicas – 1999 a 2004
– Coordenador geral da Unidade Técnico-Administrativa de Gerenciamento (UTAG) – 2005
– Diretor do Departamento de Pavimentação da Secretaria Municipal de Obras Públicas – 2006
– Secretário municipal de Obras Públicas – desde 2006
Contato: matookuni@smop.curitiba.pr.gov.br
Crédito: Divulgação/Prefeitura de Curitiba
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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