Passarela que caiu em Miami era 1ª em concreto autolimpante
Obra tinha características únicas e queria entrar para a história da construção civil dos EUA por agregar várias tecnologias em um só projeto
Obra tinha características únicas e queria entrar para a história da construção civil dos EUA por agregar várias tecnologias em um só projeto

A passarela de pedestres que desabou dia 15 março de 2018, no campus da Universidade Internacional da Flórida, em Miami-EUA, era a primeira 100% construída com concreto autolimpante. O material tem dióxido de titânio entre seus agregados e, quando exposto à luz solar, captura as partículas poluentes do ar que se depositam na superfície do concreto, promovendo a autolimpeza.
Ainda não é possível afirmar se a resistência do concreto influenciou no colapso da estrutura. Os organismos de investigação dos Estados Unidos avaliam que o laudo oficial sobre o acidente só sairá daqui a 18 meses. Como a passarela era estaiada e foi construída com elementos pré-fabricados, as análises recairão sobre a tensão excessiva dos pontos para instalar os estais e as rachaduras detectadas em elementos do concreto autolimpante.
O acidente causou seis mortes e destruiu oito carros que foram atingidos pelos escombros, apesar da passarela ter características únicas. Com 12 metros de largura e 53 metros de comprimento, a estrutura de 950 toneladas foi projetada para resistir a um furacão de categoria 5, ter durabilidade superior a 100 anos e concebida para entrar para a história da construção civil norte-americana como a primeira a usar um sistema de montagem totalmente controlado por computadores.
O vão central da passarela chegou ao local da montagem transportado por dois caminhões-guindaste. A estrutura seria encaixada nos pilares usando tecnologia de precisão. Em seguida, deveria ser fixada nos estais, quando houve o colapso e o desabamento. “Ainda há muita especulação sobre a causa, mas parece claro que houve estresse em um cabo pós-tensão quando ele estava sendo ajustado no momento do colapso”, diz o engenheiro civil Bill Palmer, membro do American Concrete Institute, da American Society of Concrete Contractors (ASCC) e da The Masonry Society.
Construtores buscavam inovação, mas esqueceram de escorar a passarela
Embora as autoridades da Flórida insistam que nenhuma conclusão pode ser tirada até uma investigação completa, Amjad Aref, professor do departamento de engenharia civil, estrutural e ambiental da Universidade de Buffalo, nos Estados Unidos, também emitiu um diagnóstico. Para ele, o vão da passarela deveria ter sido estabilizado com escoras temporárias até que todas as conexões com os estais fossem concluídas. “A instabilidade da estrutura fez com que o sistema passasse rapidamente por um colapso desproporcional”, analisou.
A passarela foi construída ao custo de 14,2 milhões de dólares (cerca de 45 milhões de reais). O projeto é da FIGG Bridge Design e a execução estava a cargo da Munilla Construction Management (MCM), que apostou no sistema construtivo conhecido como Accelerated Bridge Construction (ABC). A passarela ficaria a 9 metros de altura, permitindo a passagem de pedestres sobre uma das avenidas mais movimentadas de Miami, e que cruza o campus da Universidade Internacional da Flórida. “Seguramente, todas as tecnologias envolvidas na construção da passarela passarão a ser questionadas. Ninguém sai de um acidente como esse sem danos”, finaliza Bill Palmer.
Veja vídeo da queda da passarela
Entrevistado
Engenheiro civil Bill Palmer, membro do American Concrete Institute, da American Society of Concrete Contractors (ASCC) e da The Masonry Society
Contato: palmer@hanleywood.com
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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