Parque linear de concreto transforma cena urbana de Miami
The Underline revitaliza área de 16 quilômetros embaixo do metrô elevado da cidade norte-americana
O Underline é um parque linear de 16 quilômetros localizado abaixo do metrô elevado de Miami, nos Estados Unidos. Além de calçadas e ciclovias, o projeto urbano conta com espaços para a prática de esportes e áreas verdes. Desde fevereiro de 2021, um trecho do Underline já está liberado para o público. O cronograma de obras prevê que o parque linear será construído em 3 etapas. A próxima será inaugurada em 2023 e a previsão é que esteja 100% concluído em 2025.
A obra de mobilidade urbana é mais do que uma área de lazer para Miami. Ela vai melhorar a acessibilidade em oito estações do metrô elevado. Atenderá diretamente 107 mil moradores da região e permitirá o acesso ao transporte público para uma universidade, 24 escolas, 2 hospitais, 3 unidades de atendimento de urgência, 4 shopping centers e 10 mil empresas. Além disso, vai melhorar o tráfego em 30 cruzamentos e modernizar a iluminação pública no entorno do parque linear.
O projeto envolve também a recuperação ambiental da região que cerca o Underline. Serão plantadas 100 mil novas plantas e árvores ao longo dos 16 quilômetros. A iniciativa para construir o parque nasceu em 2014, através de moradores da região, que fundaram a organização sem fins lucrativos Friends of The Underline. Em 2016, o projeto foi aceito pela prefeitura de Miami e orçado em 120 milhões de dólares. O financiamento foi viabilizado por uma parceria público-privada e o projeto é assinado pelo escritório nova-iorquino de arquitetura e paisagismo James Corner Field Operations.
Atropelamento em 2013 desencadeou projeto que resultou na construção do parque
Para Meg Daly, que liderou a iniciativa de fundação da Friends of The Underline, o Underline é também uma vitória pessoal. Em 2013, ela foi atropelada quando andava de bicicleta em Miami. Com um braço quebrado, e sem conseguir dirigir automóvel, passou a utilizar o metrô elevado da cidade e percebeu o quanto a área abaixo dos trilhos estava degradada. “Era um caminho negligenciado, sujo e hostil. Hoje vemos que o espaço que estava morto abaixo da linha do metrô se reinventou e passa a melhorar a qualidade de vida das pessoas”, diz Meg Daly.
A ideia inspiradora estimula iniciativas semelhantes em outras cidades dos Estados Unidos e do mundo. No Brasil, por exemplo, o projeto de urbanismo do monotrilho em construção na cidade de São Paulo também prevê o aproveitamento da área abaixo das estruturas de concreto para melhorar a mobilidade urbana de ciclistas e pedestres. No entanto, a obra ficou paralisada por quase 3 anos e só começou a ser retomada em setembro de 2021, com previsão de que seja concluída em 2023.
O monotrilho de São Paulo vai se movimentar sobre vigas elevadas de concreto, com 30 metros cada uma. O projeto prevê a instalação de 573 vigas para uma linha que percorrerá pouco mais de 17 quilômetros. Antes da paralisação da obra foram instaladas 436 peças pré-moldadas. Faltam 137 para que toda a estrutura esteja pronta. O trecho da fase final da obra vai ligar o Aeroporto de Congonhas às linhas de metrô e trem que passam paralelamente à Marginal Pinheiros.
Entrevistado
Parceria Público-Privada The Underline, gestora das obras do parque linear em Miami-EUA (via assessoria de imprensa)
Contato
hello@theunderline.org
Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330
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