Paraná quer construir 1º aeroporto do Brasil para A380

Projeto do terminal encontra-se em fase de licenciamento ambiental e será construído na região da cidade de Ponta Grossa

Projeto do terminal encontra-se em fase de licenciamento ambiental e será construído na região da cidade de Ponta Grossa

Por: Altair Santos

O A380 é o maior avião do mundo. Pesa 575 toneladas e tem envergadura de quase 80 metros entre as asas. Por isso, requer terminais especiais para pousar e decolar. No Brasil, dia 14 de novembro de 2015, o aeroporto de Guarulhos-SP recebeu um voo-teste da aeronave. O terminal paulista precisou paralisar todos os outros pousos e decolagens para receber o avião. Sinal de que não suporta voos regulares do A380. Para que o país pudesse receber esse avião seria necessário construir pistas adaptadas a ele ou novos aeroportos. É o que pretende a Companhia Aeroportuária Campos Gerais, em Ponta Grossa, no Paraná.

Projeção do terminal de Ponta Grossa: capacidade para receber o maior avião do mundo
Projeção do terminal de Ponta Grossa: capacidade para receber o maior avião do mundo

O projeto, que envolve investimento integral da iniciativa privada, já se encontra na fase de licenciamento ambiental – etapa final do cumprimento dos requisitos legais para a implantação do empreendimento. O objetivo é construir um aeroporto entre os municípios de Ponta Grossa e Palmeira, ficando no meio do caminho entre as cidades do interior e a capital, Curitiba. Com o nome oficial de Aeroporto Internacional dos Campos Gerais, o terminal aéreo também já conta com a aprovação de organismos como ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) e CINDACTA/DECEA – ligados à aeronáutica.

O empreendimento será feito em quatro etapas. A primeira fase prevê a construção de duas pistas de pousos e decolagens, pátios de estacionamentos das aeronaves, armazéns e hangares para todo o tipo de cargas (secas, perecíveis, refrigeradas, congeladas, biológicas e em trânsito), além de um terminal de passageiros para atender a demanda inicial. O projeto prevê que se desenvolva no entorno do aeroporto um bairro logístico, capaz de receber um porto seco, também conhecido como Estação Aduaneira Interior (EADI), indústrias e galpões de armazenamento.

O custo estimado da obra é de R$ 3,5 bilhões. Segundo Edison Morozowski, presidente da Companhia Aeroportuária Campos Gerais, há investidores nacionais e internacionais interessados no projeto. Definido como o primeiro grande HUB (aeroporto comercial de transporte multimodal) do Brasil, o aeroporto irá abranger uma área de 50 quilômetros quadrados e envolverá 22 municípios do Paraná, integrando-se aos sistemas rodoviários e ferroviários existentes na região. “O aeroporto formará um complexo de distribuição e recepção de mercadorias no Paraná, com área de influência sobre os estados vizinhos”, diz Edison Morozowski.

Edison Morozowski (dir.), presidente da Companhia Aeroportuária Campos Gerais: aeroporto vai atender demandas dos estados vizinhos
Edison Morozowski (dir.), presidente da Companhia Aeroportuária Campos Gerais: aeroporto vai atender demandas dos estados vizinhos

Pista especial

Para receber o A380, o aeroporto de Guarulhos-SP precisou de obras de adequação que foram coordenadas pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). O Centro de Tecnologia de Obras de Infraestrutura do IPT trabalhou especialmente no recapeamento de uma das pistas, que necessitou de pavimentação especial. A mistura asfáltica teve que atender requisitos especiais de aderência. Segundo Rubens Vieira, da Seção de Geotecnia do IPT, o contato pneu-pavimento é essencial nas operações de decolagem e de aterrissagem do A380, o que exige o monitoramento de índices como coeficiente de atrito e profundidade da macrotextura.

Esse controle de atrito é uma das principais características que diferencia a formulação das misturas asfálticas destinadas às pistas de aeroportos e as utilizadas em vias urbanas. “O revestimento da pista é fabricado com materiais pétreos retirados de pedreiras, que são britados e dosados, e em seguida esta combinação de agregados é misturada a um cimento asfáltico do petróleo de fórmula mais resistente do que a usual”, explica Vieira. Outra solução apontada pelo Laboratório de Materiais de Construção Civil do IPT é o uso de pavimento de cimento Portland, a qual deve ser aplicada no futuro aeroporto de cargas do Paraná.

Veja vídeo sobre o terminal de cargas

Entrevistado
Companhia Aeroportuária Campos Gerais (via assessoria de imprensa)
Contato: http://www.cacg.com.br/contacts.html

Créditos fotos: Divulgação/Ivan Bueno/AEN

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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