Para vender, construtoras atraem quem mora fora do país

Empresas miram brasileiros que vivem nos EUA, na Ásia e na Europa. Para esses compradores, alta do dólar fez imóveis ficarem até 60% mais baratos

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Por: Altair Santos

Com o consumo interno retraído, o mercado imobiliário voltou-se para os imigrantes brasileiros que moram nos Estados Unidos, na Ásia e na Europa. O objetivo é atraí-los para que invistam em imóveis ou terrenos no país. Com a alta do dólar, casas, apartamentos e até escritórios – para esse tipo de comprador – estão, em média, quase 60% mais baratos.

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Especialistas dizem que o Brasil vive uma situação semelhante ao que aconteceu em Miami-EUA, após a crise de 2008. “Voltamos a ser o lugar certo para investir”, diz Rogério Santos, diretor da RealtON. “O que muda em relação ao que ocorreu em Miami e o que acontece no mercado imobiliário brasileiro atualmente é que a nossa política de crédito é diferente da que existe nos Estados Unidos. Aqui não se pode fazer mais de um financiamento por imóvel”, completa Elton Oliveira, diretor de operações internacionais da RealtON.

Após a crise internacional, muitos investidores brasileiros compraram imóveis nos Estados Unidos, principalmente em Miami. Agora, o caminho inverso está aberto. Santa Catarina tem sido um dos estados mais procurados para esse tipo de investimento, com destaque para as cidades de Balneário Camboriú e Florianópolis. Terrenos na capital catarinense, que custavam o equivalente a US$ 160 mil um ano atrás, agora valem US$ 95 mil.

Para se ter ideia, usando US$ 100 mil como base de referência, em 2011 eles valiam R$ 165 mil. Atualmente, os mesmos US$ 100 mil representam R$ 382.530,00, ou seja, valorização de 56,87%. “Para o brasileiro que tem seus rendimentos em dólar, é como se tudo estivesse em promoção no Brasil”, afirma Rogério Santos. “Esse é um movimento de mercado que está mobilizando somente os brasileiros que residem no exterior, já que o investidor estrangeiro tem receio de nossa economia e da instabilidade política. O foco está nos brasileiros”, reforça Elton Oliveira.

Rogério Santos: para quem ganha em dólar, é como se tudo estivesse em promoção no Brasil
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Direto com a construtora
A ponto de construtoras brasileiras estarem anunciando em canais de televisão nos Estados Unidos, como é o caso da MRV, da Tecnisa e da divisão imobiliária da Odebrecht. Para o público brasileiro que vive em cidades norte-americanas, como Nova York e Miami, são ofertados apartamentos de até US$ 60 mil. “Existem investidores que procuram imóveis bem localizados e preços mais baixos, mas há também aqueles que procuram imóveis mais caros para usarem de base no Brasil”, revela Elton Oliveira.

Para evitar a burocracia, os brasileiros que moram no exterior buscam comprar imóveis financiados diretamente pela construtora. O procedimento padrão se dá por meio de procuração, ou seja, quem está no exterior nomeia um representante seu no Brasil (parente ou amigo) para efetuar a compra. Há modelos deste tipo de procuração nos consulados brasileiros no exterior, o qual permite que o imóvel fique em nome da pessoa compradora que está no exterior. Pode-se também enviar o contrato diretamente para o comprador no exterior. Porém, esse é um processo mais demorado e permitido somente por algumas construtoras. Existe também a prática de colocar o imóvel em nome de algum parente que esteja no Brasil e, a qualquer momento, transferi-lo posteriormente para o nome de quem o comprou.

Entrevistados
Rogério Santos, CEO da RealtON, e Elton Oliveira, diretor de operações internacionais da RealtON
Contatos
contato@realton.com.br
www.realton.com.br

Créditos fotos: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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