Obras de concreto estanque: veja como minimizar problemas
Análise Técnica e Controle de Qualidade de Projeto ajudam na vida útil do edifício
De acordo com dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI), os gastos com impermeabilizantes durante o processo de construção são estimados entre 1% e 3% do custo total da obra, podendo atingir de 10% a 15% em situações que demandam correção. Durante a Feira Construsul, realizada em Balneário Camboriú, André Luís Rossi, sócio-proprietário da Fênix Engenharia e Consultoria, falou sobre a importância da Análise Técnica (ATP) e Controle de Qualidade (CQP) de projeto para obras de concreto estanques.
Primeiramente, Rossi abordou a importância da impermeabilização. “Ela se faz necessária para evitar desperdício de água, proteger e valorizar o patrimônio, aumentar a durabilidade das estruturas e garantir a salubridade do ambiente”, afirma Rossi.
Para evitar problemas de infiltração, Rossi destaca a importância de fazer um planejamento que inclua as seguintes etapas:
- Envolvimento no pré-projeto;
- Análise do projeto estrutural e arquitetônico;
- Definição de parâmetros para estruturas estanques;
- ATP – Avaliação Técnica do Projeto;
- Projeto de impermeabilização;
- CQP – Controle De Qualidade Do Projeto.
Projeto de Impermeabilização
Para Rossi, é fundamental ter um projeto para uma fase tão complexa da obra. “A escolha e definição de um sistema impermeabilizante passa por muitas variáveis, que são analisadas na elaboração de um projeto de impermeabilização. Este documento também deve trazer um estudo de detalhes e fatores que podem interferir em um bom desempenho da impermeabilização. Por fim, deve considerar a durabilidade da estrutura e a estanqueidade”, pontua Rossi.
- Leia também: Impermeabilização deve vir contemplada no projeto
ATP -Avaliação Técnica de Projeto Estrutural
A ATP é um processo de análise técnica não somente na parte de impermeabilização, mas sim para qualquer projeto estrutural, principalmente em estruturas que têm um grau de responsabilidade sobre o cálculo delas. “É uma espécie de ‘conferência’. Caso seja necessário, os ajustes são feitos por dois profissionais, tanto pelo projetista quanto pelo profissional que está realizando a ATP em comum acordo sobre as modificações”, expõe. Ainda de acordo com Rossi, ela deve ser realizada antes da execução das estruturas e o ideal é que seja feita junto com o desenvolvimento do projeto.
Rossi afirma que a ATP é composta por uma análise criteriosa dos projetos estruturais. “No caso dos projetos de obras estanques, analisamos todos os aspectos de esforços que serão solicitados pela estrutura, tanto das lajes subpressão, quanto das paredes de contenções e blocos de fundação”, destaca.
O objetivo da ATP é avaliar se o projeto atende às questões de segurança e desempenho exigidos para a estrutura usada como elemento estanque. “A ATP traz uma análise detalhada e criteriosa para minimizar possíveis erros e garantir a segurança e estabilidade da estrutura. Caso a ATP não seja feita, corre-se o risco de ter uma estrutura que não tenha o desempenho necessário, além de comprometer a vida útil do edifício”, justifica Rossi.
Ainda, deve ser feita por um profissional diferente do responsável pelo Projeto Estrutural. “Para realizar a ATP de um projeto, é necessário que o profissional seja um engenheiro especialista em Cálculo Estrutural. No caso da ATP para obras de concreto estanques, é de extrema importância que o profissional, além de ser um calculista estrutural com uma certa experiência, conheça também sobre solos, pois a influência do lençol, tipo de solo e atuação dele na estrutura irão influenciar nos cálculos finais de esforços na estrutura”, detalha Rossi.
CQP – Controle de Qualidade do Projeto
De acordo com Rossi, o CQP (Controle de Qualidade do Projeto) nada mais é que a conferência, acompanhamento e direcionamento de algumas etapas. “No caso da impermeabilização ou estanqueidade da obra, trata-se de detalhes e tratamentos para que sejam executados minimizando ou zerando a possibilidade de erros, ou de processos aplicados de forma errada. Ele ajuda a identificar as formas para eliminar causas de resultados insatisfatórios”, explica Rossi.
Os procedimentos do CQP são desenvolvidos durante a execução e detalhes são observados durante visitas. Além disso, há várias reuniões de alinhamento.
A qualidade das aplicações ou execuções de procedimentos visando a estanqueidade indicada em projeto, ou até mesmo durante o CQP, exigem uma certa experiência, por isso é recomendado que seja executado por uma mão de obra que saiba todos os procedimentos para o sucesso da etapa de execução.
“Existe uma sinergia entre o executor do CQP e a equipe de aplicação, garantindo que tudo ocorra conforme especificado. O alinhamento entre a equipe e o sistema escolhido para aplicação em certas etapas inclui muitas vezes o treinamento pelos fabricantes e a, experiência e vivência de situações encontradas em outras obras”, conclui Rossi.
Entrevistado
André Luis Rossi é sócio-proprietário da Fênix Engenharia. Trabalhou como consultor técnico comercial de empresas como a Lwart, Sika, Dryko e Penetron. Como engenheiro civil, atuou em obras comerciais e de infraestrutura, além de loteamento. Também foi engenheiro civil da Odebrecht Engenharia.
Contato: rossi.adnrefenix@gmail.com
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.
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