Obra olímpica, VLT do Rio não poupa tecnologia
Depois de Dubai, sistema é o segundo do mundo a fazer a captação da energia elétrica diretamente dos trilhos, dispensando cabos suspensos
Depois de Dubai, sistema é o segundo do mundo a fazer a captação da energia elétrica diretamente dos trilhos, dispensando cabos suspensos
Por: Altair Santos
O VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) que está em construção no Rio de Janeiro vai cobrir um trecho de 28 quilômetros, ligando o centro da cidade à região portuária. Considerado um dos principais legados das Olimpíadas para a mobilidade urbana da cidade, o modal interliga a rodoviária da cidade ao aeroporto Santos Dumont. O projeto fortalece o conceito de transporte público integrado, ao se conectar a metrô, trens, barcas, teleférico, BRTs e redes de ônibus convencionais. “Como o sistema foi planejado em rede, será possível saltar em qualquer parada e seguir viagem em outra linha comum ao trajeto sem pagar outra passagem”, explica Augusto Schein, diretor de operações da concessionária do VLT Carioca.
Construído sobre uma plataforma francesa, o VLT terá transferência de tecnologia por 20 anos. Significa que tudo que for desenvolvido pelo fabricante neste período será compartilhado com o gestor do VLT Carioca. O sistema também é um dos primeiros do mundo projetado totalmente sem catenárias (cabos para captar energia elétrica em fios suspensos). O abastecimento de energia é feito por APS (alimentação pelo solo). Isso permite que ele receba energia de vários pontos da concessionária de energia elétrica.
Na prática, essa tecnologia de alimentação do VLT minimiza em cerca de 85% o risco de o equipamento parar por causa de queda na energia. Se o veículo estiver passando por uma região em que ocorra um blecaute, ele consegue captar energia de outra fonte para manter-se em movimento. Outra novidade é que o fornecimento de energia só é acionado quando o trem passa pelos trilhos. “O Rio é a segunda cidade no mundo a ter essa tecnologia em VLT (o primeiro está em Dubai). A eletricidade é fornecida pelos trilhos, que são energizados somente quando a composição passa pelo local”, explica Carlos Baldi, presidente-executivo da concessionária VLT Carioca.
Em breve, em 660 cidades
Presente em 400 cidades do mundo, e em processo de instalação em outras 260, o VLT é considerado o meio de transporte público menos poluente. Não apenas por usar a eletricidade como fonte de energia, mas também por não fazer barulho. Seu custo de construção, em relação ao metrô, também é um motivo para que ele se transforme em um modal cada vez mais popular. Por quilômetro, o VLT consome R$ 80 milhões em obras, contra R$ 500 milhões do metrô. Só o BRT, a um custo de R$ 20 milhões por quilômetro, é mais barato.
O VLT Carioca está em construção a um custo de R$ 1,167 bilhão. Ainda em fase de execução, a obra corre o risco de que alguns trechos não fiquem prontos até o início dos jogos olímpicos, em 5 de agosto. A concessionária que opera o sistema dividiu o cronograma em três trechos. O primeiro, já operando em fase de teste, liga a rodoviária ao aeroporto Santos Dumont, e irá funcionar nas Olimpíadas. O segundo, que entrará em teste em outubro de 2016, ou seja, após o evento, ligará a rodoviária do Rio com as barcas que partem para Niterói. O terceiro trecho, entre a rodoviária e a Central do Brasil ficará pronto apenas em 2017 – ainda sem um mês definido.
Veja vídeo sobre o VLT Carioca:
Entrevistados
Augusto Schein, diretor de operações da concessionária do VLT Carioca
Carlos Baldi, presidente-executivo da concessionária VLT Carioca
Contato
ouvidoria@vltrio.com.br
Créditos Fotos: Divulgação/Concessionária VLT Carioca
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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