Novo funding promete alavancar setor imobiliário

Banco Central regulamenta a LIG (Letra Imobiliária Garantida). Título tende a ampliar o volume de financiamentos para imóveis

Banco Central regulamenta a LIG (Letra Imobiliária Garantida). Título tende a ampliar o volume de financiamentos para imóveis

Por: Altair Santos

Recentemente regulamentada pelo Banco Central, a LIG (Letra Imobiliária Garantida) é o novo funding que promete alavancar o setor imobiliário. Segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) o título de longo prazo permitirá que o crédito imobiliário possa alcançar o equivalente a 20% do PIB em recursos para investir, o que, com a caderneta de poupança e o FGTS, não tem sido possível. Além disso, a LIG poderá permitir que investidores estrangeiros se interessem pelo setor imobiliário do Brasil. A expectativa é de que a letra imobiliária seja oferecida a partir de 2019 e leve de dois a três anos para se consolidar, como explica Renato Ventura, vice-presidente da Abrainc, na entrevista a seguir:

Renato Ventura: expectativa é de que a LIG ajude a baixar o custo do financiamento de imóveis no Brasil
Renato Ventura: expectativa é de que a LIG ajude a baixar o custo do financiamento de imóveis no Brasil

O que vem ser a LIG?
São títulos emitidos por instituições financeiras, e que possuem dupla garantia. Uma é a própria instituição, com seu balanço; outra é o conjunto de ativos imobiliários atrelados à emissão da LIG.

Qual a importância da LIG para o mercado de incorporação imobiliária e na retomada do crescimento econômico?
O mercado imobiliário tem dependido de fontes de financiamento limitadas – basicamente, a caderneta de poupança e o FGTS. Em 2015, o crédito imobiliário representava 9,1% do PIB. Este número atinge 62,9% nos EUA, 68,3% no Reino Unido e 21,4% no Chile. Assim, o setor imobiliário está aquém de seu potencial no Brasil. A LIG se constitui em alternativa de mercado, muito importante para que o setor imobiliário possa cumprir sua função de produção de habitação, de acordo com as necessidades do país.

Como está o processo de implantação da LIG no Brasil?
No final de agosto foi cumprida a etapa que faltava, que foi a regulamentação pelo Banco Central no dia 29. Agora, é a fase de início de aprendizado, lançamento e atração de investidores.

Já há uma perspectiva de quando esse novo modelo de investimento poderá ser vendido no Brasil?
Imaginamos que nos próximos meses este processo será iniciado, passando a ganhar volume à medida que o conhecimento deste novo instrumento seja disseminado.

A LIG pode substituir a poupança, como principal fomentador do mercado imobiliário no Brasil?
A ideia é de que sejam complementares. Sendo um instrumento de mercado, a LIG tem amplo potencial de crescimento.

A LIG tende a ser um fomentador da construção civil no Brasil?
Sim, o funding é fundamental para o setor. Trata-se de um novo instrumento de mercado, muito importante para fazer crescer a oferta de recursos para financiar a construção civil.

A LIG pode atrair investidores estrangeiros para o mercado imobiliário brasileiro?
Sim. A LIG se inspira em instrumento tradicional e bem-sucedido, principalmente na Europa, que são os covered bonds. Isso, aliado à sua adequada regulamentação, traz todas as condições para que estes papéis recebam a confiança dos investidores internacionais.

Para quem quer comprar um imóvel para morar, qual o impacto que a LIG causará?
A maior disponibilidade de funding se traduz em mais oferta – e possivelmente melhores custos – de recursos para o mercado imobiliário. Significa que causará efeito nos financiamentos para a aquisição de moradias.

E para quem compra imóvel para investir, qual o impacto?
O mesmo. O beneficiário será o mercado e o país, com maior produção e menores custos nos imóveis.

A implantação da LIG depende de alguns cenários econômicos que ainda precisam ser definidos? Caso sim, quais?
A LIG é um título de longo prazo. Com isso, além de suas condições, seu sucesso depende de inflação controlada e taxas de juros compatíveis. O equilíbrio fiscal e a estabilidade econômica são fundamentais para seu sucesso.

Entrevistado
Engenheiro civil, administrador e mestre em real estate pelo Massachusetts Institute of Technology, Renato Ventura – vice-presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc)

Contato
comunicacao@abrainc.org.br

Crédito Foto: Abrainc

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


Massa Cinzenta

Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.

Veja todos os Conteúdos

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS

Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32

Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40

Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.

Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI

O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.

descubra o cimento certo

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

descubra o cimento certo