Nos EUA, mobilização impede demolição de prédio em concreto aparente

Projetado por Paul Rudolph, edifício Burroughs Wellcome é símbolo da arquitetura brutalista norte-americana

Burroughs Wellcome: agregado fino de calcário dá textura especial ao concreto aparente usado no prédio de quase 50 anos Crédito: Foundation Paul Rudolph
Burroughs Wellcome: agregado fino de calcário dá textura especial ao concreto aparente usado no prédio de quase 50 anos
Crédito: Foundation Paul Rudolph

A edificação tem 1.143 m2 e a licença para a demolição foi conseguida pelo novo proprietário do prédio – a empresa de biotecnologia United Therapeutics – por causa do excesso de amianto no revestimento do piso e do teto do Burroughs Wellcome. Atualmente, materiais de construção com amianto estão banidos dos Estados Unidos e qualquer obra antiga que possua o elemento precisa se livrar dele sob pena de multas milionárias.

Engenheiros civis e arquitetos de grupos de preservação arquitetônica nos Estados Unidos se reuniram para apresentar soluções que permitam ao Burroughs Wellcome passar por um retrofit, livrando-o da demolição. Como o prédio é propriedade privada, a legislação da Carolina do Norte não permite que ele possa ser reconhecido como patrimônio cultural. Essa é uma prerrogativa apenas de edificações públicas no estado.

No Brasil, principal representante da arquitetura brutalista é Oscar Niemeyer

O Burroughs Wellcome, juntamente com o prédio da Escola de Arquitetura e Arte da Universidade de Yale – também nos Estados Unidos -, está entre as duas obras mais representativas de Paul Rudolph. Formado no Instituto Politécnico do Alabama, e com especialização na Escola de Design de Harvard, o arquiteto foi seguidor de Walter Gropius, que se formou na escola de arte vanguardista da Alemanha, a Staatliches Bauhaus – berço da arquitetura brutalista.

O movimento brutalista surgiu entre os anos 1950 e 1960. O propósito original era tornar o projeto e a construção mais baratos e acessíveis à população. O conceito que prevalece até hoje é deixar exposta a parte estrutural das edificações feitas em concreto armado, principalmente vigas e pilares. Daí o termo concreto aparente. No Brasil, o principal representante dessa escola é Oscar Niemeyer, com mais de 500 obras espalhadas pelo mundo.

Já Paul Rudolph usou a arquitetura brutalista principalmente na construção de residências, edifícios públicos e prédios de universidades. Além dos Estados Unidos, ele tem um volume grande de projetos assinados em Cingapura.

Entrevistado
Fundação Paul Rudolph (via assessoria de imprensa)

Contato
office@paulrudolphheritagefoundation.org

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330



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