Norma de desempenho elimina insegurança jurídica
Congresso do SindusCon-SP debateu aspectos legais da ABNT NBR 15575, a qual incorpora elementos que ajudam nas decisões do Judiciário
Congresso do SindusCon-SP debateu aspectos legais da ABNT NBR 15575, a qual incorpora elementos que ajudam nas decisões do Judiciário
Antes de a norma de desempenho (ABNT NBR 15575) entrar em vigor, uma grande construtora brasileira foi acionada judicialmente, sob a alegação de que uma de suas unidades residenciais em Santos não cumpria as exigências de conforto acústico, alegadas pelo comprador. Como não havia parâmetros, o juiz que condenou a empresa usou da subjetividade para analisar o caso e pediu que um perito batesse uma bola de basquete no apartamento do andar de cima para que fosse medido o isolamento acústico da unidade do reclamante. Obviamente, o som transpassou a laje e serviu de subsídio para que o magistrado formulasse sua sentença.
Esse caso foi contado no Congresso Jurídico da Construção, promovido dia 29 de agosto pelo SindusCon-SP, na cidade de São Paulo. Quem relatou a história foi o engenheiro civil Fábio Villas Bôas, coordenador da comissão de estudos da norma de desempenho, membro do comitê de tecnologia e qualidade do SindusCon-SP e diretor técnico da Tecnisa. “Essa é uma das vantagens da norma de desempenho. Ela acaba com a subjetividade do Judiciário, elimina a insegurança jurídica para quem constrói formalmente e cria procedimentos padrões para se aferir itens como eficiência acústica e eficiência térmica. Tanto é que, no texto final da norma, foi eliminada a palavra conforto. A norma usa o termo atenuação, pois conforto é muito subjetivo”, explica Fábio Villas Bôas.
Pelo que relatou um dos articuladores da NBR 15575, o advogado Carlos Del Mar – coordenador jurídico do SindusCon-SP – recomenda aos construtores que se esforcem para se adequar o mais rapidamente possível à norma. Primeiro, pelo motivo de que ela passa a disciplinar os Procons de todo o país no que se referir a ações contra construtoras e incorporadoras; segundo, porque não segui-la pode desencadear as seguintes consequências: rejeição do produto, abatimento no preço, indenização, trocas e reparos sob pena de multa, penhora online, entrada no cadastro negativo da Caixa Econômica Federal e até reflexos na esfera criminal. “É importante destacar que quem elaborou a norma foi o meio técnico. Portanto, ela impõe quase uma autorregulamentação ao setor. Por isso, é razoável supor que ela será cumprida”, destaca Carlos Del Mar.
Tanto Fábio Villas Bôas quanto Carlos Del Mar alertam que o consumidor é quem será o principal fiscal da norma de desempenho. Por isso, a orientação é para que as construtoras estabeleçam situações de prevenção documentando todas as etapas da obra. “Na Tecnisa, foram criados manuais, termos declaratórios e relatórios. Neles, os projetistas declaram ter ciência das especificidades do terreno e que farão o projeto adequando-o àquelas condições. Já os processos construtivos têm acompanhamento constante. Quando o imóvel está pronto, o usuário recebe um manual detalhado e o condomínio é alertado sobre suas obrigações com relação à manutenção. A construtora também estabeleceu um plano de visitas, realizado dentro dos prazos de manutenção. Nosso pessoal de assistência técnica vai ao empreendimento e verifica se a manutenção foi realizada. Caso contrário, o condomínio é notificado de que estará sujeito à perda das garantias”, relata Villas Bôas.
Para os membros do SindusCon-SP, apesar de a norma de desempenho exigir mais cautelas do construtor ela deve ser enxergada como um indutor de benefícios ao setor. “A norma torna a concorrência do mercado mais leal e facilita a implementação de inovações nos sistemas construtivos. Além disso, cria diferenciais de venda. Nos estandes da Tecnisa o comprador encontra dois apartamentos montados, um dentro da norma e outro fora. Isso permite a ele ver as diferenças”, diz Fábio Villas Bôas. “A norma é uma garantia de segurança ao cliente e estabelece uma relação mais equilibrada entre construtora, incorporadora e cliente”, completa Carlos Del Mar.
Entrevistados
– Fábio Villas Bôas, coordenador da comissão de estudos da norma de desempenho, membro do comitê de tecnologia e qualidade do SindusCon-SP e diretor técnico da Tecnisa
– Carlos Del Mar, coordenador jurídico do SindusCon-SP
Currículos
– Fábio Villas Bôas é graduado em engenharia civil pela Universidade Mackenzie e desde 2003 é diretor técnico da Tecnisa
– Integra os comitês de meio ambiente e de tecnologia e qualidade do SindusCon-SP
– Carlos Pinto Del Mar é graduado em direito, sócio da Del Mar Associados Advogados e coordenador jurídico do SindusCon-SP e do Secovi-SP
– Também é consultor jurídico da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) e autor do livro “Falhas, Responsabilidades e Garantias na Construção Civil”, da Editora PINI
Contato: sindusconsp@sindusconsp.com.br
Créditos fotos: Divulgação/Cimento Itambé
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Cadastre-se no Massa Cinzenta e fique por dentro do mundo da construção civil.
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Massa Cinzenta
Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.
15/05/2024
MASP realiza o maior projeto de restauro desde a sua inauguração
MASP passa por obras de restauro em suas estruturas. Crédito: Assessoria de Imprensa / MASP Quem passa pela Avenida Paulista vem notando uma diferença significativa na…
18/12/2024
Obras da Linha 2 do Metrô de Belo Horizonte foram iniciadas
Em setembro de 2024, tiveram início as obras da Linha 2 do Metrô de Belo Horizonte. Com uma extensão de 10,5 km e sete novas estações, a linha conectará a Estação Nova Suíça ao…
18/12/2024
Construção civil deve encerrar com crescimento de 4,1% em 2024 e superar a média nacional do PIB
O ano de 2024 marcou um período de crescimento expressivo para a construção civil no Brasil. Segundo o IBGE, o setor cresceu 4,1% no acumulado dos três primeiros trimestres,…
18/12/2024
Prêmio CBIC de Inovação e Sustentabilidade bate recorde de inscrições com projetos que transformam o setor da construção
A 25ª edição do Prêmio CBIC de Inovação e Sustentabilidade alcançou um marco inédito, com 101 inscrições de projetos que propõem soluções inovadoras e sustentáveis para a…
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.
Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS
Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.
Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32
Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.
Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40
Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.
Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI
O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.