No Chile, construção pré-fabricada supera alvenaria

Dados do Instituto do Cimento e do Concreto do Chile mostram que tecnologia trazida da Alemanha se propaga no país

Sistema permite montar estruturas de quatro casas de 140 m² em um dia. Crédito: Youtube/Baumax
Sistema permite montar estruturas de quatro casas de 140 m² em um dia. Crédito: Youtube/Baumax

O Chile é o primeiro país da América Latina em que a construção de casas que usa a tecnologia de pré-fabricados de concreto supera a alvenaria. Segundo levantamento do Instituto do Cimento e do Concreto do Chile (ICH), desde o segundo semestre de 2017 o uso do pré-fabricado predomina em 46% das obras residenciais com dois pavimentos, enquanto o sistema de alvenaria responde por 43%. Os outros 11% referem-se a outras tecnologias, e que utilizam principalmente a madeira como matéria-prima.

As razões que têm levado as construtoras chilenas a optar pelo pré-fabricado são conhecidas: velocidade na construção, redução do emprego de mão de obra e menor custo. “O sistema é o que menos depende de grande quantidade de mão de obra. Por outro lado, fabricando os elementos sob condições controladas, para montá-los no local da obra, é possível obter um alto padrão de qualidade”, avalia Augusto Holmberg, gerente-geral do ICH. “Isso não vale apenas para moradias, mas para prédios residenciais”, completa.

Segundo Augusto Holmberg, as construtoras chilenas que atuam no setor habitacional descobriram algo que o segmento industrial já pratica faz 20 anos no país. “A construção de armazéns de logística, supermercados, centros de distribuição e indústrias, utilizando concreto pré-fabricado, é uma realidade consolidada e que esse setor não abre mão. Agora, o setor de construções de moradias está descobrindo os benefícios, que são muitos e tornam essa tendência irreversível”, reforça.

Um dos sistemas utilizados no Chile utiliza uma fábrica robotizada, que monta os elementos das casas em uma linha de montagem como se fosse uma fábrica de veículos automotores. Dentro da unidade, o robô produz as peças de concreto, dimensionado-as diretamente a partir do projeto concebido dentro da ferramenta BIM. Entre as vantagens, estão a redução de custos, redução de prazos de entrega, flexibilidade e características ecológicas do sistema. A construtora assegura que em um dia consegue produzir elementos para até 4 casas de 140 m2.

Tecnologia tem sido importante também no combate ao déficit habitacional

O sistema é importado da Alemanha e utiliza paredes sanduíche, com o “recheio” de EPS dentro das fôrmas para melhorar o conforto térmico e acústico. As peças milimetricamente fabricadas são transportadas para o terreno onde a casa será construída. Segundo o sócio-fundador da construtora chilena BauMax, Alexis Berczely, hoje o sistema permite economizar em 30% o cronograma da obra, mas ele avalia que tem potencial para chegar a 50%. Em cinco anos, a construtora estima que terá 8% do mercado chileno de construções residenciais para a classe média. “Em países como Alemanha, França, Holanda, Rússia, China e Austrália, essa tecnologia é amplamente utilizada, e será assim no Chile também”, avalia.

Só em Santiago e região metropolitana, o uso da tecnologia do pré-fabricado de concreto em residências alcançou a marca de 1,5 milhão de m2 no segundo semestre de 2017, mantendo-se em viés de alta no primeiro semestre de 2018. O sistema também vem ajudando o MinVU (Ministerio de Vivienda y Urbanismo) a reduzir ainda mais o déficit habitacional do Chile. No mais recente levantamento, divulgado em julho de 2018, o país tinha carência de 393 mil unidades, ante as 522.326 que existiam há dez anos.

Veja a produção robotizada de elementos pré-fabricados

Entrevistado
– Instituto do Cimento e do Concreto do Chile (ICH) (
via assessoria de imprensa)
– Ministerio de Vivienda y Urbanismo (
via assessoria de imprensa)

Contatos
info@ich.cl
contártenos@minvu.cl

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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