No Brasil, déficit de infraestrutura é de R$ 4,7 tri

Burocracia, marcos regulatórios rígidos e programas engessados de licitação geram atrasos cumulativos das obras e, consequentemente, encarecem custo

Burocracia, marcos regulatórios rígidos e programas engessados de licitação geram atrasos cumulativos das obras e, consequentemente, encarecem custo

Por: Altair Santos

Entre 2005 e 2012, os empreendimentos imobiliários foram os grandes propulsores da construção civil brasileira. As taxas de crescimento, impulsionadas pelo programa Minha Casa, Minha Vida, permitiram, por exemplo, que o emprego formal no setor chegasse aos 3,5 milhões de vagas ocupadas. O número poderia ser exponencialmente maior se outro programa governamental tivesse decolado: o de aceleração do crescimento.

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Criado para viabilizar obras de infraestrutura, o PAC tem hoje quase 120 projetos paralisados e ajuda a alimentar o déficit de grandes empreendimentos no país, como rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, saneamento básico e energia. “Estudo recente da Universidade Presbiteriana Mackenzie aponta que o déficit de infraestrutura no Brasil já passa de dois trilhões de dólares (cerca de R$ 4,7 trilhões)”, revela Paulo Melo, superintendente da Odebrecht Realizações Imobiliárias.

No congresso jurídico realizado recentemente pelo SindusCon-SP, o presidente do sindicato, Sérgio Watanabe, ao lado de Paulo Melo e de Alessandro Olzon Vedrossi, diretor executivo de incorporação e negócios da Brookfield, procurou diagnosticar o porquê de o Brasil não conseguir viabilizar as obras de infraestrutura. “Temos marcos regulatórios e um modelo jurídico que desestimula o investimento. O Brasil tornou-se um país caro para manter uma pauta de produtividade”, analisa Watanabe.

Paulo Melo acrescentou ainda que o país hoje vive uma dicotomia. Tem serviço financeiro, mercado imobiliário e nível de consumo comparável ao de nações com renda per capita anual de 15 mil dólares (R$ 48,6 mil), mas nos itens segurança, saúde pública e infraestrutura torna-se semelhante a países com renda per capita anual de 5 mil dólares (R$ 11,7 mil). “Essas discrepâncias é que fazem com que nossa economia repita o voo da galinha, com taxas de crescimento que não se sustentam”, completou.

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Sérgio Watanabe, Paulo Melo e Alessandro Olzon Vedrossi avançaram nos debates, avaliando que sem investimento em infraestrutura o Brasil não conseguirá crescer mais do que 3% ao ano, em média. “Essa falta de perspectiva de um crescimento sustentável gera na sociedade algumas inseguranças, e a mais visível é a queda na taxa de natalidade. O país tem a média 1,7 filho por mulher, enquanto nos Estados Unidos são 2,3. Daqui a vinte anos, podemos ser um país velho, mas que não enriqueceu”, alerta Alessandro Olzon Vedrossi.

Para virar o jogo e reduzir gradativamente o déficit de infraestrutura, o trio relacionou práticas que já viraram uma espécie de mantra para os setores produtivos do país. Entre eles, estabelecer regras claras e estáveis, principalmente para as licitações; permitir que o setor privado lucre ao entrar nas parcerias com o governo e ter mecanismos que possibilitem que o custo da mão de obra pare de crescer mais do que o da produtividade. “É um conjunto de ações que pode tornar a intenção de empreender algo menos difícil no Brasil”, concluiu Paulo Melo.

Entrevistados
– Sérgio Watanabe, presidente do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo)
– Paulo Melo, superintendente da Odebrecht Realizações Imobiliárias
– Alessandro Olzon Vedrossi, diretor-executivo de incorporação e negócios da Brookfield. Todos são engenheiros civis

Créditos fotos: Divulgação/SindusCon-SP

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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