Nível de atividade da construção é o melhor desde 2010
Desempenho possibilita que pelo 8º mês consecutivo o volume de empregos formais supere o de demissões
Números revelados pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) em conjunto com a CNI (Confederação Nacional da Indústria) mostram que o nível de atividade da construção civil no 3º trimestre de 2021 chegou a 50,4 pontos e alcançou o maior patamar desde 2010.
Outro dado que chama a atenção é o que mede a utilização da capacidade operacional das empresas de construção, e que chegou a 65%. O percentual é superior à média histórica (62%) e o maior desde 2014, quando registrou 67%. Diante do cenário, CBIC e CNI fazem avaliações positivas dos números.
É o que revela Marcelo Souza Azevedo, gerente de análise econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI). “Apesar de uma trava por conta dos aumentos dos insumos, tudo indica que há espaço para continuar com expectativas positivas”, avalia.
A construção imobiliária segue puxando o bom desempenho do setor, impulsionada pela demanda por imóveis, pelas taxas de juros ainda atrativas e pela oferta de crédito imobiliário. A assessora econômica da CBIC, Ieda Vasconcelos, acrescenta ainda que o avanço do processo de vacinação também ajudou a impulsionar os bons índices do 3º trimestre.
Os dados recentes levaram a CBIC a confirmar que a indústria da construção civil crescerá 5% em 2021. Para o presidente do organismo, o engenheiro civil José Carlos Martins, o crescimento poderia ser ainda mais relevante se não fosse a inflação que atingiu os insumos do setor. “Estamos andando bem, mas poderíamos andar muito mais. Difícil achar outro setor que sofreu uma inflação como o nosso, o que inibiu nossa capacidade de contribuir ainda mais com o crescimento do PIB”, destaca.
Empregos formais crescem, mas vagas informais ainda dominam mercado da construção
Na divulgação ocorrida dia 25 de outubro, outro índice chamou a atenção: pelo 8º mês consecutivo, o volume de contratações de mão de obra supera o de demissões no setor. Ao longo de 2021, a construção já abriu 238 mil vagas formais de trabalho. Segundo dados do Novo CAGED (cadastro Geral de Empregados e Desempregados) é o melhor resultado para o período desde 2012.
A indústria da construção volta a ultrapassar a marca de mais de 2,5 milhões de trabalhadores com carteira assinada, o que não acontecia desde 2015. “O número de vagas formais disseminou por todo país. Com exceção de Roraima, todos os demais estados registraram saldo positivo em contratações, com destaque para São Paulo, Minas Gerais e Paraná”, explica Ieda Vasconcelos.
José Carlos Martins lembra que o número de empregos formais na construção civil poderia ser ainda maior, se houvesse uma política para regularizar a situação dos informais. “O número de trabalhadores informais chega a 60% das ocupações do setor. Se eles fossem formalizados poderiam contribuir para melhorar o cenário socioeconômico do país. Por isso vale reforçar a importância desse saldo positivo de contratações no setor. Quanto mais carteiras assinadas registrarmos, melhor para a economia formal do país”, conclui.
Assista à apresentação do cenário econômico da construção civil
Entrevistado
Reportagem com base na apresentação do “Desempenho Econômico da Indústria da Construção do 3º trimestre de 2021”, apresentada pela CBIC e pela CNI
Contatos
ascom@cbic.org.br
imprensa@cni.com.br
Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330
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