Não basta ter inteligência, é preciso Inteligência Competitiva

Novo método de gestão de negócios aponta caminhos para que empresas e instituições possam se adiantar à concorrência

Novo método de gestão de negócios aponta caminhos para que empresas e instituições possam se adiantar à concorrência

Giancarlo Proença
Giancarlo Proença

Importante ferramenta de gestão de negócios, a Inteligência Competitiva (IC) está a procura de espaço dentro das empresas brasileiras. As que já a adotaram melhoraram a forma de detectar tendências, avaliar informações e apoiar o desenvolvimento de estratégias. Trata-se, portanto, de parte-chave do sistema, ressaltando que o processo de inteligência – informação relevante submetida ao processo de análise -, só traz resultados se contar com a interação de todos os envolvidos no desenvolvimento de diferentes iniciativas em prol da constante inovação corporativa.

Saindo da parte teórica para a prática, o gerente de Inteligência Competitiva Giancarlo Proença usa um exemplo clássico para explicar como sua especialidade pode mudar os rumos de um negócio. “Por muito tempo, os relógios suíços foram o exemplo da precisão mecânica perfeita. Pois bem, enquanto os suíços disputavam entre si para ver quem faria o mecanismo mais preciso para um relógio, na década de 30 pesquisadores americanos desenvolveram os primeiros relógios com cristal de quartzo. O resultado foi um relógio preciso e barato. Essa tecnologia foi desprezada pelos relojoeiros suíços, que viram o mercado ser tomado pela onda digital”, explica.

Em outro exemplo, Proença lembra da Kodak e da Fuji, que monopolizaram a concorrência sem ficar atentas ao restante do mercado. “O que aconteceu? A Sony desenvolveu a câmera digital e engoliu as duas ex-potências do mercado fotográfico”, cita. O especialista afirma que se neste, e em outros casos, tivesse havido Inteligência Competitiva, essa derrocada poderia ter sido evitada. “Esse é o papel da IC: montar uma árvore de inteligência em que concorrentes, clientes, fornecedores, tecnologia, preços, enfim, todos os fatores relacionados ao mercado estejam sob constante monitoramento.”

Proença destaca ainda que a Inteligência Competitiva tem ligação direta com as cinco forças responsáveis pela maior ou menor competitividade no mercado, apontadas pelo teórico da administração Michael Porter: a concorrência, a capacidade de negociação dos fornecedores, o poder de barganha dos clientes, a ameaça de novos concorrentes e a entrada de produtos substitutos. “Se eu fosse definir em duas palavras o que é Inteligência Competitiva, seriam: saber antes. A grande virtude da IC é apresentar as tendências e apontar caminhos para que empresas e instituições possam se adiantar à concorrência e demais forças presentes no ambiente”, diz.

Resumidamente, para não perder nenhum aspecto relevante, o programa de Inteligência Competitiva deve detectar as necessidades de informação. Depois, a empresa deve dispor de uma boa equipe de coleta e pesquisa dos dados. A análise também deve dispor de um grupo de trabalho especializado e bastante focado. Por fim, a inteligência – informação relevante submetida ao processo de análise – precisa chegar às pessoas certas. ”Para isso, o processo de disseminação é essencial. Todas essas etapas precisam do suporte de boas ferramentas computacionais e de interação entre os envolvidos”, reforça Giancarlo Proença.

O especialista, no entanto, ressalta que Inteligência Competitiva não deve ser confundida com espionagem empresarial. “Existe um código de ética rígido e a IC trabalha apenas com informações públicas, adquiridas de forma lícita e legal”, afirma. No Brasil, ele cita pelo menos quatro empresas que já se valem da Inteligência Competitiva: Natura, TIM, Petrobras e Vale do Rio Doce. “Cada um busca um aprimoramento. A Natura, por exemplo, focaliza a área comercial. Já a TIM prioriza o atendimento. Mas no final, a Inteligência Competitiva acaba sendo útil a todos os departamentos estratégicos da empresa, pois ela interliga informações e monitora todos os ambientes”, explica.

Referências literárias

Livro: Inteligência Empresarial Estratégica
Autor: Walter Félix Cardoso Júnior
Resumo: obra estuda a relação de considerações teóricas de Inteligência Competitiva com a realidade prática do dia-a-dia das organizações, o que levou o autor à criação de um método de Inteligência Empresarial Estratégica. Além disso, há considerações a respeito de conceitos teóricos de planejamento e administração estratégica, autoconhecimento, gestão do conhecimento, competitividade, gestão de negócios, psicanálise e psicolinguística.
Sobre o autor: Walter Félix Cardoso Júnior fez doutorado em 1990 em Aplicações, Planejamento e Estudos Militares na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército Brasileiro, e é também doutor em Engenharia de Produção pela UFSC. Além de professor na Unisul, o autor exerce consultoria sênior nas áreas de Inteligência Empresarial e Planejamento e Gestão de Recursos de Defesa.

Livro: Inteligência Competitiva
Autor: Leonard M. Fuld
Resumo: obra mostra como pensar de maneira crítica sobre as informações das quais se dispõe e a transformá-las em diferencial competitivo – uma espécie de “inteligência competitiva exclusiva”. O autor, que já ajudou muitas empresas a desenvolverem programas e sistemas de inteligência, utiliza essas experiências como exemplo para mostrar ao leitor de que forma é possível entender o mercado e estar sempre à frente. Sobre o o autor: Leonard Fuld é pioneiro no campo da inteligência competitiva. Ele criou muitas das técnicas crescentes de inteligência atualmente usadas por corporações em todo o mundo. Fuld é um dos quatro primeiros especialistas a integrar a Sociedade de Profissionais de Inteligência Competitivos (SCIP), em 1998. Sua companhia, a Fuld, foi fundada em 1979 e especializou-se no fornecimento de inteligência de negócios a corporações para melhorar a tomada de decisão de estratégia, operações e aplicações táticas.

Livro: Inteligência Competitiva na Prática
Autores: John E. Prescott e Stephen H. Miller
Resumo: obra é uma coletânea de artigos da Competitive Intelligence Review que apresenta técnicas exeqüíveis e comprovadas na prática sobre como a inteligência competitiva pode ser aplicada numa variedade de setores empresariais. Mostrando contribuições dos principais líderes executivos como Robert Galvin, da Motorola, John Pepper, da Procter & Gamble, e Gary Costly, da Kellogg, os notáveis estudos de caso corporativos abrangem aplicação da IC em vendas e marketing, pesquisa de mercado e prognósticos, desenvolvimento de novos produtos e equipes.
Sobre os autores: John E. Prescott é mestre a Universidade de Pittsburgh e Ph.D em Inteligência Competitiva. Stephen H. Miller é editor-gerente da Competitive Intelligence Review e editor-chefe da Competitive Intelligence Magazine, publicada pela Society of Competitive Intelligence Professionals.

Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Tempestade Comunicação.



Massa Cinzenta

Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.

Veja todos os Conteúdos

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS

Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32

Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.

Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40

Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.

Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI

O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.

descubra o cimento certo

Cimento Certo

Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.

descubra o cimento certo