Na pandemia, mercado imobiliário apresenta recuperação em “V”
Setor supera expectativas e faz com que estoque de imóveis fique reduzido a 10 meses, o menor da década
Em sua 5ª medição sobre o comportamento do mercado imobiliário brasileiro no período de pandemia de COVID-19, a Brain Inteligência Estratégica mostra que o setor apresenta recuperação em “V”, após a doença ter atingido seu auge em abril de 2020, o que causou lockdown em várias capitais brasileiras. O termo recuperação em “V” ocorre porque as teorias econômicas definem a retomada do crescimento em 4 letras: “V”, “W”, “L” e “U”.
Em “V” é quando, após uma queda rápida da atividade econômica, acontece uma alta na mesma intensidade. O “W” ocorre quando a retomada econômica alterna fases de crescimento com contração. Já o “L” é o pior dos cenários: a atividade econômica cai e não se consegue prever a recuperação. Quanto ao “U”, indica que, depois de uma queda, há um período maior de abatimento da economia antes de uma retomada mais robusta.
A retomada do crescimento em “V” era uma expectativa da equipe econômica do governo, mas apenas alguns segmentos estão registrando essa tendência. O mais forte deles é o da construção imobiliária. A ponto do setor ter estoque para apenas 10 meses – o menor da década. Ou seja, se não houvesse nenhuma construção em andamento no país, o volume de apartamentos, casas e sobrados novos à venda acabaria por volta de setembro de 2021. O que explica essa intensa procura por imóveis no Brasil, principalmente no 2º semestre de 2020, são as baixas taxas de juros.
A nova realidade barateou o financiamento imobiliário de longo prazo e permitiu que quem morava de aluguel buscasse o 1º imóvel. “Além disso, apesar da pandemia, a vida continua. O Brasil tem, em média, 1 milhão e 100 mil casamentos por ano e 1 milhão e 500 mil pessoas mudando de cidade anualmente”, avalia o economista Fábio Tadeu Araújo, diretor da Brain Inteligência Estratégica. “Esse cenário fez o financiamento imobiliário crescer 34,8% no acumulado de 12 meses (novembro de 2019 a outubro de 2020)”, completa.
Comprador busca bem-estar e até imóveis de lazer estão com boa procura
Outro fator que estimula a corrida por imóveis é que a taxa Selic baixa tornou a renda fixa pouco atrativa. Isso fez com que os investidores migrassem para o mercado imobiliário, principalmente em busca de unidades de alto padrão. Essa avalanche de compradores faz organismos ligados à construção civil preverem que o setor possa crescer de 5% a 10% em 2020. “O setor vai crescer, provavelmente em dois dígitos em relação ao ano passado”, diz o engenheiro civil José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
O novo estudo da Brain Inteligência Estratégica mostra que a busca por imóveis novos tende a seguir em alta até 2022, pois 46% de potenciais compradores disseram que pretendem comprar imóvel em 2 anos. “O mercado impressiona, pois até imóveis de lazer estão com boa procura, como casas na praia e propriedades rurais (sítios e chácaras). As pessoas estão em busca do bem-estar”, cita Fábio Tadeu Araújo.
Para finalizar, tanto os analistas de mercado quanto os organismos ligados à construção civil estão convictos de que a venda digital também deu forte impulso para que o mercado imobiliário se mantivesse aquecido na pandemia. “Quando abrimos nossos números, percebemos o ganho de share das empresas mais estruturadas em venda digital, se comparadas com aquelas que não acreditavam que poderiam realizar vendas online para o cliente. O digital passou a ser uma realidade no dia a dia das construtoras e incorporadoras”, conclui o presidente da CBIC.
Assista ao vídeo da apresentação “5ª onda – COVID-19: o que esperar para 2021”
Entrevistado
Reportagem com base no webinar “5ª onda – Covid-19: o que esperar para 2021”, da Brain Inteligência Estratégica, com informações da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)
Contatos
contato@brain.srv.br
ascom@cbic.org.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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