Museu da Língua Portuguesa inicia reconstrução

Projeto vai priorizar materiais que resistam ao fogo, como revestimentos com placas cimentícias, além de telhas que ajudem a dissipar o calor

Projeto vai priorizar materiais que resistam ao fogo, como revestimentos com placas cimentícias, além de telhas que ajudem a dissipar o calor

Por: Altair Santos

O Museu da Língua Portuguesa começa a ser reconstruído depois do incêndio que o destruiu parcialmente em 21 de dezembro de 2015. O projeto de restauração é do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, que foi também quem projetou o museu antes do acidente. A novidade é que ele agora vai atuar em parceria com seu filho: Pedro Mendes da Rocha. O canteiro de obras foi instalado em dezembro de 2016 e a previsão é de que o museu seja reaberto ao público em 2019.

Incêndio de 2015 foi o segundo a atingir o prédio, que também foi destruído pelo fogo em 1947
Incêndio de 2015 foi o segundo a atingir o prédio, que também foi destruído pelo fogo em 1947

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), assim como o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) – no âmbito estadual – e o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) aprovaram os novos conceitos para o museu, que receberá projetos especiais para climatização, elétrica, hidráulica e de combate a incêndio.

A etapa mais demorada será a que vai intervir na fachada do prédio. Para restabelecer a ambiência arquitetônica, ela levará 12 meses. Em seguida, virá o projeto para reconstruir a cobertura, que ganhará revestimento com telhas de liga metálica para ajudar a dissipar o calor. Nas obras serão contempladas ainda adaptações relativas à adequação do prédio à Norma de Desempenho (ABNT NBR 15575).

O edifício também seguirá conceitos de construção sustentável para se credenciar ao certificado LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) oferecido pelo Green Building Council Brasil. Para Pedro Mendes da Rocha, o maior desafio está no desenvolvimento de um projeto de combate a incêndio, já que o prédio já foi duas vezes parcialmente destruído pelas chamas. Além do acidente de 2015, houve um em 1947. “Será importante aperfeiçoar os recursos para combater, estancar e minimizar os princípios de incêndio para que eles não se propaguem”, diz.

Reforma vai custar R$ 65 milhões

Tombado pelo patrimônio histórico nacional, fachada do prédio precisa ser preservada integralmente
Tombada pelo patrimônio histórico nacional, fachada do prédio precisa ser preservada integralmente

Uma das soluções que já estão em estudo será revestir internamente o prédio com placas cimentícias que resistem às chamas – conhecidas como corta-fogo. Na reforma anterior, o Museu da Língua Portuguesa havia ganhado revestimento em drywall. “O histórico incêndio do edifício trouxe muitas lições e princípios que nortearão a reforma. Vamos aprendendo com as tragédias”, completa Pedro Mendes da Rocha.

O custo total da reconstrução é de R$ 65 milhões. Desse total, R$ 34 milhões virão da indenização do seguro contra incêndio. Já a iniciativa privada investirá R$ 36 milhões, o que totaliza R$ 70 milhões. Os R$ 5 milhões que sobrarem serão usados na preservação, na restauração do acervo e na promoção de mostras itinerantes que o museu pretende realizar pelo país até que a reconstrução do prédio fique pronta.

O museu ocupa uma área de 4.333 m² e está localizado em um espaço anexo à estação da Luz, na cidade de São Paulo. Símbolo da industrialização paulistana, e tombado pelo patrimônio histórico nacional, o edifício deve ter sua fachada externa integralmente preservada, como já ocorreu em 2006, quando foi restaurado e adaptado para receber o museu. Na reforma, serão recuperados 4.230 m² de fachada, 2.550 m² de cobertura, 178 esquadrias e 400 elementos artísticos, como rosáceas, folhas de acanto, balaústres, pináculos e parte da torre do relógio.

Entrevistados
– Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) (via departamento de comunicação)
– Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico de São Paulo (UPPH/CONDEPHAAT) (via assessoria de imprensa)

Contatos
comunicacao@iphan.gov.br
pupph@sp.gov.br

Crédito Fotos: Reprodução/Agência Brasil

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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