Dez anos depois do Katrina, muro cerca New Orleans

Barreira de concreto, com quase 8 metros de altura e cerca de 550 quilômetros de extensão, foi erguida para minimizar danos causados por furacões

Barreira de concreto, com quase 8 metros de altura e cerca de 550 quilômetros de extensão, foi erguida para minimizar danos causados por furacões

Por: Altair Santos

Em 29 de agosto de 2005, a cidade de New Orleans, no estado da Louisiana-EUA, foi devastada pelo furacão Katrina. A tempestade entrou pelo Golfo do México, invadindo o continente, levando enchentes e um mar de destruição. A tragédia resultou na morte de 1.600 pessoas e fez com que o governo dos Estados Unidos passasse a encarar os furacões como uma questão de segurança nacional.

“Muralha” cobre uma extensão de 550 quilômetros lineares e envolve New Orleans
“Muralha” cobre uma extensão de 550 quilômetros lineares e envolve New Orleans

O corpo de engenheiros das forças armadas dos Estados Unidos (U.S. Army Corps of Engineers – USACE) foi destacado para pensar em uma obra que pudesse evitar futuras tragédias em New Orleans e servisse de modelo para proteger outras regiões vulneráveis a inundações causadas por furacões. A solução foi construir um grande muro de concreto que contivesse o fluxo das enchentes e ajudasse a bombear a água da tormenta para fora da cidade, devolvendo-a ao mar.

Batizada de “Muralha”, a megaobra começou a ser projetada em 2006 e em 2015 – dez anos após a tragédia – foi 100% concluída. Ao custo de US$ 14,5 bilhões (cerca de R$ 58 bilhões) a barreira de concreto mede quase 8 metros de altura e tem aproximadamente 550 quilômetros lineares de extensão. Ela envolve uma região de lagos e manguezais, e que serviram de porta de entrada para que o Katrina chegasse a New Orleans.

Ao longo da construção, que consumiu aproximadamente 900 mil m³ de concreto, há 73 estações de bombeamento, três canais extravasores e quatro comportas. “Um dos desafios da obra foi impedir que New Orleans, cuja atividade econômica depende da exploração marítima, não ficasse isolada dos lagos e do mar. Então, os canais extravasores e as comportas permitem que a cidade tenha uma vida normal e esteja, ao mesmo tempo, protegida de furacões”, explica Ricky Boyett, chefe de assuntos públicos da USACE.

Ao longo da barreira há 73 estações de bombeamento, três canais extravasores e quatro comportas
Ao longo da barreira há 73 estações de bombeamento, três canais extravasores e quatro comportas

Modelo para outras cidades

New Orleans tem uma geografia diferenciada. A cidade fica a 4 metros abaixo do nível do mar, o que fez com que os diques construídos na Holanda inspirassem a “Muralha”. Além disso, o corpo de engenheiros das forças armadas dos EUA estudou, através de simuladores, os efeitos de 152 furacões que já atingiram os Estados Unidos e a América Central. O objetivo era construir uma barreira com vida útil mínima de 100 anos e que estivesse pronta para enfrentar um fenômeno tão avassalador quanto o Katrina. Pelas projeções, um novo furacão pode atingir a região a partir de 2057.

O modelo bem-sucedido passou a atrair comissões de engenheiros de todo o mundo, especialmente de organismos localizados em cidades beira-mar, e que podem vir a ser alvo de catástrofes naturais vindas do mar. Já peregrinaram até New Orleans, para ver a “Muralha”, delegações de Boston, Nova York, Londres, Rio de Janeiro, além de países como Bangladesh, China e República Tcheca.

O sistema criado pela engenharia militar norte-americana tem capacidade de bombear 31 milhões de litros de água por minuto de volta ao mar, em caso de grandes inundações. “Acreditamos que New Orleans não está mais indefesa”, finaliza Ricky Boyett.

Entrevistado
Corpo de engenheiros das forças armadas dos Estados Unidos (U.S. Army Corps of Engineers –USACE)(via assessoria de imprensa)
Contato: hq-publicaffairs@usace.army.mil

Créditos fotos: Divulgação/U.S. Army Corps of Engineers

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330


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