Mulheres conquistam espaço impulsionadas pela industrialização e iniciativas de equidade de gênero

Pela primeira vez na história, três mulheres assumiram a função de operadoras de caminhão na unidade de mineração da Cimento Itambé

Karina Lima (3ª da esquerda para a direita) ladeada pelas três primeiras operadoras de caminhão na mineração da Cimento Itambé.
Crédito: Divulgação

A presença feminina na construção civil tem crescido significativamente nos últimos anos, impulsionada por mudanças estruturais no setor e iniciativas de inclusão. Atualmente, as mulheres representam cerca de 10% da mão de obra na construção civil no Brasil, de acordo com dados do Sinduscon-PR. No Paraná, o setor da construção civil emprega cerca de 170 mil trabalhadores e Curitiba 55 mil. Desse total, 10% das vagas são ocupadas por mulheres. Esse aumento reflete um movimento global em direção à diversificação dos ambientes de trabalho e à maior valorização das profissionais do setor.

Para Bianca Palazzo, vice-presidente de Responsabilidade Social do Sinduscon-PR, a inserção feminina traz impactos positivos, tornando o ambiente nos canteiros de obras mais leve e organizado. “As mulheres exercem diversos papéis e estão crescendo na construção porque são mais detalhistas e cuidadosas, especialmente em serviços que exigem acabamento fino, como pintura e azulejaria”, afirma. 

Esse crescimento também está relacionado a investimentos em capacitação. No Seconci, braço social do Sinduscon-PR voltado ao trabalhador do setor, são oferecidos cursos voltados para mulheres interessadas em ingressar na construção civil.


Industrialização abre portas para mais mulheres

Com a modernização e a industrialização da construção civil, a tendência é de que mais mulheres ingressem na área. Segundo a engenheira Gabriela Zanin, que atua na MRV&CO, a tecnologia tem facilitado essa transição. “A adoção de processos automatizados e soluções sustentáveis criam um ambiente de trabalho mais organizado e com menos impacto físico, tornando o setor mais atrativo para as mulheres”, afirma.

A coordenadora de obras da Swell Construções, Marciele Todoroski, concorda. “Muitas mulheres têm receio em trabalhar na construção civil não apenas por ser um ambiente masculino, mas também pela questão de limpeza. Com a industrialização, vem junto a questão da melhoria na gestão dos resíduos, o que traria mais estímulos”, analisa.

Gabriela acredita que a mudança também se reflete na cultura das empresas. “Na MRV, temos um compromisso com a ONU para garantir 50% de mulheres nos canteiros de obras e em cargos de liderança. Isso demonstra os avanços que estão sendo conquistados no setor”, ressalta.


As primeiras mulheres motoristas na mineração da Itambé

Um marco histórico para a participação feminina no setor da construção ocorreu na unidade da Cimento Itambé, onde, pela primeira vez, três mulheres assumiram a função de operadoras de caminhão na mineração. A mina Rio Bonito, localizada em Campo Largo (PR), conta com 28 motoristas, e essa é a primeira vez que mulheres passam a integrar essa equipe.

Karina Lima, gerente de mineração da Cimento Itambé, explica que essa inclusão é inovadora no setor. “Não é comum vermos mulheres operando caminhões na mineração, especialmente na região Sul. No entanto, elas demonstraram postura profissional, seriedade e conhecimento técnico, o que garantiu suas contratações”, afirma.

Para ela, a diversidade impacta diretamente a produtividade e a segurança no trabalho. “Quando incluímos diferentes olhares e experiências, fortalecemos não só nosso time, mas todo o setor”, completa.

Desafios ainda persistem

Apesar dos avanços, a caminhada das mulheres na construção civil ainda enfrenta desafios. A engenheira Gabriela Zanin destaca que, embora nunca tenha sofrido preconceito, conhece histórias de mulheres mais experientes que enfrentaram dificuldades. “As coisas estão mudando, mas a cultura do setor ainda precisa evoluir. Muitas mulheres ainda precisam provar constantemente sua competência para serem reconhecidas”, comenta.

Outro ponto relevante é a necessidade de ampliar a representatividade feminina em cargos de liderança. Bianca Palazzo reforça que ainda há muito a ser conquistado. “Quando entrei no Sinduscon-PR, eu era a única mulher na vice-presidência. Hoje, já somos duas, e também temos mulheres em posições estratégicas, mas precisamos incentivar ainda mais a participação feminina”, defende.

A engenheira Marciele relata que atua em uma construtora que valoriza muito as mulheres. Temos várias delas em cargos de liderança e a empresa entende que temos necessidades diferentes e isso nunca foi problema para a entrega de serviços. Assim, mesmo nós, mulheres, tendo outras atividades – como cuidar dos filhos, por exemplo -, conseguimos alcançar as metas”, relata. 

O futuro da construção civil é a diversidade

A engenheira Marciele dá algumas dicas para as mulheres que estarão futuramente atuando no setor. “Confiem no seu potencial. Além de termos a mesma capacidade técnica que os homens, temos a sensibilidade que nos ajuda a entender e resolver alguns problemas”. 

Assim, com iniciativas de inclusão, investimentos em capacitação e o avanço da industrialização, a tendência é de que mais mulheres ingressem e se destaquem na área. O caminho ainda tem desafios, mas a presença feminina na construção civil veio para ficar.


Entrevistadas
Bianca Palazzo é graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), possui MBA em Edificações Sustentáveis pela Pontifícia Universidade Católica de Petrópolis (PUC-RJ), International Master BIM Management pela Zigurat Institute of Technology, especialista em Edificação Saudável pela Health Building Certificate (HBC-Brasil). Atua como diretora executiva da Lavitta Engenharia, é vice-presidente de Responsabilidade Social do Sinduscon-PR, e faz parte dos comitês de Responsabilidade Social da CBIC, Comitê de Responsabilidade Social da FIEP-PR e comitê de Governança da Construção Civil EloHABITAT, do Sebrae.

Marciele Todoroski é engenheira civil e atua como coordenadora de obras da Swell Construções. Tem experiência de 15 anos na construção de edifícios residenciais. Há 6 anos na Swell, é responsável pelo planejamento físico e financeiro dos empreendimentos, contrato de mão de obra e acompanhamento de previsto e realizado.

Gabriela Zanin é engenheira civil graduada pela Universidade Positivo (UP). Atua há seis anos na MRV no Paraná. 

Karina Lima é engenheira de minas graduada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), pós-graduada em Engenharia ambiental pela UNICAMP, Gestão de pessoas pela Fundação Dom Cabral e Especialista em Engenharia de Barragens pela PUC-MG. Atualmente, é gerente de mineração da Cimento Itambé.

Contatos:
bianca.palazzo@lavitta.com.br
me@brokerbiz.com.br
zanin.gabriela@mrv.com.br
karina.lima@cimentoitambe.com.br

Jornalista responsável
Ana Carvalho
Vogg Experience


A opinião dos entrevistados não reflete necessariamente a opinião da Cia. de Cimento Itambé.



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