México já teve bolsa-concreto para combater doenças
Programa “Piso Firme” atendia famílias que viviam em casas de chão batido, distribuindo concreto para construção de contrapisos
Programa “Piso Firme” atendia famílias que viviam em casas de chão batido, distribuindo concreto para construção de contrapisos
Em 2000, o estado mexicano de Coahuila lançou um programa para concretar os pisos de chão batido das casas de famílias que viviam na linha da pobreza. Batizado de Piso Firme, o plano atingiu 34 mil lares e, em função do sucesso, em 2005 transformou-se em um programa nacional. O governo federal estendeu o Piso Firme para todo o país. O objetivo era atingir cerca de quatro milhões de famílias carentes, a fim de acabar com as casas de chão batido no México.
A política pública doava o equivalente a 150 dólares de concreto por residência, que era transformado em contrapiso. As betoneiras passavam pelas ruas distribuindo o material, que era colocado em carrinhos de mão e levado para as casas para, em seguida, ser espalhado por uma equipe de operários das prefeituras locais. A razão do programa era o combate à parasitose. Por viverem descalças dentro de casa, muitas crianças e adultos contraíram vermes.
Até 2013, 2,3 milhões de m³ de concreto tinham sido convertidos em contrapiso – o equivalente a pavimentar uma rodovia ligando o México à Argentina. Também se verificou que as doenças causadas por parasitas intestinais reduziram 20% em crianças até seis anos nas regiões alcançadas pelo Piso Firme. Os casos de diarréia caíram 13% e de anemia 20%. Outro dado interessante do programa: os níveis de depressão e de estresse das mães reduziram 12,5% e 10,5%, respectivamente, por causa da “sensação de casa limpa” que os pisos concretados transmitiam.
Apesar do sucesso do programa, ele foi descontinuado há quatro anos. O motivo: corrupção. Foi descoberto que parte do concreto era desviado das betoneiras. O material acabou abastecendo obras de funcionários do governo ou vendido a preços abaixo de mercado para outras construções. O concreto também foi usado para a compra de votos em períodos eleitorais. Resultado: o Piso Firme não atingiu a meta de zerar as casas com chão batido no México.
Programa pode ser retomado
De acordo com o Instituto Nacional de Geografia do México (INEGI) as casas com pisos de chão batido voltaram a crescer entre 2015 e 2016. O estado de Vera Cruz é onde existe a maior parcela da população morando nestas condições: 14,4%. Em seguida, vêm Chiapas (10,9%), Oaxaca (10,7%), Guerrero (9,1%) e Puebla (7,1%). O organismo também calcula que esses cinco estados concentram 52,5% das casas com chão batido do México. Recentemente, o ministério de desenvolvimento agrário, territorial e urbano do país passou a estudar a retomada do Piso Firme.
Para a ministra Rosario Robles Berlanga, o México está mais maduro e menos suscetível a escândalos de corrupção como os que atingiram o programa até 2013. “O que aconteceu antes não ocorrerá agora, pois o governo aprimorou a fiscalização. O Piso Firme é um programa bem-sucedido, que tem condições de ser reativado, pois trouxe resultados muito positivos ao México”, discursa Rosario Robles. O governo mexicano, no entanto, não tem prazo para reiniciar o plano.
Entrevistado
Centro de Desenvolvimento Global – ONG voltada para disseminar programas sociais bem-sucedidos em um país para outros países (via assessoria de imprensa)
Contato: globalhealthpolicy@cgdev.org
CréditoFoto: Piso Firme
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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